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Expectativa de sinais sobre desaceleração dos juros nos EUA pauta mercado

Ata do banco central americano será divulgada no fim da tarde; pela manhã números mais amenos da economia americana animaram o mercado no exterior

Foto apresenta bandeira dos EUA hasteada no Capitólio, em Washington.
Atenção agora se volta para política monetária do país. Foto: Adobe Stock

O mercado financeiro americano começou a quarta-feira, 23/11, no positivo diante da espera dos investidores pelos detalhes da ata de novembro da reunião do Federal Reserve (FED) – o banco central americano – que será divulgada no fim da tarde. As expectativas de sinais mais claros, quanto a uma desaceleração do aperto monetário, foram reforçadas hoje, diante dos dados mais enfraquecidos da economia dos Estados Unidos publicados pela manhã.

Por volta das 13h15, o Dow Jones operava em alta de 0,31%; seguido do S&P 500 que ganha 0,62%; e Nasdaq valorizava 1,10%.

“Hoje é o grande dia para a gente ver o que o FOMC [Comitê Federal de Mercado Aberto dos EUA] vai falar sobre a última reunião em que eles subiram os juros em 0,75 ponto percentual. É também véspera de feriado nos Estados Unidos, o Thanksgiving (Dia de Ação de Graças), o que torna o dia mais movimentando”, comenta o Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Pedidos de seguro-desemprego

O número de pedidos de seguro-desemprego cresceu em 17 mil solicitações na semana terminada em 19 de novembro, na comparação com o período anterior. Foram 240 mil pedidos, segundo o Departamento de Trabalho americano. O número veio acima da expectativa do mercado que projetava 225 mil pedidos.

A média móvel de quatro semanas fechou em 226.750 pedidos, uma queda de 5.500 solicitações em relação ao último recorte. Para os analistas, o resultado aponta um enfraquecimento do mercado de trabalho, o que acende as esperanças que a alta dos juros esteja fazendo efeito no controle da inflação.

Indústria e Serviços

O indicador que mede o ritmo das principais atividades nos Estados Unidos caiu em novembro. Os dados mostram que o ritmo da contração da indústria e dos serviços acelerou em novembro, na comparação com o mês anterior. A queda geral na atividade foi a segunda mais rápida em dois anos – com a inflação, o aumento dos custos de empréstimos e a incerteza na economia pesando sobre a demanda. Os dados são da S&P Global.

índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto, com dados da indústria e dos serviços, caiu de 48,2 em outubro para 46,3 em novembro na leitura preliminar. O PMI de serviços foi a 46,1, ante 47,8 em outubro. Já o PMI industrial também caiu para 47,6, de 50,4 no mês passado.

“As condições de negócios nos EUA pioraram em novembro com a demanda caindo, com o aumento das taxas de juros e a contração da economia em uma taxa anualizada de 1%”, afirmou Cris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global Intelligence, no comunicado após a divulgação.

Sentimento do consumidor

confiança do consumidor americano caiu para 56,8 em novembro, em relação aos 59,9 no mês anterior. Apesar da retração, o resultado veio mais forte do que os economistas esperavam de 54,9. Os dados foram divulgados no início da tarde pela Universidade de Michigan. Para os economistas, o resultado mostra que as expectativas dos consumidores em relação às perspectivas de curto prazo estão desanimadoras.

As expectativas de inflação em novembro mudaram ligeiramente em relação ao mês anterior. Em 12 meses, houve uma redução de 5% em outubro para 4,9% em novembro. Em contrapartida, a inflação de cinco anos subiu para 3% em relação a expectativa anterior de 2,9%.

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Encomendas de bens duráveis

As encomendas de bens duráveis subiram 1% em outubro, em relação ao mês anterior, segundo o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. O resultado veio meio ponto percentual acima do esperado pelos economistas.

A alta de US$ 2,8 bilhões das encomendas no mês passado fecha o terceiro avanço consecutivo. Os equipamentos de transporte tiveram seis altas em sete meses e puxaram o resultado do mês passado.

Imóveis residenciais

As vendas de imóveis residenciais novos avançaram 7,5% em outubro para 632 mil. O resultado é bem maior que em setembro (603 mil) e está bem acima das projeções do mercado de queda 3,8%, a 570 mil unidades.

Já as taxas de hipotecas – tipo de empréstimo para comprar casas – recuou forte pela segunda semana, atingindo uma mínima de dois meses, o que dá um pouco de tração para o abalado mercado imobiliário americano. A taxa do contrato de uma hipoteca fixa de 30 anos caiu 23 pontos base para 6,67% na semana encerrada em 18 de novembro. É a maior queda em 14 anos e vem à medida que aumentam as preocupações com a recessão e a inflação mostra sinais de arrefecimento.

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