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Mercado financeiro hoje: arcabouço fiscal concentra atenção de investidores

O ministro da fazenda Fernando Haddad se reúne com o presidente Lula para discutir o tema

Painel de ações na B3. Foto: Divulgação/B3.
Ibovespa mergulha nesta segunda-feira repercutindo expectativas sobre a decisão do Copom de amanhã. Foto: Divulgação/B3.

A semana começa com a divulgação de indicadores americanos. Nesta segunda-feira, 6/3, serão anunciados os pedidos de bens duráveis e encomendas à indústria, às 12h, ambos referentes à janeiro.

No Brasil, os mercados ficam atentos à reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às 10h30, para discutir o novo arcabouço fiscal e o Desenrola, programa de renegociação de dívidas. Ambas as medidas são consideradas fundamentais para as contas públicas e o setor de crédito.

O IPCA de fevereiro, o relatório Caged de janeiro e balanços de várias empresas são esperados nos próximos dias. No exterior, comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, no Congresso dos Estados Unidos, que será sabatinado no Congresso amanhã e quarta-feira, e da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, estão entre os destaques.

A agenda traz ainda o relatório mensal de empregos (payroll) dos Estados Unidos, os índices de inflação ao consumidor (CPI) da Alemanha e China e decisões de juros de bancos centrais do Japão, Canadá e Austrália.

Sinais de maior juros nos EUA

Os futuros dos EUA estão em leve alta. Na Ásia, as bolsas sofreram após investidores repercutem a nova meta de crescimento anunciada pela China para este ano, em torno de 5%. O anúncio acontece depois do avanço de 3% de 2022, seu segundo pior desempenho desde pelo menos a década de 70. Commodities como o minério de ferro e o petróleo operam em baixa, preocupados com a demanda da segunda maior economia do mundo.

Na Europa, as bolsas registram alta, mas as vendas no varejo subiram menos que as previsões em janeiro. Para o economista-chefe do BCE, Philip Lane, pressões na inflação sugerem que o BCE deve elevar mais os juros depois de março.

Há grande expectativa pelos comentários de Powell e o anúncio do relatório de empregos (payroll) após declarações de dirigentes distritais do Fed no fim de semana. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou que provavelmente será necessária uma política de maior aperto monetário, por um período mais longo. E o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, relatou que os dirigentes do BC americano projetam altas adicionais nos juros e que não antecipam cortes ainda neste ano.

Cautela com medidas políticas no Brasil

A cautela nas bolsas americanas e a queda do petróleo em meio a preocupações com a economia da China podem pressionar o Ibovespa e as ações da Petrobras em meio a temores de interferência política na política de paridade de preços e de distribuição de dividendos da estatal.

Investidores brasileiros devem repercutir os desdobramentos da reunião do presidente Lula com Haddad. De acordo com Haddad, a ideia é que o novo arcabouço seja anunciado ainda em março para que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) seja enviado com a nova regra fiscal, evitando “retrabalho” por parte do Congresso. A equipe econômica decidiu antecipar a apresentação da nova regra fiscal para antes da próxima reunião do Copom, marcada para os dias 21 e 22, apurou o Globo.

Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, a B3, encerrou a última sessão da semana em alta contida após um dia positivo. Após cinco pregões de recuo, o índice passou por um reajuste técnico – quando os investidores aproveitam os baixos preços para comprar ações. Quem liderou os ganhos foi a Petrobras, em alta de 4,10%.

*Com informações da Agência Estado

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