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Ibovespa fecha dia em alta sem reverter queda semanal

Juros futuros americanos derrubaram ativos de risco e elevou dólar na semana

Ibovespa
O Ibovespa é o principal índice de ações da B3, a Bolsa de Valores do Brasil

O pregão desta sexta-feira, 06/10, iniciou-se em forte queda, mas se recuperou e fechou em alta, com juros futuros em queda e melhora no desempenho das ações de commodities e bancárias. Enquanto isso, o dólar fez o caminho contrário ao do Ibovespa, e terminou o dia no campo negativo.

No início do dia, pesaram sobre os ativos os dados do mercado de trabalho nos EUA, que mostram uma economia ainda aquecida. Isso ainda pode pressionar os juros americanos, tendo em vista que a resiliência do mercado de trabalho tende a manter a inflação em patamares elevados.

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Com a alta dos juros americanos recente, o rendimento dos títulos do Tesouro local estão em níveis historicamente altos, o que favoreceu a migração do dinheiro de investidores do mundo todo para a renda fixa americana ao longo da semana.

Porém, no final do pregão desta sexta, os juros futuros deram um alívio e jogaram as bolsas de Nova York e o Ibovespa para cima.

Ibovespa diário e semanal

Assim, o Ibovespa fechou com alta de 0,78%, a 114.196,63 pontos depois de ter batido mínima de 111.598,57.

Ainda assim, o Ibovespa fechou a semana em queda de 2,06%. No ano, o índice acumula alta de 4,04%.

“Os juros futuros tiveram uma reversão e o dólar caiu após o sentimento de risco internacional melhorar”, diz a Guide em comunicado. “Vale e Petrobras tiveram destaque positivo, enquanto Banco do Brasil e Santander também subiram devido à melhora na recomendação de suas ações”, completa o texto.

Dólar hoje

Simultaneamente, o dólar fechou em queda nesta sexta em relação ao real. A moeda norte-americana desceu 0,14%, a R$ 5,1622. Na máxima, no começo do dia, o dólar chegou a R$ 5,22.

Por outro lado, no cenário externo, o DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a outras moedas importantes, desceu 0,27% nesta sexta, a 106,04 pontos. Na semana, o recuo foi de 0,13%.

Ações em alta

A Kora Saúde volta a figurar entre as melhores da bolsa, depois de consistente alta no pregão anterior. A empresa foi seguida de longe pela construtora e incorporadora Gafisa.

Entre as empresas de grande volume, destaque para o Banco do Brasil, que movimentou quase R$ 1 bilhão na sessão e subiu mais de 4%. Outro entre os grandes bancos que ficou entre as melhores ações do dia foi o Santander.

Veja as cinco ações que mais subiram na bolsa de valores hoje.

  • Kora Saúde (KRSA3) +15,91%
  • Gafisa (GFSA3) +4,26%
  • Banco do Brasil (BBAS3) +4,03%
  • Schulz (SHUL4) +3,67%
  • Santander (SANB3) +3,27%

Ações em baixa

Por outro lado, entre as piores do dia, destaque para a Mobly, de varejo eletrônico, que desceu quase 15%. A Yduqs foi a de maior volume entre as cinco piores do dia. Veja a lista

  • Mobly (MBLY3) -14,89%
  • Recrusul (RCSL4) -9,48%
  • Yduqs (YDUQ3) -7,89%
  • Oi (OIBR3) -7,46%
  • Dasa (DASA3) -6,08%

Os rankings contém ações que movimentaram mais de R$ 1 milhão no dia. As cotações foram apuradas às 17h50, mas podem estar sujeitas a atualizações.

Payroll impacta Ibovespa hoje

O payroll, que fornece os dados oficiais de emprego do país, afetou a bolsa de valores hoje, especialmente no início do dia.

A economia dos Estados Unidos criou 336 mil empregos em setembro, em termos líquidos, segundo dados publicados nesta sexta-feira (6) pelo Departamento do Trabalho do país.

O resultado superou de longe as expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que previam geração de 140 mil a 250 mil postos de trabalho, com mediana em 175 mil.

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Já a taxa de desemprego dos EUA ficou em 3,8% em setembro, inalterada em relação a agosto. Neste caso, o consenso era de queda da taxa a 3,7% no mês passado.

O aquecimento excessivo do mercado de trabalho pode indicar para as autoridades monetárias a necessidade de subir os juros com a finalidade de frear a atividade econômica e conter a inflação.

“Com isso, certamente devemos esperar um discurso mais duro por parte dos membros do Fed e taxas mais altas de juros por mais tempo”, diz Ricardo Jorge, especialista em Mercado de Capitais e sócio da Quantzed.

Inflação nos EUA

No final de setembro, o Departamento do Comércio informou que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 2,5% no segundo trimestre, perdendo força depois de avançar 4,2% no primeiro trimestre.

Em síntese, esse indicador é um dos preferidos para balizar a política de juros no país. Por fim, outro indicador importante, o PIB cresceu 2,1% no 2º trimestre, dentro das expectativas.

Juros americanos impactam Ibovespa

Dessa maneira, dados conflituosos de inflação, crescimento econômico e mercado de trabalho indicam um cenário nebuloso para a próxima decisão de juros nos EUA, que ocorre entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro.

Até então, a expectativa era de manutenção dos juros no patamar atual.

Assim, índices relacionados a ativos de risco, como o Ibovespa, tendem a sofrer na maioria dos mercados.

Com informações do Estadão Conteúdo

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