Inadimplência cai pelo 2º mês seguido, mas ainda atinge 71,4 milhões de brasileiros
Dívidas com bancos e cartão de crédito em julho tiveram a maior redução em 5 anos, aponta Serasa. mDívidas com bancos e cartão de crédito em julho tiveram a maior redução em 5 anos, aponta Serasa
Pelo segundo mês consecutivo, o número de brasileiros que não consegue pagar as suas contas em dia desacelerou. Apesar da perda de ritmo, o número de inadimplentes segue em patamares muito elevados.
Em julho, 71,41 milhões de consumidores estavam inadimplentes no país, uma redução de 34,4 mil na comparação com o mês anterior. Segundo o Serasa, é a primeira vez em três anos que duas quedas são registradas em sequência.
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As 265 milhões de dívidas somaram R$ 351 bilhões em julho. Isso representa um valor médio de R$ 4.923,97 devido por cada brasileiro.
A inadimplência atinge 43,72% da população adulta do país, a maioria mulheres (50,4%). Os homens representam 49,6%.
As faixas etárias mais afetadas são as de 41 a 60 anos (35%) e de 26 a 40 anos (34,6%). Os brasileiros acima de 60 anos (18,3%) e até 25 anos (12,2%) completam esse quadro.
Débitos com cartão e bancos desaceleram inadimplência
O menor número de brasileiros com contas atrasadas foi puxado pela queda nos débitos com bancos e cartões de crédito, que passou de 31,13% em junho para 29,53% em julho. Essa é a maior baixa desde janeiro de 2019.
Segundo o Serasa, essa redução está relacionada aos primeiros impactos do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas do governo federal.
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Desde o dia 17 de julho, quando a primeira fase começou a funcionar, R$ 8,1 bilhões em débitos foram renegociadas, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Isso corresponde a 1,296 milhão de contratos e 985 mil clientes bancários.
Também houve redução da inadimplência no varejo para 11,1% em julho, ante 11,44% no mês anterior.
Na contramão ficou o segmento de Utilities (contas de água, luz e gás), no qual a inadimplência avançou de 22,07% para 23,94%. O segmento é seguido pelas financeiras, que registraram alta de 15,2% para 15,29%.
Impacto dos juros do cartão nas dívidas
Mesmo com a queda dos inadimplentes no cartão de crédito, a modalidade segue como vilã das dívidas dos brasileiros.
Um levantamento feito pela chefe de economia da Rico, Rachel de Sá, mostra a evolução da dívida de R$ 1.000 nas quatro modalidades mais comuns no país: crédito rotativo, crédito parcelado, cheque especial e empréstimo pessoal.
Os empréstimos mais caros estão ligados ao cartão de crédito. “Caso você entre em uma dívida de cartão de crédito, é melhor parcelar desde o início, e já saber de antemão o quanto será cobrado mês a mês”, explica a economista.
EVOLUÇÃO DA DÍVIDA – R$ 1000,00 | 1 mês | 6 meses | 1 ano |
Cartão de Crédito Rotativo | R$ 1.150,41 | ** | ** |
Cartão de Crédito Parcelado | R$ 1.094,98 | R$ 1.720,76 | R$ 2.961,00 |
Cheque Especial | R$ 1.073,26 | R$ 1.528,40 | R$ 2.336,00 |
Empréstimo Pessoal | R$ 1.055,50 | R$ 1.382,75 | R$ 1.912,00 |
O pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito só pode ser cobrado por até 30 dias. Passado esse tempo, o banco ou instituição financeira precisa indicar ao cliente uma modalidade de parcelamento mais barata, que no caso é o parcelamento no cartão.
Porém, uma melhor opção seria negociar um empréstimo pessoal, que oferece juros menores. “Ao negociar um empréstimo a instituição financeira passa a ter mais informações sobre o cliente, suas condições financeiras e profissionais, e não precisa considerar que esse dinheiro não será pago nunca”, conclui Rachel de Sá.
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