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Ata do FED sinaliza mais aumentos de juros com inflação persistente nos EUA

Nenhuma das autoridades do banco central americano previu cortes de juros em 2023

Brasão do Sistema de Reserva Federal dos EUA
Símbolo do Federal Reserve System na Sala de Imprensa do FED, nos EUA. Fonte: Adobe Stock.

O Federal Reserve (Fed) divulgou nesta quarta-feira, 04/01, a ata de sua última reunião de política monetária realizada entre os dias 13 e 14 dezembro de 2022. No documento, os dirigentes do banco central americano se mostraram determinados em levar a inflação para a meta de 2%, mesmo sob o risco de aumentar o desemprego e desacelerar o crescimento. Diante dessa decisão, nenhum dos integrantes previu cortes de juros em 2023.

“Uma política restritiva precisaria ser mantida até que os dados fornecessem confiança de que a inflação está em uma trajetória descendente sustentada para 2%, o que provavelmente levará algum tempo”, afirma um trecho da ata.

Os Estados Unidos passam pelo maior ciclo de aperto monetário em mais de quatro décadas. Os analistas do mercado financeiro até contavam com cortes nas taxas de juros no segundo semestre de 2023, previsão que não deve se concretizar de acordo com a ata divulgada hoje.

Para uma parte dos dirigentes do FED, a economia americana pode entrar em recessão ainda neste ano. O principal motivo é que a inflação está mais persistente do que o esperado e pode provocar uma resposta monetária mais rígida. A guerra na Ucrânia foi um dos eventos citados pelo Fed como um potencial risco de alta para os preços.

“Choques negativos inesperados e gasto fraco de consumidores também figuram entre os potenciais fatores de baixa para a atividade nos EUA”, explica a ata.

Em uma entrevista coletiva após a divulgação do documento, o presidente do FED afirmou que o comitê tem “mais trabalho a fazer”. Jerome Powell disse ainda que a restauração dos preços estáveis exigirá “suavismo” nas condições do mercado de trabalho.

Em dezembro do ano passado, o Fed aumentou em 0,50 ponto percentual a taxa básica dos juros dos Estados Unidos para o intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. O resultado reduziu o ritmo do aperto monetário após quatro altas consecutivas de 0,75 ponto percentual.

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