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Mercados financeiros hoje: exterior amplia otimismo com Fed e investidor local repercute Copom

No Brasil, a oito dias do início do recesso parlamentar, o noticiário fiscal ganha relevância

Decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE) são aguardadas pelos mercados nesta quinta-feira. Entre os indicadores, destaque para as vendas no varejo no Brasil, Estados Unidos e China.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discursa na abertura da Trilha Financeira do G20, que está sob a presidência brasileira, e deve trabalhar depois junto ao Congresso na articulação da aprovação da agenda econômica.

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Bolsas no exterior seguem em alta

O dólar e os rendimentos dos Treasuries ampliam perdas, com o juro da T-Note 10 anos abaixo de 4%, após ontem já ter tocado mínimas desde agosto, após a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de reduções nos juros no próximo ano.

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O petróleo e as bolsas estendem também o otimismo e operam em alta. Os índices futuros de Nova York ampliam os ganhos do mercado à vista ontem, quando o Dow Jones renovou máximas históricas.

Um apetite por risco predomina também na Europa, com expectativas dos analistas de que o BCE e o BoE sigam os passos do Fed e mantenham hoje os juros inalterados em, respectivamente, 4% e 5,25% ao ano. Trata-se do nível mais alto da taxa básica na região desde o lançamento do euro, em 1999.

Ontem à tarde, o mercado ampliou apostas em cortes mais agressivos nos EUA em 2024, depois do Fed deixar os juros inalterados em 5,25% a 5,50%, rebaixar suas projeções para inflação e juros nos próximos anos e do seu presidente, Jerome Powell, assumir que discussões preliminares aconteceram ontem sobre possíveis cortes nas taxas de juros.

A probabilidade de o primeiro corte vir já em março subiu de 46,7% antes da decisão para 72,7% no fim de tarde, de acordo com monitoramento do CME Group. A chance de cortes acumulados de 150 pontos-base até o fim de 2024 também avançou, de 19,1% a 34,9% – tornando-se, por ora, o cenário mais provável.

No Brasil, mercado ajusta posições depois do Copom

Os mercados devem se ajustar hoje ao tom conservador no comunicado da decisão de ontem do comitê, que cortou pela quarta vez consecutiva a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 12,25% para 11,75% ao ano.

Também devem repercutir os dados de varejo em meio ao quadro externo positivo, que tende a ecoar ainda na Bolsa local e câmbio após a mensagem suave do Fed que pode compensar o tom conservador no comunicado do BC.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a sinalização do Copom prepara os investidores brasileiros para um ciclo de crescimento mais sustentável, com baixa inflação e baixo desemprego.

O recuo dos rendimentos dos Treasuries e do dólar em meio aos sinais mistos de commodities, com alta firme do petróleo mas queda do minério de ferro na China, podem influenciar ainda a precificação na renda fixa e no câmbio.

A oito dias do início do recesso parlamentar, o noticiário fiscal ganha relevância. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 foi aprovada nesta quarta-feira, 13, na Comissão Mista de Orçamento (CMO), permitindo que os investimentos das estatais no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em um valor de R$ 5 bilhões, fiquem fora da meta fiscal bem como o seguro rural. O texto vai agora para o plenário do Congresso e, de acordo com o relator, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), pode ser incluído já na sessão conjunta desta quinta-feira, 14. O relator fez alterações ao texto da lei que, na prática, inviabilizam seu uso, pelo governo, para se chegar à meta de zerar o déficit nas contas públicas no ano que vem, avalia a equipe de técnicos da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara.

Também é possível que ocorra hoje a votação do relatório da Medida Provisória (MP) da Subvenção do ICMS pela Comissão Mista. O relatório da MP foi apresentado ontem e bem recebido no Ministério da Fazenda, disseram fontes ao Broadcast. O relatório da MP da subvenção incluiu “jabutis” que alteram a lei das offshores sancionada ontem pelo presidente Lula.

*Agência Estado