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Assessor, consultor e planejador financeiro: entenda as diferenças

Profissionais ajudam clientes a entender riscos e mostram melhores maneiras de investir

Duas mulheres e um homem vestindo roupas sociais e conversando num escritório. Foto: Adobe Stock.
Homens e mulheres em ambiente de trabalho: igualdade de gênero beneficia até mesmo os homens. Foto: Adobe Stock

Contar com ajuda profissional quando se começa uma rotina de investimentos pode reduzir riscos e ajuda a traçar estratégias com maior clareza. Entre os profissionais mais conhecidos estão o assessor de investimentos, o consultor de valores mobiliários e o planejador financeiro. Abaixo, o B3 Bora Investir explica o que faz e o que saber antes de contratar cada um deles.

Qual é a função de um assessor financeiro?

O assessor financeiro é o profissional que está ligado a uma instituição, como banco ou corretora. Fabio Fukuda Marques, CFP® (Planejador Financeiro Certificado, na sigla em inglês) da Bridgen Planejamento Financeiro, define o assessor como um distribuidor de produtos, já que é sua função ofertar os tipos de investimento oferecidos pela corretora ou banco onde trabalha; também deve explicar cada um deles aos clientes. O assessor é remunerado por meio de comissões dos produtos que vende.

“Nos últimos anos, surgiram novas corretoras e, com elas, mais assessores. Graças a isso, hoje temos uma democratização dos investimentos”, avalia Marques.

O que faz um consultor de valores mobiliários?

Assim como o assessor financeiro, o consultor de valores mobiliários precisa ser certificado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Porém, ao contrário do primeiro, atua de forma independente, pois não está ligado a nenhuma instituição financeira. É função do consultor entender a realidade do cliente e propor as melhores soluções em forma de investimentos. Isso leva a uma diferença fundamental entre os dois profissionais: “o consultor pode recomendar produtos ao cliente, pensando num planejamento estratégico. Já o assessor nunca recomenda, apenas oferece e explica as opções de investimento”, pontua Marques.

Tamanha é a diferença que, de acordo com a regulação da CVM, quem atua como assessor não pode acumular a função de consultor: “trata-se de um conflito de interesses”, Marques explica, “pois quem vende e recebe comissões não pode fazer recomendação.”

Ao contrário do assessor, que é remunerado por meio de comissões, o consultor cobra pela consultoria ou recebe um percentual sobre o volume de ativos do cliente.

Qual é a função do planejador financeiro?

O planejador é o profissional que entende a vida financeira do cliente e o ajuda a traçar objetivos, sugerindo as estratégias mais seguras para alcançá-los. Investir pode ser uma estratégia ou não.

Porém, nem todo planejador financeiro pode propor que seus clientes invistam: “a regulação da CVM é clara quando diz que o planejador financeiro não pode recomendar investimentos. Para que isso aconteça, ele deve estar credenciado como consultor junto ao órgão. Hoje, é muito comum que aconteça o casamento entre as duas funções, planejador e consultor”, Marques esclarece.

+ Vídeo: Vale a pena contratar um consultor financeiro?

Assessor, consultor ou planejador: como escolher?

Fabio Marques explica que os três profissionais podem ser vistos como uma progressão em relação ao contato com o cliente. “O assessor é o que está mais distante, pois é mais focado na lista de opções oferecidas por seu banco ou corretora. O consultor está um pouco mais próximo, pois recomenda investimentos de acordo com as circunstâncias do cliente; entretanto, os produtos oferecidos pelo consultor e corretora são parecidos. Já o planejador é o que mais se aproxima do cliente, podendo falar de investimentos entre outras questões de sua vida financeira.”

Marques frisa que o ponto comum entre os três profissionais é levar em conta o perfil de risco, ou seja, todos devem avaliar o grau de tolerância a riscos de seus clientes.

Se há dúvida sobre qual profissional contratar, Jayme Carvalho Júnior – consultor, planejador financeiro e cofundador da Superrico – faz a seguinte recomendação:

“Antes de começar a investir, pode ser uma boa escolha fazer um trabalho anterior com um planejador financeiro; ele levará em conta seus objetivos financeiros e poderá dizer se investir é o melhor caminho. Se a decisão de investir já foi tomada, o assessor é o profissional mais indicado para oferecer opções de investimento tendo em vista o perfil do cliente. Por fim, o consultor oferece o serviço mais específico, mostrando onde investir, se numa corretora ou banco.”

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