Mulheres investidoras: 3 características para você se inspirar
Apesar de minoria no mercado de investimentos, as mulheres investidoras já têm muito a ensinar sobre como investir
Por Marília Almeida
As mulheres estão avançando nas mais diversas áreas, seja no mercado de trabalho, cargos públicos, políticas sociais e também no mundo dos investimentos.
Contudo, o caminho ainda é longo. Nos últimos anos, apesar de o número de mulheres investidoras ter crescido em um ambiente que até pouco tempo era dominado por homens, quase 3/4 das brasileiras ainda estão fora do mundo dos investimentos, de acordo com dados da 5ª Edição do Relatório Raio X do Investidor Brasileiro da Anbima. De 6,1 milhões de investidores da bolsa brasileira, a B3, 1,3 milhão são mulheres, o que representa 22,8% do total.
Há algumas razões comportamentais para esse cenário:
- as mulheres tendem a se concentrar mais em economizar dinheiro do que em investir.
- elas pesquisam muito mais: a minoria que investe pesquisou formas de aplicar o dinheiro até se sentir segura de que não iria ter prejuízos.
E é exatamente isto que faz das mulheres boas investidoras.
Investir com paciência, cautela, controle emocional, resiliência e pensamento de longo prazo, características comuns entre elas, são estratégias de investimento comprovadamente bem sucedidas e seguidas por megainvestidores, como Warren Buffett.
Maria Adriana Campêlo, em texto no blog da CVM, o Penso, Logo Invisto, compila diversas pesquisas que mostram por que a mulher investidora tende a ter sucesso. Acompanhe:
1 – Mulheres investidoras são menos impulsivas
Pesquisas demonstram que as mulheres não costumam reagir às flutuações do mercado de ações da mesma forma que os homens.
Dados do instituto do banco de investimentos americano Wells Fargo apontam que as mulheres negociam 27% menos frequentemente do que os homens.
Outra pesquisa do robo-advisor Betterment demonstra que as mulheres mudam as aplicações de sua carteira de investimentos com 20% menos frequência do que os homens. Os homens acessam suas carteiras de investimentos quase cinco vezes por semana, em média, enquanto as mulheres menos de três por semana.
As mulheres também tendem a ficar mais tempo em uma mesma aplicação, pois analisam melhor antes de tomar a decisão e agem de forma menos impulsiva. Esse comportamento acaba por gerar uma melhor consistência e performance no longo prazo. Já homens realizam mais operações na expectativa de acertar o melhor momento de mercado para obter lucro. Como resultado, podem ter mais prejuízos do que ganhos.
2 – Mulheres investidoras arriscam menos
Consideradas mais prudentes por pesquisarem mais antes de tomar uma decisão de investimento, especialistas do mercado observam também que as mulheres investidoras costumam correr menos riscos.
A economista Irene Van Staveren relacionou as diferenças comportamentais econômicas entre homens e mulheres a partir da relação dos hormônios como a testosterona, mais presentes em homens, e o estrogênio e ocitocina, mais presentes em mulheres. A conclusão foi que a testosterona tende a aumentar o comportamento de risco do homem, o que pode explicar a volatilidade de modalidades de investimentos operadas majoritariamente por homens.
A pesquisadora pondera que, embora seja possível considerar aspectos biológicos, a diferença é pouco significativa. Por isso, chama atenção para a importância de que as análises considerem também questões sociais que fazem com que o viés de excesso de confiança seja mais frequente entre os homens, enquanto o de maior aversão à perda seja visto de forma mais frequente entre mulheres.
3 – Mulheres que investem são poupadoras disciplinadas
Apesar de possuir, em média, salários mais baixos, as mulheres tendem a poupar mais do que os homens. Pesquisa da gestora de investimentos Fidelity de 2017 apontou que as mulheres economizaram em média 9% de seus salários anuais, em comparação com uma média de 8,6% entre homens.
Além de serem poupadoras disciplinadas, mulheres reconhecem a importância de fazer uma reserva de emergência. Em 2021, 47% das mulheres disseram que tinham US$ 20 mil ou mais guardados para gastos não planejados, enquanto 31% tinham US$ 50 mil ou mais. Ter reservas de caixa adequadas evita a necessidade de liquidar investimentos sem planejamento e com potencial perdas.
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