Tipos de investimentos

O que é uma nota de risco?

Saiba como funcionam as avaliações das agências de rating e como elas tornam o mercado financeiro mais seguro para os investidores

Fachada de vidro de prédio com logomarca da agência Moody's
A Moody's foi a primeira agência de avaliação de crédito. Foto: Divulgação

O risco é uma preocupação constante no cotidiano de quem investe. Afinal, por mais que possa ser previsto, nenhum investimento é totalmente seguro. Informar os investidores sobre o nível de risco de alguns investimentos é o objetivo das agências classificadoras de risco, ou agências de rating.

As agências mais conhecidas são Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch. Elas avaliam empresas emissoras de ações e outros tipos de títulos, como debêntures, atribuindo notas de acordo com o possível risco envolvido em suas iniciativas no mercado financeiro.

As agências também avaliam o grau de risco dos países e a Standard & Poor’s ficou famosa quando, em 2015, decidiu retirar o “grau de investimento”, também conhecido como selo de bom pagador, do Brasil. Na prática, isso significa que há mais risco atrelado aos títulos do Tesouro Nacional. Por isso, para atrair investidores internacionais, especialmente, o Brasil precisa pagar juros maiores como prêmio – o que encarece o custo da dívida nacional.

Confira a seguir mais detalhes sobre o trabalho dessas agências e como usar essas informações em sua tomada de decisão.

O que é risco?

No mundo das finanças, o maior risco é perder o dinheiro investido – trata-se do popular “calote” e acontece quando a empresa ou instituição emissora de títulos não honra seus compromissos financeiros. Outro princípio bastante conhecido é que, quanto maior o risco, maior o potencial de retorno de um investimento.

Por isso, antes de decidir qualquer investimento, você precisa ter clareza do seu perfil de investidor. Ser conservador, moderado ou arrojado faz toda diferença na tolerância a riscos (incertezas).

Para conhecer quais são os diferentes perfis de investidores, não deixe de conferir o vídeo preparado pela B3.

Agências de rating

Depois de avaliar sua disposição para lidar com riscos de perda, você pode começar a pesquisar como as empresas do seu interesse estão avaliadas pelas agências de rating, instituições independentes especializadas nesse tipo de avaliação.

Para chegar à nota de risco de uma empresa ou instituição pública, as agências avaliam uma série de critérios, como: estabilidade financeira, nível de endividamento, garantias dos títulos oferecidos, histórico de existência de calotes, capacidade de gerenciar riscos, nível técnico de gestores da instituição e risco do país onde a instituição opera.

É importante lembrar que são as próprias empresas que contratam as agências de rating para fazer essa avaliação. Trata-se de uma estratégia para se destacar no mercado, já que os investidores se baseiam nas avaliações para decidir sobre futuros negócios.

Em geral, as avaliações de empresas e outras instituições emissoras de títulos são disponibilizadas em tabelas pelas corretoras de valores a seus clientes.

Você sabia?

As primeiras agências de rating surgiram no início do século passado, nos Estados Unidos. Era uma época em que grandes empresas estavam surgindo, ocupando o espaço que antes pertencia às de menor porte e administração familiar. Como essas grandes empresas nascentes precisavam captar recursos, as agências de rating entraram em ação para esclarecer os riscos a potenciais investidores. A primeira delas foi a Moody’s, fundada em 1909, seguida pela Poor’s Company, em 1916 (atual Standard & Poor’s), e pela Fitch, criada em 1924 

Notas de crédito

As três principais agências de rating – Moody’s, S&P e Fitch – concentram cerca de 95% do mercado mundial de análise de risco e, embora não exista um padrão entre elas, o sistema de avaliação segue a mesma lógica. Notas com a letra A caracterizam instituições seguras para investimentos, sendo que o triplo A (AAA) é a nota máxima que uma instituição pode receber. Essas costumam ser as notas do chamado grau de investimento, que se aplicam a empresas com baixo risco de crédito. 

Já as notas que utilizam letra C ou D fazem parte do chamado grau especulativo e caracterizam empresas com risco alto. Notas com a letra B podem ser de grau de investimento ou especulativo. Por exemplo, no sistema de classificação da Moody’s as notas Baa1, Baa2, Baa3 são de grau de investimento, já as notas Ba1, Ba2, Ba3 e B1, B2, B3 são do grau especulativo. 

Os sistemas da Fitch e da S&P são parecidos, sendo que ambas usam notas BBB+, BBB, BBB- de grau de investimento, e notas BB+, BB, BB- e B+, B, B- de grau especulativo.

Agências de classificação de risco e o FGC

No Brasil, os investidores também contam com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para minimizar os riscos de investimentos – trata-se de uma associação civil que faz o ressarcimento de até R$ 250 mil reais por pessoa física em caso de calote das instituições financeiras.  

No entanto, tal dispositivo não anula a importância das avaliações feitas por agências de rating, já que o FGC não protege todos os tipos de investimento. Há inclusive títulos de renda fixa não cobertos pelo Fundo, como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.

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