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Treasuries: o que são e como investir nos títulos do Tesouro americano

Com aporte inicial de pelo menos US$ 100 é possível comprar esses tipos de ativos, tidos como seguros em tempos de incerteza

Bandeira dos Estados Unidos tremulando asteada em frente a prédio histórico
Bandeira americana. Foto: Adobe Stock

Giovanna Marinho, especial para o Bora Investir

Em momentos de incerteza, os títulos do tesouro americano, os famosos treasuries, podem ser considerados como uma espécie de refúgio para alguns investidores. Considerados um dos ativos mais seguros do mundo, eles são ainda mais relevantes no contexto geopolítico atual e as previsões da economia americana, segundo economistas, podem impulsionar a procura pelos ativos.

Economista e consultor do Remessa Online, André Galhardo, explica que, assim como no Tesouro Nacional brasileiro, os títulos americanos são utilizados para financiar os investimentos ou as dívidas da União. Em momentos de indefinições globais, segundo ele, os investidores costumam apostar em ouro ou ativos em dólar como os treasuries.“São opções com baixíssimos riscos de mercado, baixíssimos riscos de liquidez e de calote”.

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Quero investir em títulos do tesouro americano. E agora? 

Com US$ 100 é possível captar rendimentos nos EUA. Há duas principais formas de comprar o título público americano. A primeira é a partir da compra de BDRs (Brasilian Depositary Receipts) e a segunda pelos ETFs (Exchange Traded Fund). Os ativos são negociados na B3 e refletem o comportamento da dívida pública.

“Você não vai comprar, especificamente um título público, mas um ativo financeiro que acompanha a movimentação dos títulos públicos americanos”, reforça André Galhardo. 

Impostos e tipos de treasuries 

O economista especialista em investimentos, Igor Queiroz, explica que os pagamentos da maioria dos títulos dos EUA são prefixados, como uma espécie de cupom, permitindo a antecipação semestral dos juros. Ao todo são cinco tipos de treasuries:

  • T-Bills – Investimentos de curto prazo, de um mês a um ano.
  • T-Notes –  Investimentos de dois a dez anos com pagamentos semestrais prefixados. 
  • T-Bonds – Investimentos de 20 a 30 anos com juros semestrais prefixados.
  • Tips – Indexados à inflação com investimentos de 5 a 30 anos e juros pagos semestralmente.
  • FRN– Títulos pós- fixados que tem vencimento de dois anos e são pagos trimestralmente, mas não possuem pagamento de cupons. 

Igor alerta, porém, que esse tipo de investimento não é isento de impostos. De acordo com a Receita Federal, os rendimentos gerados por aplicações em títulos fora do Brasil são considerados ganhos de capital e por isso o próprio investidor precisa recolher o Imposto de Renda (IR) para o governo brasileiro com alíquotas a partir de 15% sobre a rentabilidade, que podem chegar a 22,5%. 

A alíquota aplicada de imposto sobre esses ganhos é calculada em reais (PTAX) de acordo com a diferença entre o valor de compra e o valor de venda título (ganho de capital), seguindo a tabela progressiva abaixo:

Base de cálculo mensal (volume do ganho e cupons)Alíquota
Até R$ 5 milhões15%
De R$ 5 milhões até R$ 10 milhões17,5%
De R$ 10 milhões até R$ 30 milhões20%
Acima de R$ 30 milhões22,5%

Como declarar os investimentos no Imposto de Renda?

Treasuries valem a pena?

Com a manutenção da taxa de juros no país, de 5,25% e 5,50%, confirmada pelo Federal Reserve (Fed) e uma dívida pública de US$ 33 trilhões, a tendência é que haja maior procura pelos títulos para alcançar uma melhor remuneração. “A promessa é que os títulos paguem cada vez mais”, garante André Galhardo.

De acordo com ele, além dos investidores que procuram segurança, quem pretende comprar dólar também pode se beneficiar dos tesouros. “Muitos clientes pensam: vou comprar dólar para esperar a valorização. Vale a pena? Vale. Mas nesse modelo você vai ter a remuneração dos recursos por uma taxa predefinida e ainda vai ter o ganho cambial”, defende o economista.

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