ETFs de Ether começam a ser negociados nos EUA. O que isso significa para o mercado de cripto?
Segundo analistas, ativo é mais uma opção para investidores institucionais no mercado financeiro tradicional
O mercado foi pego de surpresa nesta segunda-feira (22/07), quando o órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos aprovou a emissão de oito fundos negociados em bolsa (ETFs) de ether à vista, também chamados de ETF spot de Ethereum.
O que são ativos digitais e por que estão em discussão?
A rede norte-americana CNBC destaca que a aprovação é “um novo passo para a crescente integração dos ativos digitais às finanças tradicionais”. O Ether, criptomoeda nativa da blockchain Ethereum, é a segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado. Segundo a publicação, enquanto o bitcoin é conhecido como o ouro digital, o ativo digital é visto como uma aposta no crescimento das transações em blockchain e da criptoeconomia de forma mais ampla.
Mercado digital e tradicional unificado
Para Bernardo Srur, CEO da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto), o lançamento é um marco. “Os ETFs eram amplamente esperados por investidores e entusiastas de criptomoedas há anos. Agora, com o início das negociações, o mercado passa a oferecer um diferente acesso ao ativo para o mercado à vista”, afirmou. “Sem dúvidas, um grande avanço para interligarmos a economia tradicional à criptoeconomia, já que agora os investidores têm mais uma opção segura e simplificada para investir por meio de mecanismos tradicionais do mercado”.
Segundo analistas e participantes do mercado, o ETF serve como um instrumento mais fácil e apelativo para que investidores mais tradicionais, como grandes fundos de investimentos, possam abrir posições no mercado de criptomoedas.
Como os ETFs de Ether serão negociados e precificados
Os fundos de Ether aprovados pela Securities and Exchange Comission são emitidos pela Grayscale, BlackRock, Fidelity, Franklin Templeton, 21 Shares, Bitwise, Invesco e VanEck, que serão comercializados nas bolsas CBOE, NYSE e Nasdaq. Nesta terça-feira, primeiro dia de negócios dos novos fundos, no entanto, os preços de suas cotas recuavam nas bolsas de Nova York.
Apesar da queda no primeiro dia de negócios, Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset, projeta que o preço do ativo será influenciado pelo fluxo de capital para os ETFs de Ether. “Acredito que o que vai ter maior impacto no preço do token de Ethereum será o fluxo diário de captação líquida, como foi com o ETF de Bitcoin. Em linhas gerais, se o novo ETF captar mais de 25% do que foi captado pelos de bitcoin, a reação do mercado tende a ser positiva”, afirmou.
Para Raul Sena, educador financeiro, investidor e fundador da escola de investimentos AUVP, é uma oportunidade para investidores comprarem criptomoedas “de forma muito mais simples, sem precisar entender de tecnologia nem se preocupar com a forma de guardar as moedas, embora o recomendado seja sempre fazer a própria custódia dos criptoativos”.
No Brasil, os ETFs de criptomoedas existem desde 2021. Hoje, já são 14 fundos listados na B3, com diferentes temáticas dentro do universo cripto, que somam R$ 5 bilhões e 180 mil investidores. Neste ano, a bolsa do Brasil lançou também os contratos futuros de bitcoin.
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