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Saiba quais são os acordos firmados entre Brasil e China; Lula fala em ampliar parceria

Propostas incluem comércio, exploração espacial e comunicação. Presidentes dos países se reúnem e Lula afirma que “ninguém vai proibir que Brasil aprimore sua relação com a China

Lula e Xi Jinping. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Na reunião aberta entre os líderes, Lula afirmou que deseja aprofundar a relação entre os dois países nos próximos quatro anos. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou nesta sexta-feira, 14/04 (fim na madrugada no Brasil) com o presidente da China, Xi Jinping, no Grande Salão do Povo, sede do governo chinês, na Praça da Paz Celestial. Na reunião aberta entre os líderes, Lula afirmou que deseja aprofundar a relação entre os dois países nos próximos quatro anos – e que “ninguém” poderá proibir essa aproximação.

“Ontem fizemos visita à Huawei, em uma demonstração que queremos dizer ao mundo que não temos preconceito em nossas relações com os chineses. Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China”, disse o presidente brasileiro.

A fala vai ao encontro das declarações do governo chinês de que a visita marca “uma nova era” das relações sino-brasileiras. Lula cumpre visita oficial ao país acompanhado de ministros, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e da primeira-dama, Janja.

“Penso que a compreensão que o meu governo tem da China é de que nós precisamos trabalhar muito para criar uma relação Brasil-China que não seja apenas uma relação meramente de interesse comercial. Se bem que o interesse comercial é muito importante”, disse Lula.

O presidente chinês preferiu concentrar as suas declarações nas ambições do país e de como o Brasil e o mundo podem se beneficiar do que chamou de “novo paradigma de desenvolvimento”.

“O Partido Comunista está liderando a nação em um esforço conjunto para transformar a China em um grande país socialista moderno em todos os respeitos e para avançar o rejuvenescimento nacional em todas as frentes por meio de um caminho para a modernização”, afirmou o presidente chinês.

Durante a reunião entre os dois líderes, foram assinados 15 acordos comerciais que tratam principalmente do desenvolvimento e cooperação em áreas como agricultura, exploração espacial, ampliação das relações comerciais e intercâmbio de conteúdos de comunicação. Veja a lista abaixo divulgada pelo governo brasileiro.

Acordos comerciais

Dentre os principais acordos comerciais assinados entre Brasil e China, os dois que mais se destacam são o lançamento conjunto do sétimo satélite – CBERS-6 – e o protocolo que deve ser seguido pelos frigoríficos brasileiros para exportação de carne para a China. O Brasil é o maior fornecedor dos chineses.

1. memorando de entendimento sobre o grupo de trabalho de facilitação de comércio;

2. protocolo sobre o desenvolvimento conjunto do CBERS-6 e ‘acordo-quadro sobre cooperação em aplicações pacíficas de ciência e tecnologia do espaço exterior;

3. memorando de entendimento sobre cooperação em pesquisa e inovação;

4. memorando de entendimento sobre cooperação em tecnologias da informação e comunicação;

5. memorando de entendimento para a promoção do investimento e cooperação industrial;

6. memorando de entendimento sobre o fortalecimento da cooperação em investimentos na economia digital;

7. memorando de entendimento (“MDE”) entre o Ministério da Fazenda do Brasil e o Ministério das Finanças da China;

8. memorando de entendimento sobre cooperação em informação e comunicações entre o Ministério das Comunicações e o da Indústria e Tecnologia da Informação da China;

9. acordo de coprodução televisiva entre os governos;

10. memorando de entendimento entre Grupo de Mídia da China e Secretaria de Relações Institucionais da Presidência do Brasil;

11. acordo de cooperação entre Agência de Notícias Xinhua e Empresa Brasil de Comunicação;

12. memorando de entendimento para a cooperação para o desenvolvimento social e rural e combate à fome e à pobreza;

13. plano de cooperação espacial 2023-2032 entre a Administração Espacial Nacional da China e a Agência Espacial Brasileira;

14. plano de trabalho Brasil-China de cooperação na certificação eletrônica para produtos de origem animal;

15. protocolo sobre requisitos sanitários e de quarentena para proteína processada de animais terrestres a ser exportada do Brasil para a China.

Plano de paz entre Rússia e Ucrânia

Durante o encontro a portas fechadas, os presidentes Lula e Xi concordaram sobre a necessidade de diálogo e negociação para encerrar a invasão da Ucrânia pela Rússia. As informações são da agência de notícias Reuters, a partir de fontes da imprensa estatal chinesa.

O colunista do UOL, Jamil Chade, publicou hoje que negociadores de Brasília e de Pequim se debruçaram na busca de um entendimento sobre uma declaração conjunta que tratasse da guerra na Ucrânia.

Segundo o jornalista, os dois países devem fazer um pronunciamento em defesa da paz. Já o Brasil deve assumir que “valoriza” o plano de paz de Pequim – proposto para lidar com as demandas russas e ucranianas – e a China “reconhecer” os esforços do Brasil para buscar caminhos para promover a paz na Ucrânia.

Questão ambiental

A questão ambiental e às mudanças climáticas também foram pauta da reunião bilateral entre os presidentes do Brasil e da China. Lula chegou a pedir um compromisso da China na questão de transição energética e redução dos gases do efeito estufa.

“Contamos com a China na nossa luta pela preservação do planeta Terra, defendendo uma política climática mais saudável. Em que as pessoas possam respirar ar mais puro e beber água mais limpa. Para isso, é extremamente importante uma transição energética para que a gente possa produzir energia mais limpa, sobretudo eólica, solar, biomassa”, disse.

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