4 dicas para quem quer se tornar um investidor neste ano
Saiba como se preparar, o que fazer e quais erros evitar para se tornar investidor em 2025
Um novo ano é a oportunidade que muitos buscam para alcançar novos objetivos. E para aqueles que querem saltar de apenas poupadores para o patamar de investidores, algumas dicas são muito importantes para não meter os pés pelas mãos.
4 dicas para se tornar investidor em 2025
Disciplina para guardar dinheiro
Uma das primeiras dicas para quem quer começar a investir é ter disciplina para guardar dinheiro, afirma Valter Police, especialista em Planejamento Financeiro da Droom Investimentos.
“Para isso, o ideal é que o valor a ser guardado mensalmente seja considerado como uma conta, que precisa ser paga, com a mesma prioridade das outras. Se deixarmos para guardar o dinheiro que sobrar, nunca vai sobrar”, aponta.
Decisões de consumo no dia a dia
Para chegar nesse ponto, no entanto, é fundamental que as decisões de consumo do dia a dia permitam que não haja endividamento. Por isso, Police destaca que outro ponto é fazer com que as despesas (mais o investimento) caibam nas receitas.
Ou seja, o famoso ditado de controlar os gastos para que não ultrapassem o quanto se ganha. Só assim terá o dinheiro para se tornar um investidor.
Conversas sobre finanças
Para cumprir as duas dicas citadas acima, o planejador financeiro da Droom Investimentos cita outro fator que está ligado ao objetivo final de se tornar um investidor, que é conversar sobre finanças em casa.
“É muito importante que haja conversas francas entre as pessoas da família, para que todos entendam a importância de guardar e investir para o futuro, na busca de objetivos maiores. Para isso, decisões mais racionais de consumo devem ser tomadas todos os dias”, afirma.
Entender seus objetivos
Após concluir as dicas dadas acima, outra essencial para começar a investir, e não ficar pelo caminho, é saber e entender bem seus objetivos ao se tornar um investidor.
Gustavo Jesus, sócio da RGW Investimentos, ressalta que é fundamental entender qual o horizonte de investimento, ou seja, por quanto tempo esse dinheiro que está sendo investido pode ficar ali.
“Muita gente sai investindo sem se perguntar isso, e coloca em alternativas de muita volatilidade de longo prazo, recursos que você pode precisar em breve. E se você erra e coloca em risco ativos que deveriam estar bem seguros é muito possível que você tenha perdas em momentos de estresse de mercado e perdas que se tornam permanentes porque você vai zerar no pior momento”, diz ele.
Depois que você definiu seu perfil, o sócio da RGW afirma que é bom ter um plano, e esse plano precisa ser segmentado em diversos temas. “Como estamos sempre cercado de incertezas, é preciso diversificar seu portfólio entre temas, entre ativos diferentes. Assim, tendo um planejamento dos recursos que você vai poder investir a curto, médio e longo prazo, e diversificando em instrumentos apropriados para cada um desses prazos você já está montando um portfólio”.
Como se preparar para se tornar um investidor
O primeiro passo na preparação para começar a investir é estudar. Isso porque o conhecimento dará a base para as principais decisões que deverão ser tomadas.
Para Harrison Gonçalves, sócio da CMS Invest, a preparação para iniciar a jornada é bastante acessível atualmente. “Sites como o da B3 e da Anbima [Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais] oferecem diversos cursos de investimentos para pessoas iniciantes e investidores pessoa física. Por isso, sugiro que seja feita ali uma seleção de cursos básicos para entender de forma geral como é o funcionamento do mercado financeiro”.
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Primeiros passos ao investir
De acordo com Valter Police, a primeira coisa a se pensar ao se tornar investidor é em criar uma reserva de emergência, que deve ter o equivalente em dinheiro próximo de algo entre 6 e 8 meses dos custos mensais.
“Essa reserva traz segurança e evita o endividamento em momentos de surpresas desagradáveis. Esse investimento deve ser muito líquido, ou seja, o dinheiro deve estar sempre disponível, e ser de baixíssimo risco. Produtos como o Tesouro Selic ou CDBs-DI com liquidez diária de grandes bancos são boas opções”, aponta ele.
Quando essa reserva estiver completa, carteiras de investimento mais sofisticadas e diversificadas podem ser construídas, respeitando sempre o perfil de cada investidor e os objetivos para com aquele dinheiro. É aí que entram todos os demais produtos de investimento em diversas classes de ativos.
Erros a serem evitados ao começar a investir
Cair em golpes financeiros
Para o especialista em Planejamento Financeiro da Droom, o maior erro a ser evitado é cair em golpes financeiros. “Promessas de retornos altíssimos vendidos como ´sem risco´, devem ligar um alerta no investidor. Propagandas de retornos ´ao dia´ ou ´na semana´ já servem como sinal vermelho”.
Ele ainda ressalta para que sempre se busque por fornecedores idôneos do mercado, que possuam boa reputação e credibilidade. “Isso pode ser observado também pelos registros da empresa fornecedora e/ou dos profissionais nos órgãos supervisores, como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou mesmo pelas certificações que os profissionais possuem, como CEA, CGA e CFP, siglas que indicam que o profissional assinou um código de ética e mostrou seu valor técnico a órgãos reguladores ou de autorregulação”.
Ganância
Já Harrison Gonçalves ressalta a ganância como um erro muito comum, que também pode levar ao primeiro erro citado. Selecionar investimentos apenas olhando se estão com uma rentabilidade muito maior do que uma opção mais simples pode induzir o investidor ao erro.
Essa ganância também pode fazer com que o novo investidor invista olhando apenas para o que o “outro” está fazendo. “Olhar o que o vizinho, o parente tem feito e fazer igual e, por fim, não fazer um planejamento de investimentos com seu perfil é um erro que deve ser evitado”, afirma ele.
Tomar decisões com a emoção
Por sua vez, o sócio da RGW Investimentos aponta que o principal erro que deve ser evitado é fazer decisões baseadas em critérios emocionais e deixar os sentimentos te tomarem.
“Investir tem que ser um processo 100% racional e processual. Tem muito mais a ver com você ter um processo e ter um plano do que ter um grande insight de para onde vai o dólar, para onde vai a bolsa, porque isso ninguém sabe. O que se sabe é que os ativos no longo prazo tem um prêmio e você faz um portfólio diversificado para capturar esse prêmio”, ressalta.
Ir atrás apenas de investimentos em alta
Um erro comum e bastante prejudicial, de acordo com Police, é investir nos produtos que estão “rendendo bem” e fugir dos que estão performando mal. “Bons investidores entendem que bons investimentos levam tempo. Não são dias ou semanas, mas anos. E, assim, ao optar por diversificação em bons produtos, dê a eles o benefício do tempo”.
“Por fim, antes de investir, busque entender onde está sendo colocado seu dinheiro. Está emprestando para alguém, se tornando sócio ou comprando um ativo? Quais os riscos? O que deve-se esperar? Com isso claro, faça suas escolhas e lembre-se de que o jogo do investimento é uma maratona e não uma corrida de 110 metros. Ganha mais quem tem mais consistência e paciência”, completa.
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