Poupança, Tesouro Selic, Ibovespa ou bitcoin: o que rendeu mais em 2025 até agora
Simulações mostram como a escolha dos investimentos pode mudar o resultado da sua carteira
Você já se perguntou quanto teria hoje se tivesse colocado R$ 10 mil em outro investimento além da poupança no início do ano? Uma simulação feita com dados acumulados de janeiro a agosto mostra diferenças relevantes no resultado final – e serve como alerta: não adianta deixar para depois as decisões sobre o seu dinheiro. Quanto antes você organiza sua carteira, maiores as chances de alcançar os seus objetivos.
Vale lembrar: não existe fórmula mágica, e rentabilidade passada nunca é garantia de rentabilidade futura. O importante é ter clareza sobre seu perfil de risco e seus objetivos, para escolher os produtos que fazem sentido para você.
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Quanto renderam R$ 10 mil em diferentes investimentos?
A planejadora financeira e colunista do Bora Investir Estela Borgheri calculou quanto teriam rendido R$ 10 mil investidos de janeiro a agosto em diferentes produtos.
Para os investimentos em renda fixa (Tesouro Selic e IPCA+), foi considerada a alíquota de 20% de imposto de renda, aplicável a investimentos acima de 6 meses. Para os demais, foi considerada a alíquota de 15%, aplicável aos investimentos feitos via ETFs (fundos listados).
Investimento Inicial: R$ 10 mil | Acumulado janeiro até agosto | Líquido | Mensal líquido | Valor Líquido em Agosto |
Poupança | 5,40% | 5,40% | 0,66% | R$ 10.539,82 |
Tesouro Selic | 9,42% | 7,5% | 0,91% | R$ 10.753,60 |
Ibovespa | 17,73% | 15,1% | 1,77% | R$ 11.506,95 |
Bitcoin | 16,89% | 14,4% | 1,69% | R$ 11.435,91 |
Inflação + 7% | 7,92% | 6,3% | 0,77% | R$ 10.633,66 |
Inflação + 3,5% | 5,58% | 4,5% | 0,55% | R$ 10.446,56 |
Ouro em dólar | 31,43% | 26,7% | 3,00% | R$ 12.671,72 |
R$/Dólar | 9,82% | 8,3% | 1,01% | R$ 10.834,79 |
S&P | 8,77% | 7,5% | 0,90% | R$ 10.745,18 |
Alinhar investimentos ao perfil e ao prazo é essencial
O tempo é o maior aliado do investidor. Quanto mais cedo você começa, mais os juros compostos trabalham a seu favor. Mas também vale a reflexão: não existe um ativo perfeito, cada um tem suas vantagens e riscos.
Por isso, é importante alinhar a escolha dos produtos a seus objetivos, prazos e ao seu perfil. Assim, você não depende de acertar “o ativo da vez” e consegue atravessar diferentes ciclos do mercado com mais tranquilidade.
“Sempre é preciso avaliar para que você vai usar esse dinheiro, daqui a quanto tempo, e seu perfil”, diz Estela.
Segundo ela, não adianta olhar apenas para a rentabilidade. É fundamental avaliar para que o dinheiro será usado e em quanto tempo. Produtos de baixíssimo risco, como Tesouro Selic, podem estar no mesmo portfólio que ativos voláteis, como Ibovespa ou bitcoin — mas essa composição só faz sentido se o investidor tiver horizonte de longo prazo e tolerância à oscilação.
“Se você tem uma carteira de longo prazo, o ideal é ter diversificação. Ter uma carteira diversificada te ajuda também a evitar perdas, porque no longo prazo, uma classe vai compensando a outra”, explica. Mas aqui entra a necessidade de você se conhecer como investidor.
“Mas você precisa entender se vai conseguir olhar para sua carteira em um mês em que esteja com rendimento negativo, ou muito abaixo do CDI. Tem gente que não aguenta nem por alguns meses”, completa.
Poupança: segurança e previsibilidade, mas com rendimento menor
A poupança segue sendo o destino favorito de muitos brasileiros, em parte pela facilidade e pela isenção de imposto de renda. Mas os ganhos são limitados. Quem tivesse aplicado R$ 10 mil no início do ano teria hoje cerca de R$ 10.539 – um retorno acumulado de pouco mais de 5% até agosto, o menor entre os produtos comparados e pouco acima da inflação acumulada no período (3,26%).
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Tesouro Selic: segurança com liquidez
O Tesouro Selic é um título público considerado de baixíssimo risco, já que é garantido pelo governo federal. Ele acompanha a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 15% ao ano. Com o mesmo aporte de R$ 10 mil, o investidor teria agora R$ 10.753,60, já descontando o imposto de renda, um ganho perto de 9,4% no ano.
Ibovespa
Se o dinheiro tivesse sido aplicado em um fundo ou ETF que acompanha o Ibovespa B3, a diferença seria ainda maior. O mesmo investimento de R$ 10 mil teria virado R$ 11.506,95 até agosto, um ganho de 17,7%.
Bitcoin
O bitcoin, visto por muitos como “ouro digital”, mostra o outro lado da moeda: a alta volatilidade. No período analisado, R$ 10 mil investidos em reais teriam se transformado em R$ 11.435,91.
É preciso analisar, no entanto, seus objetivos e seu perfil como investidor antes de escolher o bitcoin como destino para seus aportes.
Ouro
O ouro é considerado um ativo de proteção, já que costuma se valorizar em períodos de crise ou de alta da inflação. Na simulação, quem tivesse aplicado R$ 10 mil no início do ano teria hoje cerca de R$ 12.672, um ganho acumulado de 31,4% até agosto.
No Brasil, é possível investir em ouro de forma prática pela B3, por meio de ETFs que acompanham a variação internacional do metal.
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