Quanto investir para se aposentar com R$ 5, R$ 10 ou R$ 15 mil de renda?
Saiba também como escolher o benefício para receber na aposentadoria
Começar a poupar pensando na aposentadoria não é tarefa fácil. Essa tarefa demanda abrir mão da recompensa imediata de gastar hoje para pensar no seu “eu do futuro”, um benefício que você só terá daqui a muitos anos. No entanto, pensar no seu bem estar na aposentadoria é importante, e o quanto antes você começar, melhor.
Entre as muitas dúvidas que rondam a previdência privada, uma das principais é saber o quanto se precisa economizar hoje. Para responder a essa pergunta, Paula Sauer, economista, planejadora financeira CFP e coordenadora Laboratório Inteligência Financeira ESPM, calculou o quanto é necessário investir por mês para se aposentar com diferentes rendas.
Confira!
Objetivo | ||||
Perfil do investimento | Rentabilidade-alvo | Aporte para renda mensal de R$ 5.000 | Aporte para renda mensal de R$ 10 mil | Aporte para renda mensal de R$ 15 mil |
Conservador | 4% ao ano | R$ 1.546,63 | R$ 3.097,58 | R$ 4.648,54 |
Moderado | 6% ao ano | R$ 995,92 | R$ 1.997,39 | R$ 2.998,87 |
Agressivo | 8% ao ano | R$ 625,23 | R$ 1.257,32 | R$ 1.889,42 |
A simulação foi feita considerando uma pessoa começando aos 30 anos, com o objetivo de se aposentar aos 65. Isso quer dizer que alguém com perfil de risco moderado precisa investir R$ 995,92 por mês para se aposentar com uma renda vitalícia mensal de R$ 5 mil. Se essa mesma pessoa quiser uma renda de R$ 10 mil, precisa investir R$ 1.997,39, e se quiser renda de R$ 15 mil, terá de aportar R$ 2,998,87 por mês.
Repare que o perfil do investimento escolhido e a rentabilidade esperada no plano de previdência influenciam muito o resultado. Isso não quer dizer, entretanto, que se deve buscar sempre a rentabilidade mais alta, se isso não se enquadrar no seu perfil de investidor.
Também vale dizer que as projeções não são certeza de rendimento. “É sempre mais prudente fazer planos com uma taxa mais conservadora, mesmo que se escolha um produto mais arrojado, porque estamos falando de longo prazo. Se render mais, é lucro”, diz Paula. “O contrário pode causar dor de cabeça, como contar que vai receber um complemento de renda de um determinado valor e na hora de receber o benefício ter um valor a menor”.
Quanto é preciso receber de renda na aposentadoria?
Um ponto que gera dúvidas é sobre quanto é necessário de renda para garantir uma aposentadoria tranquila. Henrique Diniz, Diretor de Produtos de Previdência da Icatu, sugere “considerar as despesas, incluindo moradia, alimentação, saúde, lazer e demais custos pessoais, além de entender o padrão de vida que a pessoa deseja manter. Outro fator a considerar é a expectativa de vida, considerando que quanto mais tempo a pessoa vive, mais dinheiro ela precisa”.
Renda vitalícia para se aposentar ou não?
Segundo Diniz, a conversão do saldo acumulado em renda é um dos pontos que mais geram dúvidas aos investidores. “Porém, as novas normas de previdência aberta buscam aumentar os incentivos e a flexibilização desse produto. Em relação às principais dúvidas, elas incluem os tipos de renda disponíveis, como renda vitalícia, renda vitalícia com prazo mínimo garantido, renda temporária, renda com prazo certo e renda com reversão ao beneficiário, cada uma com características e vantagens específicas”, diz.
Para escolher qual a forma de usufruto dos recursos acumulados, ele ressalta que é importante considerar as necessidades financeiras, expectativas de vida e objetivos. “A renda vitalícia garante um pagamento mensal até o final da vida, sendo ideal para quem busca segurança financeira contínua. Se o objetivo é ter uma renda por um período específico, a renda por tempo determinado pode ser mais adequada, permitindo receber um valor mensal por um prazo fixo. Já os saques periódicos oferecem maior flexibilidade, permitindo resgatar o dinheiro conforme necessário, mas exigem um planejamento cuidadoso para garantir que os recursos durem o tempo desejado”, diz.
Paula Sauer lembra que é preciso analisar com cuidado qual é a melhor opção para o beneficiário. “No PGBL, na hora que você se transforma em beneficiário, vai pagar todo o imposto que postergou no período de acumulação de uma vez só. As pessoas normalmente se assustam, só que é o imposto que você deixou de pagar por 35 anos de contribuição e o seu dinheiro foi rendendo em cima do dinheiro bruto”, diz ela. “E aí, as pessoas preferem transformar em benefício porque não sentem isso de uma maneira tão pesada”.
Por outro lado, “a partir do momento que você virou beneficiário, se você falecer, o recurso não é revertido para os seus dependentes ou para os seus herdeiros obrigatórios. Ele fica para a seguradora”, explica Sauer.
Segundo ela, uma opção a isso é sacar todo o valor e administrá-lo você mesmo. Outra possibilidade é, em vez de contratar uma renda vitalícia, escolher a renda por tempo determinado.
Todas as opções, no entanto, têm riscos. “Se eu coloco um benefício determinado, por um prazo de 30 anos, por exemplo, corro o risco de passar os 30 anos e eu continuar vivo. Agora, se eu escolho receber o dinheiro numa bolada só, o risco é eu não saber administrar o dinheiro”, diz Paula Sauer.
Para ela, a questão comportamental nessa hora é importante para fazer a escolha. “Como eu lido com o dinheiro? Como minha família lida com o dinheiro? Como as pessoas com quem eu me relaciono lidam com o dinheiro? Porque todas elas vão influenciar a maneira que eu também lido com o dinheiro”, resume.
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