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Copom reduz Selic a 11,75% e sinaliza novos cortes de 0,5 p.p. nas próximas reuniões

Parte do mercado esperava sinalização de uma possível aceleração do ritmo

Fachada do prédio sede do Banco Central do Brasil.
Banco Central liberou consulta para valores deixados em bancos comerciai e outras instituições financeiras Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu reduzir a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, em 0,50 ponto porcentual na reunião encerrada nesta quarta-feira, 13/12. Agora, a taxa dos juros básicos do País está em 11,75% ao ano.

Selic a 11,75%: o que fazer com seus investimentos?

É a quarta vez que o comitê opta por reduzir a taxa em 0,50 p.p. A decisão de hoje foi unânime entre os nove integrantes do colegiado, que também concordaram que a próxima reunião deve trazer uma nova redução – também em 0,50 p.p. – caso o cenário atual se mantenha.

A decisão atendeu às expectativas da maior parte do mercado, que já previa o novo corte neste encontro. Na última edição da pesquisa Focus do Banco Central, o mercado financeiro manteve a projeção de que 2023 deve encerrar com uma Selic a 11,75%.  A próxima reunião do Copom será em 30 e 31 de janeiro.

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O Bacen destacou que o ambiente externo está menos adverso do que na reunião anterior, em novembro. Nesse ponto, o comunicado destaca “o arrefecimento das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos” e os “sinais incipientes de queda dos núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países”.

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“A inflação cheia ao consumidor, conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, com destaque para as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes. As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,5%, 3,9% e 3,5%, respectivamente”, justifica o comunicado.

Qual a avaliação do mercado sobre o comunicado?

Com a decisão já amplamente aguardada, o foco foi para o conteúdo do comunicado, segundo Jayme Carvalho, economista-chefe da SuperRico. “A sinalização é de que o ritmo de queda permanecerá o mesmo até a próxima reunião no final de janeiro de 2024”, diz.

Para Rachel de Sá, chefe de Economia da Rico, o comunicado trouxe um tom um pouco mais duro do BC, ao sinalizar a manutenção do ritmo de cortes nas próximas reuniões.

“A decisão não surpreendeu ninguém, mas o que chama a atenção é que esse comunicado foi muito parecido com o anterior, o que dá uma impressão levemente hawkish”, diz. “Havia expectativa de parte do mercado de que o Copom traria uma sinalização de aceleração do ritmo de cortes para a próxima reunião, e não foi o que aconteceu. O Copom sinalizou bem claramente que nas próximas reuniões vai continuar com cortes no mesmo ritmo, ou seja, de 0,5 p.p.”

As alterações do comunicado foram marginais, na avaliação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa. “A reancoragem segue sendo entrave para afrouxamento mais extremo da taxa de juros”, disse.

A decisão de hoje, bem como as atualizações do Comitê, demonstram um Banco Central prudente e conservador, que optou por evitar o risco de atrair volatilidade adicional no atual desafio de relaxamento monetário, segundo Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.

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