Notícias

S&P eleva nota da dívida do Brasil pela primeira vez em 12 anos

País agora está dois níveis abaixo do grau de investimento. Perspectiva é estável

Dinheiro
Diversas notas de dinheiro

Pela primeira vez em 12 anos, a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s (S&P) elevou a nota da dívida soberana brasileira. O país saiu da nota BB-, três níveis abaixo do grau de investimento, para a nota BB, dois níveis abaixo. A S&P concedeu perspectiva estável, o que não indica alterações nos próximos meses.

O que é uma nota de risco?

Desde janeiro de 2018, a S&P Global enquadrava o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento, mesma nota concedida pela Fitch, outra das principais agências de classificação de risco. A Moody’s classifica o país dois níveis abaixo do grau de investimento.

Razões para a elevação da nota

A elevação foi motivada pela aprovação da reforma tributária, que marca um progresso na questão fiscal nacional, segundo a classificadora.

A aprovação da reforma amplia o histórico nacional de “política pragmática” nos últimos sete anos, aponta a agência de classificação de risco, que destaca sua expectativa por novos progressos, embora lentos, na redução de desequilíbrios fiscais, na evolução de perspectivas econômicas e na reancoragem de expectativas da inflação.

“Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais irão permanecer elevados”, ressalta a agência.

O que é o risco-país e como ele pode afetar seus investimentos

A agência, por outro lado, ressaltou que esses pontos negativos são contrabalançados por uma posição externa forte, sustentada pela produção forte de commodities, e pelo efeito da política monetária na ancoragem das expectativas de inflação.

A agência também destacou a estrutura institucional brasileira, que fornece “amplos freios e contrapesos” nos Três Poderes.

Projeções da S&P para a economia brasileira

A agência projeta um déficit geral em média de 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2023 e 2026, diante dos desafios no cumprimento de promessas eleitorais, altos custos de juros, níveis baixos de gastos discricionários e um sucesso apenas gradual das medidas tributárias de aumento da arrecadação.

Sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a expectativa é de crescimento de 3% em 2023 e desaceleração a 1,5% em 2024, seguida de uma expansão próxima de 2% em 2025 e 2026. A agência afirma que, apesar de a perspectiva de crescimento nacional seguir melhorando, ela ainda se mantém em nível muito fraco, o que comprime o rating de crédito brasileiro.

Em nota, a agência espera que o crescimento do PIB per capita brasileiro seja de, em média, 1,5% entre 2023 e 2026, atingindo US$ 9,8 mil em 2023 e US$ 10,8 mil em 2026.

A S&P pontua que o crescimento brasileiro mais alto em 2023 foi sustentado por um forte desempenho agrícola e por um consumo interno resiliente motivado por um setor de empregos “robusto” e pela recuperação da taxa real de salários.

*Com Agência Estado e Agência Brasil

Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.