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O que esperar de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras

Por unanimidade, senador foi referendado pelo Conselho de Administração da Estatal. Para virar definitivo, a indicação precisa passar pela Assembleia de Acionistas, em abril

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira, 26/01, por unanimidade, o nome de Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência da estatal. O senador também assume uma cadeira no conselho – como acontece de praxe – com mandato até 13 de abril 2023, mesmo prazo dos demais integrantes da diretoria. A companhia realiza Assembleia Geral Ordinária (AGO) em abril.

Jean Paul Prates fica com a cadeira no conselho deixada pelo ex-presidente da estatal, Caio Paes de Andrade, que renunciou ao cargo no começo de janeiro.

“A Petrobras informa que seu Conselho de Administração, em reunião realizada hoje, por unanimidade, nomeou o Sr. Jean Paul Terra Prates como Conselheiro de Administração da Petrobras até a próxima Assembleia Geral de Acionistas e o elegeu para o cargo de Presidente da companhia, este último com mandato até 13/04/2023, mesmo prazo dos demais integrantes da Diretoria Executiva da Petrobras. O Sr. Jean Paul Terra Prates tomou posse em ambos os cargos nesta data”, afirmou a estatal em comunicado.

O que esperar de Prates à frente da Petrobras?

Entre os objetivos do senador Jean Paul Prates à frente da Petrobras está levar a companhia a uma posição de liderança na transição energética, a exemplo de outras grandes petroleiras globais.

Um dos protagonistas do marco regulatório da geração de energia eólica offshore, ele pretende inserir a empresa no segmento e voltar a investir na modernização do parque de refino da estatal, visando a produção de energia verde.

O futuro presidente da Petrobras também é autor de outros marcos legais envolvendo a transição energética, como a lei do hidrogênio e a lei que regula a captura e o armazenamento de carbono – CO2. Também atuou como relator do Marco Legal das Ferrovias, das novas leis sobre a produção de biogás em aterros sanitários e a lei de mobilidade urbana sustentável.

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Aumento de preço da gasolina

Começou a valer na quarta-feira, 25/01, o aumento no preço da gasolina para as refinarias, segundo anunciou a Petrobras. O combustível foi reajustado de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro – um aumento de R$ 0,23 por litro que corresponde a uma alta de 7,47%.

Esse foi o primeiro reajuste do ano e do novo governo. A estatal disse, em nota, que “o aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da empresa, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.

A política de preços alinhada ao exterior é alvo de críticas do governo à empresa. No fim do ano passado, o novo presidente da Petrobras afirmou que a discussão de uma mudança nessa política de preços se dará dentro do governo. “Não é a Petrobras que define política de preço [de combustíveis]”.

A Petrobras adota desde 2016 a política de Preço de Paridade Internacional (PPI). Nela o preço dos combustíveis nas refinarias é reajustado conforme a cotação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

Governança da Petrobras

Na última terça-feira, os comitês de Elegibilidade (Celeg) e de Pessoas (Cope) referendaram a indicação de Jean Paul Prates como conselheiro e presidente da Petrobras, com base nas regras de governança da companhia. Essa etapa acontece, após o nome do senador ter passado por análises internas para confirmar a adequação ao cargo, em processos conhecidos como “background check” de integridade (BCI) e governança (BCG).

Esse processo é aplicado a todos os executivos indicados a cargos na alta administração da estatal e consiste no levantamento de documentos para verificar se a indicação atende às exigências legais e à política de nomeações da companhia e da Lei das Estatais.

Prates renuncia ao Senado

Jean Paul Prates renunciou ao mandato de senador pelo PT, representando o Rio de Grande do Norte. A informação foi veiculada pelo Senado. A carta renúncia foi publicada hoje pelo Diário do Senado.

“Ao passo que o cumprimento, sirvo deste expediente para comunicar-lhe, nos termos do art. 29 do Regimento Interno do Senado Federal, a minha renúncia ao mandato de Senador da República pelo Rio Grande do Norte na 55ª e 56ª legislatura”.

No fim do ano passado, Prates utilizou a tribuna do Senado para se despedir dos colegas.

Saiba quem é Jean Paul Prates

O senador indicado à presidência da Petrobras tem 25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais.

Na área pública, Jean Paul Prates atuou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Ele também foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte.       

Em 2014, Prates foi eleito primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (RN) para a legislatura 2015-2022.

Jean Paul Prates é formado em direito na UERJ e economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, se tornou mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania. Na França, concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.

Leia na integra o comunicado da Estatal

A Petrobras informa que seu Conselho de Administração, em reunião realizada hoje, por unanimidade, nomeou o Sr. Jean Paul Terra Prates como Conselheiro de Administração da Petrobras até a próxima Assembleia Geral de Acionistas e o elegeu para o cargo de Presidente da companhia, este último com mandato até 13/04/2023, mesmo prazo dos demais integrantes da Diretoria Executiva da Petrobras. O Sr. Jean Paul Terra Prates tomou posse em ambos os cargos nesta data.

Jean Paul Terra Prates tem 54 anos, é advogado, formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Mestre em Economia e Gestão de Petróleo, Gás e Motores pelo Instituto Francês do Petróleo (IFP School) e Mestre em Política Energética e Gestão Ambiental pela Universidade da

Pensilvânia.

Foi membro da assessoria jurídica da Petrobras Internacional S.A. – Braspetro, editor da Revista Oil & Gas Journal Latinoamericana e Diretor Executivo da Expetro Consultoria em Recursos Naturais Ltda., a maior consultoria de petróleo nacional durante os anos 1990 e 2000, quando coordenou projetos de diversas empresas públicas e privadas, nacionais e internacionais, entidades sindicais e setoriais, e assessorou governos, agências reguladoras e parlamentares em todas as áreas do setor energético.

Como Secretário de Estado de Energia do Governo do Rio Grande do Norte levou o estado à autossuficiência energética e à liderança nacional em geração eólica, além de ter consolidado uma refinaria e usinas termelétricas a gás e biomassa no Estado e construído bases para os projetos de energia solar e eólica offshore.

Como Senador da República pelo Rio Grande do Norte entre 2019 e 2023, dentre outros cargos relevantes, foi membro do colégio de líderes, e Líder no Senado e no Congresso Nacional. Foi Presidente da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia e do Grupo Parlamentar Brasil – Países Árabes. Foi membro de diversas comissões do Senado Federal, como a Comissão de Assuntos Econômicos, a Comissão de Serviços e Infraestrutura e a Comissão de Ciência e Tecnologia. Jean Paul Prates foi também autor de importantes marcos legais envolvendo a transição energética e práticas sustentáveis, tais como a lei que regulamenta as atividades de captura e armazenamento de carbono e a lei da energia offshore. Além disso, atuou como relator do Marco Legal das Ferrovias, das novas leis sobre a produção de biogás em aterros sanitários e a nova lei de mobilidade urbana sustentável.

Foi recentemente reconhecido como um dos três mais influentes no setor de energia renovável no Brasil, e uma das 50 personalidades mais importantes do setor energético mundial, pelas duas principais revistas internacionais especializadas em energia – Recharge (europeia) e Windpower (americana). Também foi eleito um dos 25 mais influentes da indústria eólica mundial pela revista Windpower.