Outperform, underperform, underweight e overweight, neutro… Saiba como interpretar as recomendações de analistas
Antes de tomar uma decisão com base em recomendações, é preciso entender o que está sendo falado
Quem já deu os primeiros passos para começar a investir e quer ampliar seus conhecimentos muitas vezes busca nos relatórios de analistas as recomendações sobre o que fazer com o dinheiro. O problema é que nem sempre o que está escrito é muito amigável aos leigos. Termos como overweight e underperform podem causar confusões e levar o investidor a tomar decisões desavisadas.
Confira dicas para tirar o maior proveito desses documentos.
Principais termos nas recomendações
Algumas casas usam termos mais claros, como recomendação de compra, venda ou neutra. Assim, o investidor consegue pelo menos entender rapidamente se o analista está otimista ou pessimista com o ativo.
Outros relatórios de análise preferem usar os termos outperform e underperform, se referindo ao desempenho do ativo. Outperform normalmente quer dizer que a empresa se destaca positivamente frente a seus pares, o equivalente a uma recomendação de compra. Já underperform é o contrário: a companhia teve uma performance negativa na comparação com as demais, e a recomendação é de venda.
Há ainda a terminologia overweight e underweight, que se refere ao peso recomendado de determinado ativo ou classe de ativo na carteira. Assim, overweight é quando os analistas estão otimistas e recomendam comprar um pouco mais daquele ativo, e underweight é quando eles recomendam reduzir a exposição àquele ativo.
Entenda o que está sendo dito – e se não entender, pergunte
“A primeira coisa é sempre se certificar que você entendeu o que o relatório está falando. Se tiver dúvida, pergunte a uma pessoa de confiança”, diz Ricardo Teixeira, professor de MBAs da FGV. “É importantíssimo não ter vergonha de dizer que você não sabe”.
Isso porque ao fazer uma aplicação, é essencial que se entenda em que você está investindo e quais os riscos envolvidos. “Não dá para você pegar uma recomendação de compra ou de venda, ou de alguma aplicação, sem entender o que você está fazendo”, afirma Teixeira. “E nunca aceite nenhuma orientação sem que você acredite nela”.
Conheça os produtos oferecidos antes de investir
Além de se certificar que entendeu a recomendação, busque entender o produto em si. “Qual o rendimento? Tem liquidez, e em que período? Qual a possibilidade que você tem de fazer movimentação naquela aplicação e em que prazo? Existe algum tipo de pedágio ou penalidade se você fizer alguma coisa fora do prazo que está sendo acordado? Essas são algumas perguntas que você tem que fazer, inclusive para que possa comparar com outras aplicações semelhantes em outras instituições financeiras”, diz Teixeira.
Saiba quem está fazendo a recomendação
É importante conhecer a fonte das informações que estão sendo expostas e entender quais os interesses envolvidos – e se esses interesses estão alinhados com os seus.
“Sempre há alguma interferência, que vem do próprio olhar do analista, para ele dizer se um ativo está caro ou barato. Não dá para comprar de olho fechado só porque foi recomendado”, afirma João Lucas Tonello, analista da Benndorf Research.
Atenção ao prazo
Um ponto de atenção é em relação ao prazo da tese, lembra Tonello. “Não é porque algo está barato que seu preço vai subir amanhã. Talvez o movimento demore”, diz ele.
Segundo o analista, o recomendado também é acompanhar a tese de investimento ao longo do tempo. “Pode ser que a situação operacional da empresa mude, ou as circunstâncias”, afirma.
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