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FGTS Futuro: o que é, como funciona e vale a pena?

Conheça a modalidade de uso do FGTS que a Caixa Econômica Federal liberará para financiamentos de imóveis

FGTS
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A Caixa Econômica Federal anunciou que começará a oferecer linhas de crédito do FGTS Futuro neste mês de abril. Por meio da nova modalidade, profissionais de carteira assinada com renda de até R$ 2.640 poderão contratar financiamentos do Minha Casa, Minha Vida com o compromisso de pagarem as contas com os depósitos futuros feitos por seus empregadores no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Mas como funciona o FGTS Futuro e como saber se você pode usuá-lo? A seguir listamos algumas respostas básicas sobre essa nova forma de financiamento de imóveis. Confira!

O que é o FGTS Futuro?

O FGTS futuro é basicamente uma garantia de crédito que permite às famílias que estão em busca de realizar o sonho da casa própria de entrarem em financiamentos de valor mais alto ou mesmo reduzir o valor das suas atuais parcelas combinadas para a compra do imóvel.

“Nesta modalidade de crédito, o trabalhador autoriza que depósitos futuros a serem realizados pelo empregador na conta vinculada ao Fundo de Garantia (FGTS) possam ser utilizados como complemento para se comprovar renda ou como amortização do contrato de crédito”, explica Marcos Milan, professor da FIA Business School.

Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças, aponta que o processo é bem simplificado e pode ser efetivado pelo próprio app do FGTS. “Caso o cliente opte por esta modalidade, a Caixa será autorizada a reter os futuros créditos por um período de 120 meses”.

Com essa medida, as famílias que têm uma boa parte da sua renda comprometida com despesas fixas e essenciais podem ter um complemento de 8% nessa renda, ao se considerar os depósitos do FGTS e, dessa forma, conseguir o financiamento imobiliário.

Confira no exemplo:

Segundo o professor, para a compra de um primeiro imóvel uma família com renda de R$ 3.000,00 mensais, sem a utilização do FGTS Futuro, conseguiria um crédito total de R$ 136.000,00, considerando a menor taxa de juros praticada hoje no crédito imobiliário e o maior prazo, de 420 meses — um comprometimento da renda de 30%.

No entento, o valor sobe para um total de crédito aproximado de R$ 146.900,00 quando considerado o aumento de 8% da renda familiar com o valor depositado mensalmente na conta vinculada ao FGTS e manter todas as demais variáveis idênticas.

Nesse novo cenário, com o comprometimento dos mesmos 30% da renda, essa família conseguiria quase R$ 11.000,00 a mais apenas com a utilização do FGTS no cálculo.

Benefícios e riscos

Para Marcos Milan, mesmo com as vantagens trazidas pela modalidade de empréstimo, é fundamental que o profissional refleta sobre o uso do fundo para a finalidade de comprar um bem.

“A grande maioria da população usa o FGTS como reserva de emergência em caso de demissão. Ao optar por usar esse dinheiro no financiamento imobiliário, é reforçada a ideia de se formar uma reserva para qualquer eventualidade”, destaca ele.

Ainda sobre os riscos, Milan aponta 3 pontos de atenção ao optar por utilizar esse tipo de ferramenta para tomar crédito. 

  • Em caso de desemprego que supere os 6 meses, por exemplo, o trabalhador terá a volta do valor das parcelas ao original, previsto em contrato. 
  • Falta de estabilidade, visto que estamos falando de utilização de uma ferramenta que de certa forma é “bancada” pela iniciativa privada. Ou seja, se o colaborador é demitido, existe o risco de inadimplência. Isso eleva o risco e pode, naturalmente, elevar a taxa de juros.
  • Finalmente, ainda no campo do risco, em caso de inadimplência, o imóvel pode ser usado para a quitação da dívida.

“Já financeiramente falando, o uso do FGTS para esse fim é ótimo, pois dá uma destinação digna a um dinheiro que perde até para a inflação em termos de rentabilidade. Mas esse uso deve ser acompanhado de um bom planejamento financeiro”, ressalta.

Já Glaciano destaca que é importante ter um planejamento financeiro que contemple a utilização desse recurso já que o valor que seria destinado, com o FGTS, para a manutenção do padrão base de vida durante o período de desemprego não estará mais disponível para utilização.

“É importante ter ao menos uma reserva de segurança que contemple ao menos de 3 a 6 meses do padrão de vida base necessário”, completa.

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