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Mercados financeiros hoje: investidores ajustam posições depois do Copom e com foco em meta fiscal

No exterior, bolsas têm sinais mistos à espera de dados sobre mercado de trabalho nos EUA

Gráfico de barrar em um terminal de análise financeira
IPCA-15 desacelerou para 0,51% em maio – após 0,57% em abril, abaixo da mediana de projeções coletadas pelo Investing.com de 0,64%

Os mercados já se posicionam para a divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll de outubro, após a manutenção de juros pelo Fed na quarta-feira. Leituras do índice de gerentes de compras (PMI) da China e dos EUA e comentários de membros dos bancos centrais americano e inglês também serão monitorados.

+ Foco no cenário externo e dúvida sobre taxa terminal: saiba a reação do mercado ao Copom

Com a agenda vazia no Brasil, as atenções se voltam para a possível mudança da meta de inflação de 2024 e a tramitação das medidas arrecadatórias no Congresso, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se com ministros das pastas de infraestrutura para fazer um balanço do que já foi feito no Novo PAC este ano.

Exterior espera divulgação do payroll

As Bolsas estão mistas na Europa após o Banco da Inglaterra manter os juros em 5,25% pela segunda vez seguida ontem e do balanço do Société Générale, com forte queda no lucro, porém, ainda acima das expectativas.

A libra reduziu perdas ante o dólar, reagindo ao PMI de serviços do Reino Unido, que subiu a 49,5 em outubro, superando as previsões. Também o euro sustenta ganho frente ao dólar, depois de comentários de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE). Pablo Hernández de Cos reafirmou ontem que ainda é “absolutamente prematuro” discutir cortes de juros, e que as incertezas exigem postura dependente de dados. Já Isabel Schnabel afirmou que os dirigentes “não podem fechar as portas para novas altas de juros”, diante das incertezas que rondam o processo de desinflação na zona do euro.

Em Nova York, não há direção única entre os Treasuries e os futuros de ações, sob efeito do balanço da Apple, que ampliou lucro mas registrou queda na receita pelo quarto trimestre consecutivo.

Há um compasso de espera pelo payroll, dois dias após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deixar seus juros inalterados pela segunda vez consecutiva. A expectativa é de que um crescimento mais suave do que o esperado poderia eliminar completamente a expectativa de nova alta nos juros do Fed em 2023, incentivando maior queda dos juros dos Treasuries e dólar.

Na China, o PMI de serviços avançou levemente em outubro, a 50,4, mantendo-se acima da barreira de 50 que indica expansão e contrastando com o PMI industrial, que está abaixo desse nível.

O petróleo está instável, com viés de baixa há pouco, após altas de mais de 2% ontem com as expectativas de que os ciclos de aperto monetário no mundo estejam chegando ao fim e investidores de olho no conflito geopolítico no Oriente Médio.

No Brasil, mercado repercute mudança da meta fiscal

Os mercados podem ter abertura positiva, se ajustando ao bom humor geral em Wall Street durante o feriado local, após a manutenção dos juros pelo Fed, BoE, e de indicadores mais fracos do mercado de trabalho americano, que reduziu expectativa de nova alta de juros este ano.

As considerações do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira sobre o cenário externo devem também atrelar ainda mais a reação dos ativos domésticos, em especial os juros futuros, ao ambiente internacional na reabertura dos negócios.

Os sinais mistos dos Treasuries e a queda do dólar podem aliviar os ajustes iniciais nos mercados de juros e câmbio.

Os investidores devem repercutir também a notícia de que o governo já decidiu que mudará a meta fiscal de 2024 para um déficit primário de 0,5% do PIB por meio de uma emenda ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que será apresentada no dia 16 de novembro.

Uma mudança na meta poderá afetar os próximos passos do Copom. O colegiado do Banco Central baixou a taxa Selic a 12,25% na quarta-feira, como era esperado, indicando novos cortes nas próximas reuniões e destacando que o governo deveria buscar ‘metas fiscais já estabelecidas’.

*Agência Estado

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