Não dê presente, dê dinheiro: saiba como fazer campanha de arrecadação para os filhos no Tesouro Direto
Opção permite criar um link para convidar familiares a doar dinheiro para as crianças, algo parecido com as ‘vaquinhas virtuais’; doações podem ser via Pix
Investir no futuro dos filhos é uma das importantes decisões que passam pelo planejamento financeiro dos pais. Entre os produtos disponíveis no mercado, está o Tesouro Direto – um tipo de investimento em renda fixa em que o investidor “empresta” dinheiro para o governo, comprando títulos públicos. Essa opção é uma das mais seguras, porque as chances de o governo não honrar as dívidas são baixas.
Esse produto traz uma funcionalidade interessante para quem quer investir pensando nos pequenos. É o Tesouro Direto Coletivo, que permite criar uma campanha online de doação para as crianças, com nome específico e descrição. O link da campanha pode ser enviado aos familiares que, ao clicar, têm acesso a uma área de doação de valores via Pix. O recurso cai na conta investimento e, depois, pode ser direcionado a qualquer um dos produtos do Tesouro Direto, como o Educa+, Prefixado ou Selic.
Posso abrir contas em bancos e corretoras em nome do meu filho?
“A campanha é uma forma coletiva de investir no Tesouro Direto, e você pode compartilhar o link desse investimento com familiares. Então é um jeito de as pessoas contribuírem, com foco no investimento de longo prazo, o que pode servir para a educação dos filhos”, afirma Carlos Castro, coordenador da Comissão de Relacionamento com Associados da Planejar.
Como investir no Tesouro Direto
Antes de começar a investir no Tesouro Direto, é preciso ter uma conta em alguma instituição habilitada, como um banco ou corretora. A abertura da conta no Tesouro é feita por meio de um cadastro online feito diretamente no site do Tesouro, no banco ou na corretora.
Após fazer o cadastro, o investidor fica habilitado para investir no Tesouro. Para isso, ele pode optar por fazer em sua própria conta de investimentos, ou abrir uma outra conta específica em nome dos menores de idade – se essa for a opção escolhida, será preciso enviar os dados da criança para vincular a conta dela à da pessoa responsável.
As duas opções trazem segurança, mas há vantagens e desvantagens.
Se o investimento for feito na conta do próprio investidor, isso traz flexibilidade para administrar os recursos, mas pode exigir maior atenção para separar o que é do investidor e o que é do filho. “Quando está no nome do investidor, exige-se uma disciplina, porque o dinheiro não vai estar segregado, então ele pode misturar com os investimentos dele”, afirma Castro.
Se as contas estiverem separadas, fica mais claro quais são os rendimentos dos adultos e dos menores. A desvantagem é que todo recurso que for transmitido para a conta do menor terá que ser declarado como doação no imposto de renda, e isso fica sujeito a tributação do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos).
Como criar uma “vaquinha” no Tesouro Direto para seus filhos
Para criar uma “vaquinha” de investimentos, o primeiro passo é entrar no site do Tesouro Direto, com login e senha.
Depois, o investidor deverá procurar pelo ícone “TD Coletivo”, o que significa “Tesouro Direto Coletivo”, que é o nome oficial da campanha de arrecadação. Essa campanha pode ser criada tanto na conta do investidor quanto na conta em nome da criança.
Caso não saiba em qual produto deseja investir, é possível fazer simulações com a idade atual da criança e a idade de quando receberá os recursos e o valor mensal desejado. A partir destas variáveis, o site indica o produto que mais se adapta àquele cenário.
Depois de escolher entre as opções, aparece uma tela com as instruções para criar a campanha. É preciso preencher com nome da campanha, descrição e qual corretora será associada ao investimento. É importante ler os termos de uso e clicar no ícone, caso concorde. Em seguida, clique em “Criar Campanha”. A tela seguinte mostra a campanha no ar e o link para compartilhar.
O amigo ou familiar que clicar no link compartilhado poderá ler a descrição da campanha e verá os valores sugeridos, que se referem a frações dos títulos públicos vinculados àquele investimento. Também é possível digitar um valor livre e escolher se a contribuição será única ou recorrente.
Na sequência aparece uma tela com um QR Code para fazer o pagamento via pix.
Mas e a poupança ou a previdência para crianças?
Outros investimentos comuns feito pelas famílias para o futuro das crianças são as poupanças ou previdências. Mas, segundo Castro, os rendimentos do Tesouro Direto são maiores, se comparados a essas opções.
“Se os avós preferirem investir através da caderneta de poupança ou pela previdência, eles devem levar em consideração que os títulos públicos rendem mais e são mais baratos em termos de custo de custódia”, explica Castro.
Segundo ele, investimentos no Tesouro Direto acima de R$ 10.000 são isentos de taxa de custódia. Já a Previdência, por exemplo, cobra taxa de administração de 0,3% e 0,4%.
Além disso, os títulos públicos têm vantagem na segurança do investimento, porque o risco é considerado baixíssimo.
Regularidade é muito importante
Apesar da “vaquinha” ajudar a compor os recursos para o futuro dos filhos, é importante que os pais façam investimentos periódicos para os filhos, para poderem contar com os benefícios dos juros sobre juros.
Assim, a campanha de arrecadação pode ser uma ajuda em datas comemorativas para turbinar o investimento, mas a constância nas aplicações é essencial para atingir o objetivo traçado, explica Castro.
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