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Fed estima nova alta nos juros dos EUA para levar inflação à meta

Ata do FOMC revelou que BC americano acredita que a política monetária mais restritiva está desacelerando a economia, como o esperado, mas que é preciso “proceder com cautela”

Brasão do Sistema de Reserva Federal dos EUA
Símbolo do Federal Reserve System na Sala de Imprensa do FED, nos EUA. Fonte: Adobe Stock.

Em meio a uma economia resiliente, os membros do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, concordaram na sua última reunião que a política monetária americana deve permanecer restritiva, por mais tempo, para levar a inflação à meta de 2%.

A informação consta na ata do encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), divulgada nesta quarta-feira, 11/10.

O documento também mostrou que a maioria das autoridades do Fed vê como “altamente incerta” a trajetória futura da economia americana, apesar de acreditar que a atividade está perdendo força, como o esperado.

O colegiado também afirmou que há necessidade de mais informações que mostrem a perda de ritmo da inflação, para que o Fed “fique mais confiante” de que está no caminho certo.  

Mesmo com a decisão na reunião do mês passado de manter os juros entre 5,25% e 5,50% – maior patamar em 22 anos – 12 dos 19 membros indicaram a necessidade de retomar o ciclo de aperto para mais um ajuste até o final do ano.

“Os dirigentes esperam que os dados que vão chegar nos próximos meses ajudarão a esclarecer até que ponto o processo de desinflação continua e se o mercado de trabalho alcançaria um melhor equilíbrio entre a demanda e a oferta”, diz um trecho da ata.

Importante lembrar que em setembro, a economia americana criou o dobro de vagas do que era esperado pelos analistas.

Para o especialista em câmbio da Manchester Investimentos, Thiago Avallone, a ata mostrou “que os dirigentes do Fed estão muito preocupados com o futuro do aperto monetário”. Segundo ele, existem três pontos de atenção:

  1. O preço das commodities no mercado internacional;
  • As greves sindicais nos Estados Unidos, que podem trazer problemas a vagas de emprego e até na economia local;

“Essa incerteza, a não coerência da evolução da economia americana, acaba trazendo um possível aumento na taxa de juros até o final desse ano”, conclui.

Economia global

Os dirigentes do Federal Reserve também afirmaram no documento que potenciais choques no preço do petróleo no mundo e o impacto de greves nos Estados Unidos podem alimentar uma piora da inflação.

A economia mais fraca da China, dificuldades em estimar o estado dos mercados financeiros e o estresse bancário criam condições ruins para a economia americana.

“Condições de crédito mais restritivas vão pesar na atividade econômica, contratações e inflação. Mas a extensão desses efeitos é incerta”, afirma o documento.

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