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Fed mantém juros conforme o esperado, mercado reage positivamente e bolsas batem máximas

Após o comunicado, as bolsas bateram as máximas e o dólar se enfraqueceu frente às principais moedas. Percepção é de que Fed deve iniciar corte de juros em 2024

Brasão do Sistema de Reserva Federal dos EUA
Símbolo do Federal Reserve System na Sala de Imprensa do FED, nos EUA. Fonte: Adobe Stock.

Em sua última reunião do ano, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) decidiu pela manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos no patamar entre 5,25% e 5,50%. O movimento já era amplamente esperado pelo mercado, que procurou nos comunicados e na fala de Jerome Powell, o presidente do Fed, sinalizações sobre os próximos passos para a política monetária norte-americana.

A percepção é a de que a decisão de hoje solidifica o caminho para uma queda nas taxas já em 2024. Segundo levantamento do CME, o mercado passou a estimar 72,2% de chance de o Fed realizar o primeiro corte do ciclo em março.

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Reação do mercado

O mercado reagiu com otimismo após a decisão e o discurso de Powell. No Brasil, o Ibovespa acelerou ganhos e chegou a tocar os 129 mil pontos, perto da máxima histórica de fechamento. Quase todas as ações do índice operam no território positivo. O dólar cai quase 1% contra o real. A moeda norte-americana perde força globalmente. A leitura é que a decisão consolidou a provável redução dos juros no ano que vem.

No exterior, as bolsas de Nova York também tocaram máximas. O índice S&P500 chegou ao nível mais alto desde janeiro de 2022. Os juros futuros ampliaram a queda, com a taxa da T-Note de dez anos negociando abaixo dos 4,10%.

O que sinaliza o comunicado do Fed

O Fomc destacou que está fortemente comprometido a atingir o nível máximo de emprego e de retornar a inflação à taxa de 2% ao longo prazo. No comunicado, os dirigentes afirmam também que irão considerar os efeitos defasados dos juros e a inflação, bem como os fatores econômicos e financeiros para determinar a extensão de um eventual reforço adicional da política monetária.

“O Comitê está preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir o alcance dos objetivos”, indica comunicado.

Os dados recentes sugerem que a atividade econômica dos EUA desacelerou do ritmo forte no terceiro trimestre, disse o Federal Reserve no documento. Os ganhos de emprego moderaram desde o início do ano, mas permanecem fortes, e a taxa de desemprego permaneceu baixa.

A inflação diminuiu ao longo do ano, mas segue elevada e acima da meta, apontou o Banco Central dos EUA.

Já o sistema bancário americano continua resiliente e seguro, na visão dos dirigentes. Condições financeiras e de crédito mais apertadas para famílias e emprego deverão pesar sobre inflação, atividade e contratações, afirma o Fed. A extensão desses efeitos continua incerta, pontua. O Comitê ressalta que continua “altamente atento a riscos inflacionários”.

Porta aberta para novas altas

Durante coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que os juros nos EUA já chegaram ou estão perto do pico. No entanto, ele apontou que a autoridade monetária ainda não descarta de todo a possibilidade de voltar a subir a taxa. “Estamos preparados para apertar ainda mais a política, se for apropriado”, afirmou.

Powell reforçou que as decisões têm sido tomadas “reunião a reunião”, com base nos dados disponíveis e nas perspectivas para a inflação e a atividade econômica. O presidente do Fed também afirmou que o Comitê tem “discussões preliminares” sobre a possibilidade de redução nos juros, que têm sido feitas com cuidado.

*Com Agência Estado

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