EUA criam mais empregos que o esperado e mantém pressão sobre o Fed
Impacto da alta dos juros ainda não chegou ao mercado de trabalho americano que segue aquecido. A taxa de desemprego ficou em 3,7% em novembro
A economia dos Estados Unidos criou mais empregos do que o previsto em novembro e os salários subiram. O resultado pesa nas pressões inflacionárias que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, tenta conter com o maior aperto monetário em quase quatro décadas.
No mês passado, foram criados 263 mil empregos, segundo o relatório do Departamento do Trabalho americano (DOL) divulgado nesta sexta-feira, 02/12. O resultado veio bem acima da expectativa dos analistas que previam a criação de 200 mil vagas. Os dados de outubro foram revisados para cima e mostram a criação de 284 mil vagas em vez das 261 mil divulgadas anteriormente.
+ Inflação ao consumidor nos EUA vem abaixo do esperado em outubro
A taxa de desemprego manteve-se em 3,7%. Já o salário médio por hora aumentou duas vezes mais do que o previsto após uma revisão para cima em relação ao mês anterior. O avanço foi de 0,6%, após subir 0,5% em outubro. Com o resultado, o aumento anual dos salários foi para 5,1% em novembro, de 4,9% em outubro. Em março, os salários atingiram um pico de 5,6%.
A melhora do emprego foi liderada pelo crescimento de vagas em lazer e hotelaria, saúde e governo. Na outra ponta, os empregadores no varejo, transporte e armazenamento e serviços de ajuda temporária demitiram.
Emprego x Juros
A melhora do emprego acende novamente o alerta do Fed sobre a força do mercado de trabalho americano. O avanço em novembro veio apesar do aumento das taxas de juros. Esse descompasso segue sustentando o crescimento dos salários e a percepção dos economistas de que as empresas não devem demitir os trabalhadores em uma possível recessão.
+ Inflação controlada: como os Bancos Centrais definem a taxa de juros
Na quarta-feira passada, 30/11, o presidente do Fed disse que pode começar a reduzir o ritmo de aumentos dos juros “já em dezembro”. Apesar do tom, Jerome Powell, afirmou que será preciso manter as taxas em um território “suficientemente” restritivo por algum tempo para que a inflação volte para a meta de 2%. Autoridades do Fed se reúnem em 13 e 14 de dezembro.