Serviços perdem força no Brasil e demanda diminui nos EUA
Queda na procura e nos investimentos, levou PMI brasileiro para 48,7 pontos em setembro, indicando queda na atividade do setor de serviços
A atividade do setor de serviços no Brasil perdeu força em setembro e passou a indicar uma contração pela primeira vez em sete meses.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor, divulgado nesta quarta-feira, 04/10, registrou uma queda de 50,6 em agosto para 48,7 pontos no mês passado, segundo a S&P Global. Números abaixo de 50 indicam retração do segmento.
Pelo lado do consumidor, os número refletem uma queda na demanda do setor que mais emprega no país. Já na perspectiva das companhias, a redução dos investimentos veio diante da alta no preços dos insumos.
A diretora da S&P Global Market Intelligence, Pollyana De Lima, acrescenta nesse cenário a tendência de emprego mais negativa – com a redução moderada no quadro de funcionários das empresas – e o aumento das despesas operacionais, com combustíveis e transportes.
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“A redução dos investimentos no setor privado e a retração da demanda teriam restringido a captação de novos negócios. (…) A inflação dos preços de insumos diminuiu apenas discretamente em setembro”.
Apesar do cenário mais negativo, o início de queda na taxa básica de juros trouxe uma perspectiva mais otimista para o setor.
“As empresas do setor de serviços diminuíram suas expectativas de crescimento. No entanto, as expectativas de negócio permaneceram historicamente altas, à medida que as taxas de juros mais baixas estimulem a demanda e, subsequentemente, aumentem o volume de novos negócios”, conclui De Lima.
O chamado PMI Composto, que inclui além dos serviços a indústria, também entrou em nível de contração em setembro. Passou de 50,6 em agosto para 49 pontos no mês passado. Esse é o nível mais baixo em mais de dois anos e meio.
EUA no limite da contração dos serviços
Nos Estados Unidos, o setor de serviços está no limite de entrar em contração. O PMI de setembro ficou em 50,1 pontos, ante 50,5 no mês anterior.
O economista-chefe da S&P Global, Chris Williamson, alertou que a economia americana começou a mostrar sinais de arrefecimento, após uma melhora no trimestre anterior.
“A maior mudança nos últimos meses tem sido a diminuição da demanda de serviços ao consumidor, tais como viagens, turismo e recreação, juntamente com uma queda na atividade de serviços financeiros”, alertou.
Quando incluímos a indústria nesse índice, o chamado PMI Composto, houve estabilidade.
PMI da zona do Euro segue em contração
Na zona do Euro, o índice de gerente de compras composto (indústria e serviços) teve uma leve alta em setembro, de 46,7 para 47,2 pontos, mas segue em ritmo de contração – abaixo dos 50 pontos.
A piora na demanda também é um problema na Europa, que segue com sérios problemas para controlar a inflação. “Pelo segundo mês consecutivo, a inflação de insumos subiu, enquanto os custos de produção aumentaram em seu ritmo mais lento em cerca de dois anos e meio. A deflação continua no setor industrial, com o setor de serviços sendo o principal impulsionador das pressões de preços na zona do euro”, explica o relatório da S&P.
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