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Bilionários: de onde vem a fortuna das 5 pessoas mais ricos do mundo?

Conheça a trajetória e as principais decisões que fizeram a diferença na vida de Bernard Arnault, Elon Musk, Jeff Bezos, Larry Ellison e Warren Buffett

Nascidos em famílias abastadas ou virando a mesa com um negócio iniciado na garagem de casa, os donos das maiores fortunas no mundo têm algumas características em comum. Costumam ser visionários ao perceber oportunidades onde poucos veem.

A seguir, as histórias dos donos das cinco maiores fortunas no mundo, segundo o ranking mais recente da revista Forbes, que mostram algumas das decisões que mais pesaram para a acumulação de patrimônio.

1º) Bernard Arnault – US$ 211 bilhões

>> Do luxo ao trilho, negócios começaram investimentos iniciais do pai

O francês Bernard Arnault comanda o grupo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy) formado por 75 marcas de moda e cosméticos, como Louis Vuitton e Sephora. Uma das aquisições feitas por seu conglomerado foi a da joalheria americana Tiffany & Co, em 2021, por US$ 15,8 bilhões.

Mas não é só de marcas de luxo que vive os negócios do bilionário. Ele também é dono de negócios em outros setores, como do grupo Belmond, do qual fazem parte 46 hotéis, trens e cruzeiros fluviais.

A Agache, holding de Arnault, está por trás da empresa de capital de risco Aglaé Ventures, com investimentos em empresas como Netflix e a controladora da TikTok, ByteDance.

O primeiro empurrão para o caminho empreendedor do bilionário veio do pai, que era empresário do setor da construção. Dono da Ferret-Savinel, o pai de Arnault fez carreira como executivo até chegar à presidência, nos anos de 1970.

Foi dessa empresa que saíram os primeiros US$ 15 milhões iniciais de investimento nos negócios de Bernard, valor somado a outros US$ 45 milhões desembolsados por investidores, para a compra de uma fatia, em 1984, de parte do grupo Agache-Willot-Boussac. Na época, o futuro conglomerado de varejo, moda e indústria contava apenas com algumas poucas marcas, que incluíam Christian Dior e o supermercado Bom Marché.

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2º) Elon Musk – US$ 180 bilhões

>> Um empresário controverso e visionário

Nascido na África do Sul, Elon Musk é formado em física e em economia. Entre as empresas sob o seu comando estão a SpaceX, Tesla, Hyperloop, Neuralink, Startlink, The Boring Company, SolarCity e, mais recentemente, o Twitter, que foi rebatizado como X.

Reconhecido pelo lado inovador e tino empreendedor, Musk começou sua fortuna bem cedo. Ainda criança, ele gostava de dedicar parte do seu tempo às invenções e leitura de livros de ficção científica. Com apenas 12 anos, Musk programou e vendeu um jogo de computador por US$ 500. Mais tarde, antes de completar 18 anos, o jovem se mudou para o Canadá e ingressou no curso de física pela Queen’s University, em Kingston.

Em 1984, uma nova mudança o levou para os Estados Unidos, decisão que acelerou sua trajetória empreendedora. Foi lá que ele criou seu primeiro negócio, o Zip 2, plataforma online de jornais vendida por ele em 1999 por US$ 300 milhões. Com esse dinheiro, Musk criou a X.com, que se tornaria mais tarde o site de pagamento PayPal, comprado pelo eBay, em 2003.

A partir daí, Musk construiu uma série de negócios díspares, que envolviam produção de energia limpa, internet, projetos aeroespaciais e automobilísticos, além de pesquisas ligadas à neurotecnologia e inteligência artificial.

O gosto pelo empreendedorismo e pelo acúmulo de dinheiro pode ter relação com a trajetória do pai, Errol Musk, que se tornou milionário antes dos 30 anos, graças aos projetos de engenharia. Pai e filho não dão sinais de um bom relacionamento. Em um programa de TV, em 2022, Errol disse que preferia ver Elon seguindo os negócios construídos pela família. A mãe de Elon teria declarado que ela e o filho não usufruíram da fartura financeira e sofreram com abuso emocional e financeiro no passado.

O fato é que, mesmo que tenha seu valor reconhecido pelo trabalho à frente de negócios pioneiros, Elon Musk não é uma unanimidade. Há quem diga que muitas das suas ideias não são promissoras.

Foto: Twitter perfil oficial Elon Musk

3º) Jeff Bezos – US$ 114 bilhões

>> Da garagem para a casa das pessoas

Fundador da Amazon e dono do jornal americano The Washington Post, Jeff Bezos tem sua história marcada pela construção de uma das marcas mais valiosas do mundo. Nascido em Albuquerque, no estado do Novo México, ele foi criado pela mãe e o padrasto, um imigrante cubano. Ainda criança ele transformou a garagem de casa em uma oficina, uma maneira dele saciar sua curiosidade pelo funcionamento dos objetos.

Na adolescência chegou a trabalhar no McDonald’s em Miami, mesma cidade onde ele abriu as portas da sua primeira empresa, o Dream Institute, uma escola de versão para alunos do ensino médio. Em 1986, Bezos se formou em Engenharia Elétrica e Ciência da Computação na Universidade de Princeton.

Apesar da oportunidade de trabalhar em grandes empresas, como Intel e Andersen Consulting, ele optou pela startup Fitel, onde galgou rapidamente o posto de chefe de desenvolvimento e diretor de relacionamento com o cliente. Em uma virada na carreira, o jovem se voltou ao setor financeiro e se tornou gerente na Bankers Trust, deixando o emprego em 1990. Com apenas 30 anos, Bezos se tornou vice-presidente da D. E. Shaw & Co, um fundo de investimentos.

Insatisfeito com a função, largou a carreira financeira e se mudou para Seattle, onde fundou uma loja online de livros que ganharia o nome de Amazon, inspirado no Rio Amazonas.

O empurrão para que o negócio crescesse foi dado por uma decisão do Supremo Tribunal dos EUA, que previa a isenção de impostos sobre vendas nos estados onde as empresas de pedidos por correspondência, como a Amazon, não tinham sede física. Os pais de Bezos teriam ajudado na empreitada. Da oferta de livros, o empreendedor passou a vender uma grande variedade de produtos. Em 1999, o faturamento da Amazon já ultrapassava US$ 1,6 bilhão.

A Amazon de Bezos foi pioneira ao lançar o e-reader Kindle. Com o passar do tempo, mais e mais produtos chegaram à plataforma, que se transformou em um marketplace online. Outras inovações viriam depois: o lançamento da Amazon Web Services, o maior sistema de armazenamento de informações na nuvem, e o streaming de música e vídeos. Até o turismo espacial chamou a atenção do bilionário, dono da Blue Origin.

Paralelamente, por meio da Bezos Expeditions, voltada a capital de risco, o empresário fez ao longo da vida uma série de investimentos em empresas como Google, Uber e Twitter, além de aquisições, como a do Twitch e do jornal The Washington Post, que teve a receita alavancada pelas assinaturas digitais.

Foto: Daniel Oberhaus, 2019

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4º) Larry Ellison – US$ 107 bilhões

>> Jovem programador começou empresa com US$ 1,2 mil

O americano Larry Ellison é americano e fundou a Oracle com três amigos, Bob Milner e Ed Oates, em 1977. Todos trabalhavam na Ampex, uma empresa de eletrônicos na Califórnia. Naquela época, a ambição era começar uma startup que permitisse ao jovem ter um bom emprego como programador e chegar a, no máximo, uma equipe de 50 funcionários.

Uma solução inovadora, batizada de Projeto Oracle, e a CIA como primeira cliente do produto alavancaram a empresa. Mas, na década de 1990, já com o nome de Oracle, houve uma grave crise que levou à demissão de toda a sua diretoria. Naquele momento, descobriu-se que os balanços foram inflados graças a uma operação da equipe de vendas, que contabilizou receitas futuras no trimestre corrente. Ellison diz ter sido aquele o maior desafio à frente da empresa. Mas não foi o único momento crítico da sua vida.

Filho de uma jovem mãe solo, ele foi criado pelos tios, em Chicago, e chegou a pensar, sob influência da família, em cursar medicina, o que não foi adiante. O bilionário até começou a cursar outras duas graduações, sem concluí-las.

Aos 22 anos, em 1966, veio a decisão de se mudar para Berkeley, perto do Vale do Silício, ainda em fase embrionária, onde trabalhou como programador. Em 1977, veio a decisão de criar a própria empresa, a Software Development Laboratories com outros dois sócios, com um capital inicial de US$ 1,2 mil.

O empresário mantém, além da participação na Oracle, um portfólio imobiliário bilionário, da qual faz parte quase a totalidade de uma ilha no Havaí. Desde setembro de 2014, Ellison não ocupa mais o cargo de CEO da companhia, mas segue como diretor de tecnologia e presidente do conselho de administração.

Photo by Hartmann Studios

5º) Warren Buffett – US$ 106 bilhões

>> O menino que sabia investir

Com a economia americana em frangalhos por causa da chamada Grande Depressão, de 1929, Howard Buffett decidiu abandonar o emprego de corretor de ações para abrir uma corretora de investimentos.

Foi nesse ambiente que, aos sete anos, o pequeno Warren, seu filho, percebeu que havia ali um ponto de interesse, o que o levou a visitar a biblioteca da cidade onde vivia para alugar o livro “100 formas de ganhar US$ 1.000”, de Frances Mianker. Já aos 11 anos veio o primeiro negócio com ações. Sim, Warren três ações da petrolífera Cities Service, ao preço de US$ 38 cada.

A lógica foi rapidamente compreendida e Warren passou o papel adiante, por US$ 40 cada, depois de algumas desvalorizações. No então, apesar do pequeno lucro, a lição foi amarga, já que as ações chegaram ao preço de US$ 200 tempos depois.

Mas ali surgia, ainda que inconscientemente, a lógica que Warren Buffet, um dos homens mais ricos do mundo, seguiria até hoje. Os investimentos devem se basear em estratégias de longo prazo. Precoce, naquela época o menino tomou outra decisão sobre seu futuro ao estipular que se tornaria milionário aos 35 anos.

Enquanto a riqueza não chegava, aquele menino se virava como podia, sempre com o objetivo de ver o seu dinheiro “fazer dinheiro”. Buffett recebia cerca de cinco centavos de dólares por semana, o que para ele nunca foi suficiente. 

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Warren Buffett se virou para juntar cada centavo. Entregou jornal, vendeu refrigerante, assinatura de revistas, aproveitando qualquer oportunidade que surgisse. Entre um lance empreendedor e uma oportunidade de ganhos, o jovem chegou ao final da adolescência ao patrimônio de US$ 9.800.

A vida como empreendedor passou por uma pausa quando Buffett partiu para o curso de administração, na Universidade de Nebraska. Na sequência, ingressou no mestrado da Columbia Business School, da Universidade de Columbia, depois de ter sido recusado pela Universidade de Harvard.

O bilionário, mesmo com os conhecimentos adquiridos pelos livros e pela experiência, se aperfeiçoou na academia. 

Pressionado pelo pai, Buffett deixou os seus empreendimentos, de forma temporária, e se dedicou aos estudos. Ele se formou em administração pela Universidade de Nebraska. 

Em 1950, Buffett ingressou em uma turma de mestrado na Columbia Business School, da Universidade de Columbia, após ser rejeitado por Harvard. Mergulhou na fase de aprendizado sob a mentoria de Benjamin Graham, professor de análise fundamentalista, que o contratou para sua gestora de investimento. Depois de seis anos, Buffett voltou para sua cidade natal, Omaha, e, criou, com suas economias – US$ 140 mil – seu próprio fundo, a Buffett Partnership, com resultados expressivos para os cotistas.

Nessa época, conheceu Charlie Munger, que se tornaria seu sócio na Berkshire Hathaway. Com investimentos que migraram por diferentes setores, Buffett conta hoje com uma boa posição em papéis de empresas de tecnologia. Com uma experiência de décadas, Buffett tem comprovado que sua estratégia. Com uma estratégia de longo prazo, nunca escondeu que aposta no movimento de comprar e segurar as ações, que se mostrou a mais acertada.

Photograph by Stuart Isett/Fortune Most Powerful Women

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