Na véspera do ‘tarifaço’ de Trump, Ibovespa B3 é puxado por ações locais e sobe 0,68%; dólar cai e vai a R$ 5,68
Veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta terça-feira (1º) e o que movimentou os ativos
Às vésperas do dia em que o presidente americano, Donald Trump, pretende anunciar tarifas recíprocas, o mercado acionário local registrou uma sessão de menor liquidez, o que ajudou a incrementar a volatilidade na sessão. Depois de subir até os 131.982 pontos, o Ibovespa B3 perdeu força durante a tarde, em meio a uma alta mais contida de algumas blue chips de bancos.
No fim do dia, o índice encerrou em alta de 0,68%, aos 131.147 pontos. Na mínima do dia, ele chegou a bater os 130.081 pontos. O volume financeiro do índice foi de R$ 13,3 bilhões e de R$ 18,0 bilhões na B3.
Ibovespa hoje
O fluxo favorável de investidores estrangeiros para a bolsa também ajudou a elevar os ganhos do índice, em um pregão em que a maior parcela das blue chips registrou alta.
O destaque ficou para as ações da Vale, que subiram 0,86%, em linha com o avanço nos preços do minério de ferro. Da mesma forma, os papéis da Petrobras avançaram. A PN da petroleira teve alta de 0,38%.
Já blue chips de bancos, como as preferenciais do Bradesco, encerraram em leve queda de 0,13%.
Vale lembrar que hoje a B3 divulgou a primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa, com a inclusão dos papéis da Direcional e a retirada das ações da Automob e da LWSA. Novas alterações podem ser feitas até a apresentação da terceira prévia. O portfólio irá vigorar entre 5 de maio e 31 de agosto.
Dólar hoje
O dólar à vista encerrou as negociações desta terça-feira exibindo depreciação contra o real, em um dia em que dados mais fracos da economia americana e indicadores mais fortes da economia chinesa deram força a moedas ligadas a commodities.
Assim, no fechamento da sessão, o real era listado entre as divisas que avançavam contra o dólar, ao lado dos dólares neozelandês e australiano, além da coroa norueguesa e do peso colombiano.
Encerradas as negociações no mercado “spot”, o dólar comercial registrou queda de 0,39%, cotado a R$ 5,6833, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,6728 e encostado na máxima de R$ 5,7322.
Já o euro comercial exibiu desvalorização de 0,60%, a R$ 6,1322.
Perto do fechamento, o índice DXY avançava 0,02%, aos 104,232 pontos.
Bolsas de Nova York
Em um dia marcado pela alta volatilidade, os principais índices acionários de Nova York fecharam sem direção única à espera do anúncio de tarifas recíprocas pelo governo dos Estados Unidos, que será feito amanhã.
Os agentes financeiros também reagiram à divulgação de dados de atividade da economia americana, que intensificaram o temor de desaceleração na economia do país.
No fechamento, o índice Dow Jones caía 0,03%, aos 41.989,96 pontos, enquanto o S&P 500 subia 0,38%, aos 5.633,07 pontos, e o Nasdaq recuava 0,87%, aos 17.449,89 pontos.
Os setores com melhor desempenho foram de consumo discricionário (1,14%), comunicação (1,02%) e tecnologia (0,95%). Apenas saúde (-1,75%) e finanças (-0,16%) terminaram no negativo.
A incerteza causada pela política comercial dos Estados Unidos potencializou os temores de uma recessão e levaram os agentes financeiros a uma realocação de portfólios globalmente. Neste contexto, os mercados americanos operaram voláteis à espera do ‘Liberation Day’.
No front de dados, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial dos Estados Unidos caiu de 50,3 em fevereiro para 49,0 em março, indicando contração, de acordo com a leitura do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês).
Já o relatório Jolts sofreu poucas alterações em fevereiro e somou 7,568 milhões, o que representa uma queda em relação aos 7,762 milhões de postos que estavam abertos em janeiro. Ainda assim, os dados são anteriores à guerra comercial.
Bolsas da Europa
Os principais índices de ações da Europa fecharam em alta nesta terça-feira (1), recuperando parte das perdas das últimas sessões, com impulso dos dados de inflação e de atividade do setor industrial da zona do euro.
No fechamento, o índice Stoxx 600 subiu 1,08%, aos 539,66 pontos, o FTSE 100, da Bolsa de Londres, anotou alta de 0,61%, aos 8.634,80 pontos, o DAX, de Frankfurt, avançou 1,70%, aos 22.539,98 pontos, e o CAC 40, de Paris, escalou 1,10%, aos 7.876,36 pontos.
O índice de preços ao consumidor (CPI, sigla em inglês) da zona do euro registrou alta de 2,2% em março, na base anual, representando uma leve desaceleração sobre os 2,3% registrados em fevereiro, de acordo com a Eurostat.
Já o índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial subiu para 48,6 pontos no mês passado, de 47,6 em fevereiro.
Os investidores questionam qual será o próximo passo do Banco Central Europeu (BCE) na reunião deste mês. A inflação segue acima da meta e a autoridade monetária já realizou 150 pontos-base em cortes desde o início do ciclo de afrouxamento.
Mas há rumores de que os dirigentes estariam cogitando uma pausa diante do aumento de gastos fiscais e as tarifas dos EUA.
Amanhã, o mercado acompanha o anúncio de pacote de tarifas recíprocas do presidente americano Donald Trump, que deve se somar às taxas que ele já anunciou sobre produtos específicos, como automóveis.
A expectativa é de que o comunicado, na quarta (2), traga maior clareza sobre seus planos, mas o mercado deve continuar volátil, à medida que os parceiros comerciais dos Estados Unidos podem dar início a retaliações ou conversas para renegociar.
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