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Setores econômicos: como investir e quais os riscos de alguns deles

Saiba mais sobre varejo, commodities e setor imobiliário. Entenda como investir nesses setores econômicos do Brasil!

Foto de uma industria
o setor de commodities tem o Brasil como uma grande referência. Foto: Adobe Stock

O caso das lojas Americanas acendeu o alerta de acionista sobre os riscos de investir em determinadas empresas e setores econômicos. Além disso, uma vez que todo o setor de varejo sofreu consequências, investidores também voltaram a atenção sobre os diferentes segmentos econômicos e como se comportam frente circunstâncias adversas.

Para entender mais sobre o que os investidores devem saber antes de investir em alguns setores econômicos, o B3 Bora Investir conversou com o economista e sócio da SuperRico, Jayme Carvalho Jr, sobre como investir e quais as características de três setores: varejo, commodities e imobiliário. Confira mais a seguir.

Setores econômicos brasileiros: como é o setor de varejo no Brasil?

O setor do varejo é um dos mais sensíveis em relação às flutuações da economia. Jayme explica que “é um setor cíclico, não estável, pois se a economia vai bem, ele também vai bem, mas piora quando a economia vai mal. Além disso, sofre grande impacto de temas que influenciam a economia, como taxa de juros e programas sociais.”

Os juros influenciam o setor de varejo no sentido de que a Selic alta encarece o parcelamento de produtos. Já programas sociais podem injetar dinheiro na economia e assim estimular o consumo.

Importante notar que o conhecimento sobre determinado setor não exclui a análise fundamentalista, isso é, o estudo sobre as empresas. “O agrupamento de empresas na bolsa de acordo com seus setores de atuação é uma prática no mundo inteiro. Na B3, por exemplo, há os índices setoriais, que são referências para o investidor. Porém, mesmo dentro do mesmo setor, cada empresa é particular e tem sua própria história”, observa Jayme.

Como investir no setor de commodities?

Outro setor que atrai investidores é o de commodities. A principal característica desse segmento é a influência do mercado externo.

“Ao contrário do setor de varejo que responde ao cenário local, o de commodities depende do global. O investidor pode pensar, por exemplo, que se o crescimento econômico do Brasil não é bom, mas outros países estão se saindo bem, pode ser uma boa ideia investir em commodities”, aconselha Jayme.

Além da relação entre mercado local e global, o setor de commodities tem o Brasil como uma grande referência. “O nosso país se destaca pela excelente qualidade dos produtos que vende ao exterior, como o aço. Outros produtos, como proteína animal, destacam-se pela boa relação de custo-benefício que representam aos países importadores”, observa o sócio da SuperRico.

Por fim, há de se levar em conta que uma série de fatores influencia no preço das commodities e também no desempenho de empresas exportadoras. É o caso da BRF, por exemplo, que no mês de janeiro teve perdas em torno de 15% no valor de suas ações, mau desempenho resultante da inflação no Brasil e consequente queda do consumo. Mas no primeiro pregão de fevereiro suas ações se recuperaram com alta de 13%, resultado vindo da queda do preço do frete marítimo e, portanto, queda dos custos operacionais para a empresa brasileira.

Como investir no mercado imobiliário?

Assim como setor de varejo, o imobiliário sofre a influência de ciclos econômicos e da taxa de juros, que pode facilitar ou não o financiamento de imóveis.

“Há várias maneiras de se investir no setor imobiliário. Por meio da compra de ações de empresas do setor, por meio da aquisição de imóveis e a participação em fundos imobiliários. No caso da compra de imóveis, há uma exposição direta ao setor, já nos fundos a exposição não é tão acentuada. Além disso, os fundos são diversificados, isso é, compostos por uma série de ativos. De todo modo, os fundos ainda sofrem a volatilidade do mercado”, explica Jayme.

Por fim, Jayme explica que a diversificação representada pelos fundos imobiliários não é o bastante para diminuir os riscos de uma carteira, e deve ser tratado como mais um ativo no conjunto de investimentos. Um meio de minimizar os riscos é a chamada correlação, isso é, investir em setores que respondem de modo diferente às mesmas circunstâncias da economia.

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