Ibovespa fecha com oitava alta semanal seguida, maior sequência desde 2017; dólar sobe
IGP-10 e IBC-Br foram os indicadores econômicos analisados pelo mercado nesta sexta (16)
Mesmo com a queda diária nesta sexta-feira (16), o Ibovespa emplacou alta na semana, a oitava alta semanal seguida, a maior sequência desde 2017, com avanço de 1,49% no período. No dia, o índice mais importante da bolsa caiu 0,42%.
Com a queda desta sexta, o Ibovespa perdeu seu patamar de 119 mil pontos, recuando para 118.722 no final do pregão.
O índice encaminhou duas altas consecutivas entre quarta e quinta depois de um recuo na terça-feira (16), que havia interrompido uma sequência de sete valorizações.
“No pregão de hoje, tivemos vencimento de opções, que sempre traz uma volatilidade adicional aos principais papéis” explica Apolo Duarte, head de renda variável e sócio da AVG Capital.
“Isso é normal depois do movimento de alta intenso como a gente teve nas últimas semanas”, completa Duarte.
Juros
Na curva de juros, o mercado apresenta uma leve queda na maioria dos vértices. Os vértices até 2030 em torno de 0,6, 0,7 de queda. E vértices curtos sem grandes alterações. Já os vértices longos acompanhando essas quedas também.
“Já estamos vindo já diversas semanas com esse movimento de queda e isso acontece porque o mercado está precificando quedas de juros lá pra frente. Vemos tendo uma correção na curva faz algum tempo por conta de uma melhora na percepção macro do Brasil”, completa o sócio da AVG.
Dólar
Já o dólar fechou em alta em relação ao real. A moeda norte-americana avançou 0,34%, a R$ 4,81, perdendo força em relação à abertura, quando chegou a estar cotada a R$ 4,84, com alta de 0,72%.
Na quinta, a divisa havia fechado em R$ 4,80, renovando seu menor patamar desde junho de 2022, quando fechou a R$ 4,79.
IGP-10
O Índice Geral de Preços dos dez primeiros dias de junho (IGP-10), medido pelo Ibre-FGV, caiu 2,20%, acentuando a queda dos preços já registrada em maio, quando o recuo foi de 1,53%.
Em 2023, o índice acumula quedas de 4,14%. Em 12 meses, o recuou é de 6,31%, segundo o Ibre-FGV.
Hora de aproveitar os ventos favoráveis
Para os pesquisadores da FVG, é hora de o Brasil aproveitar as mudanças no cenário macroeconômico, mas ainda há ressalva com relação à demanda do governo por uma queda de juros. Segundo José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do FGV IBRE, os resultados positivos na economia vêm da política monetária “a pleno vapor” do Banco Central.
“O juro real de política monetária atingiu um pico de 8,4% no final do ano passado, hoje está em torno de 7,7%. Isso significa um custo enorme, e é exatamente por isso que precisamos convencer governo e sociedade da importância de se combater a inflação”, diz o pesquisador.
Atividade econômica melhora, diz BC
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,56% em abril, sem levar em conta efeitos sazonais. No mês anterior, o resultado havia sido negativo: -14%, segundo números atualizados nesta sexta-feira, 16).
Com isso, o índice passou de 147,50 pontos em março para 148,33 pontos na série dessazonalizada. Este é o melhor resultado desde dezembro de 2013, quando o IBC-Br bateu 148,75.
As expectativas do mercado eram de estabilidade, no intervalo de queda de 1,50% a alta de 1,30%, segundo levantamento do Broadcast.