Light entra na Justiça com pedido de mediação para suspender pagamento de dívidas
A companhia de energia não especificou quais dívidas estão envolvidas na mediação. Empresa afirma que o pedido vai viabilizar a readequação das obrigações
A Light (LIGT3) e suas controladoras entraram com uma ação na Justiça do Rio de Janeiro nesta terça-feira, 11/04, com um pedido liminar para a suspensão temporária da cobrança de algumas obrigações financeiras.
Em fato relevante divulgado ao mercado e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia afirmou que “o pedido é a medida mais apropriada neste momento para permitir e viabilizar a readequação das obrigações abrangidas na ação cautelar”. O processo está em segredo de justiça.
A empresa também pediu a instauração de um procedimento de mediação coletiva com os credores financeiros em caráter de urgência, para tentar avançar na “implementação de melhorias na sua estrutura de capital”, informou o comunicado.
Em 2022, a geradora e distribuidora de energia teve prejuízo líquido de R$ 5,6 bilhões no quarto trimestre. A empresa tem sofrido um grave desequilíbrio econômico, em meio à dificuldade para combater furtos de energia e à devolução de valores bilionários em PIS/Cofins e em créditos tributários aos consumidores.
A situação piorou com a chegada do vencimento de parte importante das dívidas da companhia. A Light tem mais de R$ 11 bilhões em dívidas, sendo cerca de R$ 7 bilhões em debêntures e R$ 3,1 bilhões em títulos emitidos no exterior, os chamados bonds.
Diante da situação, as agências de classificação de risco cortaram os ratings de crédito da companhia elétrica. A Moody’s rebaixou as notas de crédito de B3 para Caa3 – que indica uma potencial perda para credores de parte do que foi investido ou desdobramentos que resultem em calote.
“A liquidez é apertada diante das contínuas exigências de capex [investimento] para manter a qualidade da concessão e o serviço de sua dívida de R$ 1,198 bilhão em 2023 e R$ 2,651 bilhões em 2024 “, disse a Moody’s.
A Light é responsável pela distribuição de energia em 31 municípios do Rio de Janeiro. A empresa atende 11,6 milhões de consumidores e tem 117 anos de história.
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