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Investimento em CDB que vira limite no cartão de crédito: saiba como funciona e se compensa

Modalidade de investimentos que aumenta limite no cartão tem se tornado popular e traz benefícios aos bancos e clientes

Limite no cartão de crédito. Foto: Pexels
De modo simplificado, o valor investido em CDB no banco se transforma em acréscimo no total do limite do cartão de crédito. Foto: Pexels

Ao pensar em investir e fazer compras no cartão de crédito não é nada comum colocar os dois comportamentos na mesma página. Um significa gastar dinheiro, o outro poupar. 

Mas uma modalidade que une os dois vem ganhando popularidade: o investimento em CDB que se transforma em mais limite no cartão.

Como funciona o investimento que vira limite no cartão

Apesar de inicialmente parecer opostas, a lógica da modalidade não é difícil de ser compreendida. De modo simplificado, significa que o valor investido em CDB no banco se transforma em acréscimo no total do limite do cartão de crédito.

Em compensação, a outra característica da ferramenta é que, se o correntista deixa de pagar ou atrasa sua fatura, esse valor é usado para abater a conta. 

“Por exemplo, eu vou numa plataforma de investimento ou no banco e invisto R$ 10 mil, valor que o banco usa como base para me dar limite de crédito. Isso quer dizer que eu vou utilizar meu cartão e, se eu não pagar a fatura, esse banco ou essa empresa pode pegar parte do meu investimento como garantia”, explica Bruno Martucci, Head de Produto da Pomelo, provedora de tecnologia para emissão de cartões.

Martucci destaca que por servir como garantia, esse investimento não está 100% aberto ou flexível para se fazer o que bem se entende com ele. Assim, se o investimento for reduzido, o limite também diminui.

O que é o CDB

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um investimento em renda fixa, ou seja, com regras de remuneração definidas no momento da compra do título. Isso quer dizer que o investidor sabe com antecedência a fórmula para o cálculo da remuneração e qual o prazo para obtê-la.

Ele é um título emitido por um banco ou uma corretora com o fim de captar recursos. Na prática, quando um CDB é emitido, o banco emissor está “pedindo dinheiro emprestado” aos investidores para ofertar empréstimos a outros clientes. Para o investidor, o ganho é obtido na forma de juros desse empréstimo.

As taxas variam de acordo com cada título, como você pode ver a seguir.

Objetivos da ferramenta

Jefferson Souza, sócio e head de operações da Semeare Investimentos, afirma que o objetivo principal da modalidade é reduzir a inadimplência, por isso o não pagamento da fatura dá a possibilidade do resgate compulsório do investimento para honrar a dívida. 

Já Leandro Benincá, educador financeiro da plataforma Controlle, ressalta que o incentivo ao investimento também é ponto importante da ferramenta. Até porque a inadimplência, de certa forma, não é o ‘fim do mundo’ para os bancos.

“Ao contrário do que muita gente pensa, ter devedores não é tão ruim assim para as instituições financeiras. Elas desejam um certo nível de inadimplência porque isso gera juros mais altos. As instituições financeiras, por mais que digam que não, gostam quando alguém atrasa um pouquinho, mas depois paga”, afirma Benincá. 

“Por outro lado, a gente tem também os investimentos, que levam outras vantagens para as instituições. Por exemplo, um CDB é um título bancário que pode ser usado legalmente pelo banco”, completa.

Vantagens e riscos de investir para ter mais limite no cartão

Para o Head de Produto da Pomelo, a principal vantagem da opção para o cliente é que ele consegue um limite de crédito maior quando possui um investimento que garanta isso. 

“Ele também pode ter taxas de juros ou taxas de financiamento mais baixas por ter uma garantia depositada com o banco ou com a instituição financeira. Já do outro lado, o risco dessa instituição diminui, então é uma qualidade de crédito melhor”, diz.

O educador financeiro da Controlle destaca também a vantagem do limite maior como um benefício importante principalmente para novos empreendedores que, muitas vezes, precisam de limites altos para bancar os primeiros custos do negócio.

Como pontos de atenção, o sócio e head de operações da Semeare Investimentos levanta que é preciso pensar no motivador de uma pessoa aderir à opção. Isso porque mais gastos exigem mais responsabilidade com o cartão.

Os outros cuidados indicados pelos especialistas são avaliar o rendimento do investimento, suas características e a tributação envolvida. Também é preciso saber se o cartão de crédito oferece benefícios como pontos e milhas e as taxas de juros em caso de atraso.

“É preciso avaliar não só o cartão de crédito em si, mas também quanto o investimento dele vai render, dado que esse rendimento é que garante o cartão”, reflete Bruno Martucci.

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