Mercados financeiros hoje: Powell, Campos Neto e reforma tributária concentram atenções
Investidores também esperam novidades sobre a meta fiscal do ano que vem
O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, fica no centro das atenções, uma semana após o Fed ter mantido os juros na faixa de 5,25% a 5,50%. As falas de outros dirigentes do Fed também serão monitoradas.
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Aqui, o Senado tem a votação da reforma tributária, palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além do resultado do setor público consolidado e vendas no varejo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em duas reuniões.
Exterior em compasso de espera
A cautela prevalece no exterior, com bolsas em queda na Europa em meio a balanços, alguns bem positivos, e indicadores econômicos, enquanto os futuros de Nova York rondam a estabilidade, mas com viés de baixa.
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As vendas no varejo da zona do euro caíram 0,3% em setembro ante agosto, abaixo da expectativa de -0,2%. Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) desacelerou para 3,8% em outubro, ante 4,5% em setembro, atingindo o menor nível desde agosto de 2021, em linha com as projeções.
O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, disse ontem que a autoridade monetária deve manter as taxas em níveis restritivos por “muito tempo” e que os cortes devem demorar a vir. Segundo Lane, o BCE segue dependente de dados coletivos e de cada país da região.
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Já nos EUA, autoridades do Fed – como Neel Kashkari, chefe da distrital de Minneapolis, e a diretora Michelle Bowman – sugeriram que mais aumentos de juros poderão ser necessários para combater a inflação americana.
Entre os balanços, o Commerzbank mais que triplicou o lucro no 3º trimestre, superando as expectativas. O Crédit Agricole também superou expectativas de lucro e receita no 3º trimestre.
No Brasil, foco segue no Congresso
Além de Powell e Campos Neto, o mercado aguarda hoje a votação da reforma tributária. Ontem o Senado aprovou, por 48 votos a 24, o requerimento de cronograma especial para acelerar a tramitação da reforma na Casa.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Congresso pode promulgar primeiro as partes da reforma tributária que forem consensuais nas votações da Câmara e do Senado.
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Na votação da Câmara, no início de julho, a aprovação com larga folga da reforma teve um efeito positivo no mercado financeiro. Mesmo com novas emendas acatadas, a aprovação da reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado foi comemorada por integrantes da equipe econômica, que avaliam que as alterações no sistema tributário seguem positivas, do ponto de vista de custo e benefício.
Nos mercados, enquanto o Ibovespa pode ter o fôlego limitado pelo exterior, o dólar e rendimentos dos Treasuries mais fortes podem trazer pressão ao câmbio e curva de juros local. Nos juros, o mercado também deve reagir às vendas no varejo e ao resultado do setor público consolidado.
*Agência Estado
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