EUA criam vagas de trabalho em outubro, mas ritmo desacelera
Resultado - que se soma ao aumento da taxa de desemprego - dá esperanças aos investidores de redução no ritmo de alta dos juros pelo Fed
A geração de empregos nos Estados Unidos avançou acima do esperado pelo mercado em outubro, mas desacelerou pelo terceiro mês seguido. Do lado do desemprego, a taxa veio maior que o calculado pelos economistas. Esses resultados dão esperanças aos investidores que o Federal Reserve (Fed) – o banco central dos Estados Unidos – comece a reduzir o ritmo de seu aperto monetário.
“O mercado está começando, na ponta, a dar sinais de fraqueza especialmente na qualidade do emprego. O Fed já sinalizou que deve começar a reduzir o ritmo para meio ponto percentual na próxima reunião de dezembro”, afirma Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
O relatório de emprego dos EUA, o payroll, mostrou que a economia americana criou 261 mil postos de trabalho em outubro deste ano. As estimativas dos economistas do jornal The Wall Street Journal era de criação de 205 mil empregos. Os números abaixo mostram a desaceleração pelo terceiro mês consecutivo.
Os segmentos que mais criaram vagas foram: cuidados de saúde, serviços profissionais e técnicos e na manufatura.
CRIAÇÃO DE VAGAS 2022 – EUA*
jul: 537 mil
ago: 292 mil
set: 315 mil
out: 261 mil
*Fonte: U.S. Bureau of Labor Statistics
Taxa de Desemprego nos EUA
O resultado levou a taxa de desemprego para cima em 3,7% em outubro com 6,1 milhões de desempregados. É uma desaceleração em relação ao mês anterior quando a taxa ficou em 3,5%, o que representa 5,8 milhões de americanos sem trabalho.
O mercado de trabalho americano tem resistido às altas dos juros neste ano. As dificuldades de contratação em 2021 – quando a pandemia de Covid-19 obrigou milhões de pessoas a deixarem o emprego – tem pesado na decisão das empresas de demitir.
“O fato do desemprego ter subido tem a ver com pessoas que estão voltando para o mercado de trabalho para procurar emprego e não encontram. É resultado é um dos mais fracos dos últimos meses, está desacelerando”, explica Paulo Gala.
Juros param de subir só em 2023
A expectativa do economista-chefe do Banco Master é que os juros americanos só parem de subir só no ano que vem. Para Paulo Gala, essa decisão passa pelo mercado de trabalho.
“Para o ano que vem, o que a gente vai ver é um Fed parando de subir juros e eventualmente, a criação de vagas zerando. E o desemprego pode até subir um pouquinho mais. Isso é o esperado, especialmente se o juro for a 5%”.
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