IPCA: inflação volta a subir puxada pela escalada no preço dos alimentos
O preço dos alimentos e bebidas já subiram 11,21% em 12 meses – bem acima dos 6,47% do índice geral
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, acelerou para 0,59% em outubro. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados nesta quinta-feira (10/11).
A alta veio após três deflações seguidas em julho, agosto e setembro. O avanço foi puxado, principalmente, por alimentos e bebidas que tiveram a maior contribuição individual no índice.
Confira os últimos resultados mensais da inflação:
A inflação acumulada no ano chega a 4,7%. Em 12 meses ficou em 6,47% – bem acima da meta (3,5%) e do teto da meta do Banco Central que é de 5%. Apesar do patamar elevado do IPCA anual, essa é a quarta queda seguida do índice nessa base de comparação.
Alimentos pesam mais
Os preços dos alimentos e bebidas voltaram a pesar no bolso dos consumidores brasileiros. Em outubro, o grupo avançou 0,72%, após registrar uma deflação (-0,51%) no mês anterior. Em 12 meses, comprar comida ficou 11,21% mais caro – bem acima dos 6,47% do índice geral. A alta mensal foi puxada pela alimentação no domicílio que subiu 0,8%.
Os alimentos que mais subiram em outubro foram:
- Batata-inglesa: +23,36%
- Tomate: +17,63%
- Cebola: +9,31%
- Frutas: 3,56%
- Biscoito: +1,34%
- Frango em pedaços: 1,17%
No lado das quedas, o leite longa vida ficou 6,32% mais barato – o item já havia recuado 13,71% em setembro. O óleo de soja caiu pela quinta vez consecutiva e fechou o outubro com deflação de 2,85%.
Comer fora de casa também ficou mais caro no mês passado. O preço da alimentação fora do domicílio cresceu 0,49% e o da refeição subiu 0,61% – segunda alta mensal seguida. Já o lanche seguiu o caminho inverso e teve redução de 0,74% nos preços.
+ Inflação: o que é, como afeta seu bolso e como se proteger
Transportes
O grupo transportes voltou a avançar. O índice passou da queda de 1,98% em setembro para alta de 0,58% em outubro. O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, aponta os dois principais fatores que explicam essa aceleração.
“O que contribuiu para essa alta no mês foram principalmente as passagens aéreas (+27,38%) também foi importante o efeito da redução menor no preço dos combustíveis. A gasolina, por exemplo, tinha caído mais de 8% no mês de setembro e agora a redução foi de 1,56%”.
Também houve recuo nos preços dos transportes por aplicativo, menos 3,13%, que haviam subido 6,14% em setembro. Os preços das passagens de ônibus urbano tiveram uma leve redução de 0,23% – reflexo da queda nos preços das passagens aos domingos em Salvador (-2,99%), válida desde 11 de setembro.
Vestuário e saúde também sobem
Renovar o guarda-roupas também está cada vez mais pesado. O grupo vestuário avançou mais uma vez e subiu 1,22%. Em 12 meses, o grupo já acumula alta de 18,48% – a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA.
“Esse aumento tem acontecido desde a retomada do isolamento. Esse resultado foi puxado pelas roupas masculinas (+1,70%) e femininas (1,19%)”, explica Kislanov.
Em Saúde e cuidados pessoais alta de 1,16%. As maiores contribuições vieram de higiene pessoal (+2,28%) – destacam-se perfumes (5,71%) e artigos de maquiagem (3,90%). Além da alta nos planos de saúde (+1,43%). O resultado é consequência dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98 (planos antigos), com vigência retroativa a partir de julho.
Alta em 8 dos 9 grupos pesquisados
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês passado. “O único grupo com queda no mês de outubro foi Comunicação (-0,48%) puxado para baixo por conta do resultado dos planos de telefonia móvel”, explica o gerente da pesquisa do IBGE.
Veja abaixo as variações de cada grupo em outubro:
- Alimentação e bebidas: 0,72%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,16%
- Transportes: 0,58%
- Vestuário: 1,22%
- Despesas pessoais: 0,57%
- Habitação: 0,34%
- Artigos de residência: 0,39%
- Educação: 0,18%
- Comunicação: -0,48%
Precisa de ajuda para planejar melhor sua vida financeira? Esse curso gratuito do Hub de Educação da B3 sobre Como Organizar suas Finanças pode te ajudar