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Prévia do PIB sobe 0,56% em abril, após queda em março

Desempenho do IBC-Br veio acima do esperado pelo mercado. Resultado mostra que a economia brasileira segue resiliente e há espaço para crescer mais

Calculadora e dinheiro. Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto). Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), cresceu 0,56% em abril na comparação com março.

O resultado publicado nesta sexta-feira, 16/06, mostra uma melhora da economia brasileira, após uma retração de 0,14% no mês anterior. O desempenho veio acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma estabilidade no índice.

PRÉVIA DO PIB, IBC-BR (MÊS A MÊS)

Fonte: Banco Central

Na comparação com abril do ano passado, o nível de atividade econômica apresentou um crescimento de 3,31%. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, a alta é ainda maior: 3,88%. Em 12 meses, a prévia do PIB avançou 3,43%, índice considerado mais estável que a medição mensal.

A economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, afirma que o desempenho acima do esperado mostra que a economia brasileira segue bastante resiliente.

“Esse crescimento deve manter o tom de mais otimismo. Ele vem também para confirmar a melhora recente das projeções de avanço da economia brasileira feita pela maioria dos economistas. Provavelmente, vamos seguir assim até o final do ano”.

+ Setor de serviços recua 1,6% em abril, pior que o esperado

Na média móvel trimestral do índice, que é usada para captar tendências, o IBC-Br teve alta de 1,01% em relação aos três meses encerrados em fevereiro, segundo o Banco Central.

Para o economista e professor da FAC-SP, Denis Medina, alguns estímulos vindos do governo e a queda dos combustíveis ajudaram na melhora da economia nos quatro primeiros meses do ano.

“A Petrobras reduziu o preço dos combustíveis enquanto o governo veio reonerando os impostos, o que deixa o preço mais estável na bomba. Tem os estímulos à indústria automobilística e os programas habitacionais como Minha Casa, Minha Vida. Isso tudo tem ajudado na alavancagem da economia”.

Desempenho dos setores

Em abril, dois dos três setores mais importantes da economia brasileira tiveram resultados negativos.

O pior desempenho veio do setor de serviços, que mais emprega no país, que recuou 1,6%. Ele foi seguido pela indústria que caiu 0,6%. Na contramão veio o comércio, que teve um crescimento modesto em abril e avançou 0,1%.

“Se outros setores também forem estimulados, como comércio e serviços, o crescimento econômico pode ser muito representativo esse ano. A expectativa de baixa dos juros no segundo semestre também pode estimular a atividade econômica, bem como programas do governo, como o Desenrola, de renegociação de dívidas”, conclui Denis Medina.

Nível de atividade

A melhora na perspectiva para a atividade econômica acontece após o forte avanço de 1,9% no PIB brasileiro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi puxado pela agropecuária, que avançou 21,6% no período: a maior alta desde o quarto trimestre de 1996.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país num determinado período. Segundo o último boletim Focus, o mercado financeiro espera para este ano um acrescimento de 1,84% no PIB. Já para 2024 a expectativa é menor, com um avanço de 1,27%.

IBC-BR x PIB

O cálculo do Índice de Atividade Econômica e do Produto Interno Bruto são um pouco diferentes.

O indicador do Banco Central incorpora as estimativas do setor de serviços, indústria e agropecuária, além dos impostos. Contudo, não considera o lado da demanda, que é incorporado ao cálculo do IBGE. A ótica da demanda inclui dados de consumo das famílias, do governo, investimentos, exportações e importações.

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