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Inflação nos EUA em março é a menor em quase dois anos

Preços ao consumidor tiveram alta de 5% em 12 meses, menor valor desde maio de 2021. Diante do resultado, expectativa do mercado é de manutenção dos juros no patamar atual

Dólar. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O indicador mostrou uma desaceleração em relação ao resultado do mês anterior. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A inflação dos Estados Unidos registrou um leve aumento em março, mas mostrou sinais de moderação. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve alta de 0,1% no mês passado, após aumentar 0,4% em fevereiro. Os dados são do Departamento do Trabalho americano e foram divulgados nesta quarta-feira, 12/04.

O número veio abaixo da projeção dos analistas, de alta na casa dos 0,2%. “O índice de habitação foi, de longe, o que mais contribuiu para o aumento mensal de todos os itens. Isso mais do que compensou o declínio no índice de energia, que caiu 3,5% no mês. O índice de alimentos permaneceu inalterado, com o índice de alimentação em casa caindo 0,3%”, diz o comunicado.

No acumulado de 12 meses, a inflação americana registrou alta de 5%, também abaixo da expectativa de 5,1%. Esse é o menor patamar desde maio de 2021. O indicador mostrou uma desaceleração em relação ao resultado de fevereiro (6%) e janeiro (6,4%). A meta de inflação estabelecida pelo Federal Reserve (Fed) é de 2%.

INFLAÇÃO – ESTADOS UNIDOS (12 MESES)

Fonte: U.S. Bureau of Labor Statistics

O sócio fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa, afirma que a perda de ritmo da inflação americana dá ao banco central americano espaço para interromper o aumento na taxa de juros, que estava previsto para o próximo mês. Os juros nos EUA estão na faixa entre 4,75% e 5% ao ano.

“O mercado vai começar a questionar essa previsão de aumento dos juros em 0,25 pontos percentuais. Se o avanço não vier, vai se começar a entender até que níveis de juros a gente vai. Os mercados devem responder positivamente na curva de juros americana e isso também é bom para o Brasil”.

Apesar dessa expectativa, o relatório do Departamento de Trabalho dos EUA destacou que, embora vislumbre uma desinflação à frente, há uma rigidez dos preços no país, principalmente no setor de serviços.

Importante notar também que o mercado de trabalho ainda forte e as mais recentes turbulências bancárias ainda pesam sobre a economia. Esses dois pontos ainda podem levar o Fed a subir os juros pelo menos mais uma vez antes de uma pausa prolongada.

Núcleo de inflação dos EUA

O núcleo da inflação americana – que exclui preços de itens voláteis como energia e alimentos – veio em linha com o esperado e caiu para 0,4%. O índice ficou abaixo dos 0,5% de fevereiro e voltou para o mesmo patamar de janeiro. Esse indicador é o mais observado pelo mercado no cálculo das expectativas de inflação.

Segundo o Departamento de Trabalho americano, na comparação anual o núcleo ficou em 5,6% – um ritmo ligeiramente mais rápido em relação com os 5,5% de fevereiro. É a primeira vez em mais de dois anos que o núcleo ficou acima da inflação geral. Em março de 2022 os preços de energia dispararam após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

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