Notícias

Mercado eleva previsão de crescimento para 2,56% em 2023, após avanço do PIB no 2º tri

Estimativa de inflação subiu para 4,92% neste ano, acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 4,75%. Para 2024, projeção do IPCA avançou para 3,88%

O mercado financeiro elevou a expectativa para o crescimento da economia brasileira em 2023 após o Produto Interno Bruto (PIB) do 2º trimestre crescer 0,9%, bem acima do esperado pelos analistas.

Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 04/09, o PIB brasileiro deve encerrar 2023 com alta de 2,56%, ante os 2,31% esperados na semana passada.  

Algumas casas de análise apostam numa melhora ainda maior da economia brasileira neste ano, assim como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ambos declararam na semana passada que o PIB brasileiro deve chegar bem próximo de 3%.

“A gente fica feliz que as projeções do início do ano, de crescimento superior a 2%, estão sendo superadas”, disse Haddad.

“A gente tem descrença com relação ao PIB brasileiro, mas viemos de 15 meses de surpresas positivas. Isso mostra que reformas econômicas podem ter começado a fazer efeito [na atividade]”, completou o dirigente do BC.

O economista, André Perfeito, afirma que ainda há espaço para melhora adicional nas projeções para a economia brasileira. “Minha estimativa é de 3% para este ano e de 2% para o ano que vem”.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país num determinado período.

Para 2024, o Focus mostrou uma leve desaceleração na projeção de crescimento da economia, de 1,33% para 1,32%. Para 2025, a estimativa permaneceu em alta de 1,90%.

O Focus é publicado às segundas-feiras. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor corrigir ou confirmar estratégias.

Expectativa de inflação volta a acelerar

A expectativa de inflação para 2023 subiu de 4,90% para 4,92%, acima do teto da meta perseguida pelo BC, que é de 4,75%. A meta de inflação deste ano é de 3,25% e pode oscilar até 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

Essa elevação ainda é reflexo do reajuste no preço da gasolina e do diesel para as distribuidoras, implantado pela Petrobras.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, a estimativa de inflação subiu de 3,87% para 3,88%. Para 2025, se manteve em 3,50%.

As projeções para os dois anos seguem acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% para os dois anos. Ela será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Para André Perfeito, o fim da melhora nas projeções para o IPCA pode reverter aos poucos as convicções no mercado que Banco Central irá levar a Selic para abaixo de dois dígitos em 2024.

“Não quero dizer com isso que haja um problema inflacionário no horizonte, mas apenas apontar que o mercado está mais otimista que o razoável dentro dos seus próprios parâmetros de análise. Está evidente, por exemplo, que o resultado fiscal do ano que vem será menor que o desejado por parte dos economistas”, concluiu.

Selic deve fechar 2023 em 11,75% ao ano

Os economistas do mercado financeiro mantiveram as estimativas para a taxa básica de juros até 2025.

Para 2023, o mercado projeta uma Selic em 11,75% ao ano. Hoje, a taxa básica está em 13,25%.

Para 2024, a estimativa para a taxa básica de juros seguiu em 9% ao ano, enquanto em 2025 permanece estável em 8,5%.

Dólar deve fechar o ano abaixo dos R$ 5

A estimativa para o dólar no fim de 2023 permaneceu em R$ 4,98. Para o fim de 2024, a moeda americana ficou estável em R$ 5. Para 2025, permaneceu em R$ 5,10.

Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.