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Tudo o que você precisa saber antes de investir em ETFs internacionais

Os ativos tornam a carteira mais diversificada, reduzindo os riscos de concentração em um único mercado

Tipo de fundo negociado em bolsa, o ETF internacional (sigla de Exchange-Traded Fund internacional) oferece a possibilidade de exposição a ativos financeiros no exterior.

Como explica Cauê Mançanares, CEO da Investo, esses ativos podem incluir ações, títulos, moedas estrangeiras, commodities e outros instrumentos financeiros emitidos por empresas ou governos de outros países.

Os ETFs internacionais são fundos projetados para acompanhar o desempenho de um índice de referência específico que abrange ativos internacionais. No entanto, diz, para investir não precisa abrir uma conta em corretora fora do Brasil, comprar ativos estrangeiros diretamente ou ter de lidar com questões cambiais complexas.

ETF, alternativa no exterior

João Maurício Rebouças, sócio e analista da Buena Vista Capital, sintetiza a importância de alternativas como os ETFs para quem quer ter na carteira de investimentos uma opção internacional. “Investir no exterior é uma forma de ampliar suas possibilidades de ganhos e proteger seu patrimônio. No entanto, requer conhecimento, planejamento e cuidado”, alerta.

O analista compara a diversificação internacional com a carteira que só tem, por exemplo, ações brasileiras. Se o investidor tiver apenas ações de empresas brasileiras, explica, estará sujeito a oscilações do real, à instabilidade política e econômica do País, à tributação local e à limitação de setores disponíveis na bolsa brasileira.

“Por outro lado, se tiver também ações de empresas americanas, europeias, asiáticas ou de outros países emergentes, poderá aproveitar o crescimento de diferentes mercados, o fortalecimento de outras moedas, a menor tributação em alguns casos e a maior diversidade de setores e empresas”, lembra Rebouças.

Rodrigo B. Samaia, co-head da Mesa Private da EQI, no caso dos ETFs, também aponta a diversificação como a maior vantagem é a diversificação, com “a possibilidade de se expor a uma classe de ativos sem a exposição direta a riscos específicos de um único ativo, mesmo para quem tem um portfólio pequeno”.

Como funciona o ETF

A lógica dos ETFs é semelhante a do investimento em ações, mas com uma estrutura de fundo de investimento. É preciso abrir uma conta em uma corretora, definir seu perfil de investidor, pesquisar qual ETF deseja investir e, por fim, fazer a compra na plataforma de negociação.

Outra etapa importante é a escolha dos ETFs, que deve ser feita segundo o perfil do investidor, que leva em consideração sua situação financeira, objetivos e tolerância ao risco.

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Quais são critérios para escolher os melhores ETFs internacionais:

  1. Objetivos de Investimento: Deve-se definir os objetivos de investimento (quanto é esperado de rentabilidade, qual o tipo de exposição, quais setores ou quais classes de ativos são desejados) e o quanto de risco o investidor está disposto a tomar.
  2. Estratégia de Investimento: Avaliação da estratégia de investimento do ETF e do índice que ele busca seguir. Alguns ETFs buscam replicar o desempenho de índices amplos, enquanto outros podem seguir estratégias específicas, como dividendo alto, crescimento, valor, ou estratégias mais complexas, como hedge cambial. Também é importante avaliar o tipo de produto que o ETF compra, como títulos de renda fixa, ações, commodities ou uma combinação de ativos.
  3. Liquidez: A liquidez afeta a capacidade e facilidade de comprar e de vender as cotas dos fundos. ETFs com maior volume de negociação tendem a ter spreads de compra e venda mais estreitos (diferença entre o maior valor das ordens de compra de um ativo e o menor valor das ordens de venda do mesmo ativo), o que pode resultar em custos de transação mais baixos.
  4. Custos e Taxas: A orientação é avaliar as despesas associadas ao ETF, incluindo a taxa de administração e quaisquer outras taxas que possam ser aplicadas, como comissões de corretagem. Custos mais baixos podem aumentar os retornos ao longo do tempo.
  5. Desempenho Histórico: Sabe-se que o desempenho passado não é garantia para o futuro. No entanto, é útil analisar o histórico de performance do ETF para avaliar como o ativo se saiu em diferentes períodos e condições de mercado.
  6. Risco Cambial: Alguns ETFs internacionais estão sujeitos a riscos cambiais, especialmente se não utilizam estratégias de hedge cambial.

Fonte: Cauê Mançanares, CEO da Investo

Pontos positivos

Os ETFs, lembra o co-head da Mesa Private da EQI, são um tipo de ativo eficiente em custo, pois cobram uma taxa de administração por consolidar de forma passiva uma cesta de ativos, diferentemente de fundos que cobram taxa de administração mais alta e taxa de performance para fazer uma gestão ativa de determinadas classes de ativos.

Ainda segundo Samaia, no geral, os maiores ETFs estão se tornando os principais veículos de investimento ao redor do mundo. “Esses ativos têm alta liquidez (são negociados em bolsa) e proporcionam o que é prometido, como a elevada diversificação a um custo eficiente e muito menor do que se o investidor fosse comprar todos os ativos que estão no ETF diretamente”, diz.

Mançanares cita outras vantagens. Entre elas estão:

1) O ETF oferece exposição a uma cesta de ativos definida por um índice. Esse índice determina diversas regras para a escolha dos ativos, como capitalização de mercado, liquidez, limite de exposição por ativo, quantidade mínima de ativos, entre outras. E essas regras garantem diversificação e qualidade dos ativos presentes na carteira do fundo.

2) Com um produto, o investidor tem acesso a uma cesta com diversos ativos e não precisa estudar ação por ação para fazer stock picking – estratégia de investimento na qual se seleciona individualmente cada ação com bom potencial de valorização em vez de optar por um índice de mercado ou um fundo de investimento.

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Riscos no radar

O CEO da Investo lembra que, assim como qualquer investimento, os ETFs também possuem riscos. O especialista cita o risco de mercado (os preços podem subir ou descer dependendo do desempenho dos ativos presentes na carteira do fundo); de liquidez (ETFs pouco negociados e que não possuem formador de mercado podem ter spreads de compra e venda mais amplos); e risco cambial (flutuações nas taxas de câmbio podem afetar o preço do ETF no mercado local).

Ainda que seja raro, um ETF pode falir ou, como cita o CEO da Investo, pode acontecer de o seu administrador decidir encerrar o produto por falta de interesse dos investidores ou por mudanças nas condições do mercado. Nesse caso, algumas etapas devem ser cumpridas. O administrador comunica o encerramento e informa sobre datas relevantes e próximos passos.

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