De quanto em quanto tempo devo analisar meus investimentos?
Quem tem uma carteira diversificada e focada no médio e longo prazo pode fazer um acompanhamento a cada três ou seis meses
Uma dúvida frequente entre quem começa a investir – e até entre os iniciados – é sobre quanto tempo do seu dia a dia terá de ser destinado a acompanhar a sua carteira. Uma análise periódica é importante para assegurar que seus investimentos estão caminhando de acordo com os objetivos financeiros. Mas a boa notícia é que esse acompanhamento não precisa ser diário. Entenda por que uma revisão periódica pode ser a chave para construir uma carteira sólida e segura para o futuro.
Para Luciana Ikedo, planejadora financeira CFP e autora do livro Vida Financeira – Descomplicado, economizando e investindo, uma periodicidade entre seis meses e um ano para avaliar a estratégia da carteira é adequada para a maioria das pessoas. “Quando você faz essa revisão, vai tomar decisões ali para os próximos aportes, então também a gente avalia quais títulos estão próximos de vencer, o que tem de previsão de entradas e o que vamos redistribuir”, diz ela.
Rebalanceamento de portfólio: o que é, como e quando fazer?
Com isso, as decisões de investimento são feitas a depender dos objetivos e de como foi o desempenho de cada classe de ativo na carteira no último período. Isso inclui também analisar se houve mudanças significativas na fida financeira ou nos objetivos que se tem para uso dos recursos.
“Nas avaliações de carteira, é importante avaliar qual o tamanho da reserva de oportunidades, porque quando eu tenho uma reserva de oportunidades na carteira, eu tenho espaço para fazer aquisições de ativos financeiros em momentos de forte distorção”, lembra Ikedo.
O prazo importa – e muito
Para Fábio Cabral, Planejador Financeiro CFP certificado na Planejar, um dos pontos principais a avaliar é o horizonte de tempo que se pretende utilizar o recurso. Para a parcela dos investimentos que se pretende usar no curto prazo, de até um ano, ele sugere avaliar o desempenho uma vez por mês, “para saber se está no caminho certo com relação à alocação”.
“Se a gente tem um horizonte um pouco maior, de mais de um ano, não necessita acompanhar tão de perto, principalmente se a gente tiver uma diversificação de portfólio”, diz ele. A diversificação do portfólio é chave aqui porque é dela que vem a estabilidade esperada para a carteira.
“O objetivo principal da diversificação e do asset allocation é o de estar ganhando em qualquer cenário econômico. Se o cenário é de juros altos e inflação baixa, a gente ganha. Se a gente tiver um cenário de inflação alta e juros baixos, a gente vai estar ganhando. Se a gente tiver um cenário de dólar em alta e o mercado mais em crise, a gente vai estar ganhando”, diz.
Ativos mais arriscados demandam mais atenção
Em posições de maior risco e que podem oscilar de forma abrupta em pouco tempo, como ações, entretanto, Cabral sugere um acompanhamento mais próximo. Mesmo assim, é preciso cautela para vender as ações com prejuízo. “A gente fala do viés comportamental de aversão a perda, que faz você querer sair antecipadamente do ativo”, lembra o planejador.
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