Ibovespa alcança maior patamar intradiário desde agosto de 2021
Mercado brasileiro repercute sinais de desaceleração da inflação nos EUA
O índice Ibovespa marcou a máxima de 123.317 pontos nesta terça-feira (14/11), o maior nível intradiário (operações de compra e venda em um mesmo pregão) de 2023 e maior patamar desde agosto de 2021.
No mês de novembro, até o dia de hoje, o Ibovespa acumula uma alta superior a 9,5%. Segundo cálculos do consultor independente Einar Rivero, a valorização na comparação com o ponto mais baixo do ano, em 23 de março de 2023, é de 25,8%.
Arrefecimento da inflação nos EUA sustenta alta
A alta acontece em reação aos dados de inflação nos Estados Unidos. Segundo números divulgados mais cedo pelo Departamento do Trabalho, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, da sigla em inglês) ficou estável no mês passado na comparação com o anterior. O resultado também indica uma desaceleração em relação ao avanço de 0,4% em setembro e ao 0,6% registrados em agosto.
A taxa de inflação anualizada também perdeu ritmo para 3,2% em outubro, depois de marcar 3,7% em setembro. O valor ficou abaixo do consenso dos analistas. Outra boa notícia é que o chamado núcleo de inflação desacelerou para 4% nos 12 meses terminados em outubro. Essa é a menor expansão desde setembro de 2021.
Isso fez o mercado global reforçar suas apostas de manutenção das taxas de juros norte-americanas. A chance do Federal Reserve (Fed) manter inalteradas as taxas na próxima reunião, que acontece em dezembro, saltou de 85,9% para 95,3%, conforme monitoramento do CME Group.
Acompanhando os sinais positivos nas bolsas globais, os juros dos Treasuries têm queda firme e o dólar se enfraquece de maneira generalizada. Mais cedo, o dólar contra o real bateu a mínima de R$ 4,8486. O DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, cai mais de 1%.
B3 pede à Magazine Luíza esclarecimento sobre suposto aumento de capital de R$ 2 bilhões
Outra notícia que movimenta o mercado brasileiro nesta terça-feira envolve a Magazine Luiza. Mais cedo, circularam rumores de que a varejista avalia fazer um aumento de capital privado da ordem de R$ 2 bilhões. A família Trajano, controladora do grupo, seria responsável por cerca de metade desse montante.
Em teleconferência de resultados pela manhã, os executivos da Magalu negaram a informação. A B3 pediu esclarecimentos à empresa, com o prazo para resposta até quinta-feira, dia 16.
Além da notícia sobre o possível aumento de capital, o balanço do terceiro trimestre da varejista trouxe o reconhecimento de uma inconsistência contábil de quase R$ 830 milhões, recebida com bastante aversão pelo mercado. A ação chegou a desabar 10% nas primeiras horas do pregão.
*Com Agência Estado
Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.