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PGBL x VGBL: qual o melhor plano de previdência privada para você

Ambas opções são investimentos de longo prazo; investidor deve se atentar a taxas e portabilidade

Mulher caminhando na praia
Quase 60% dos brasileiros não se preparam para a aposentadoria. Foto: Adobe Stock

A previdência privada é um dos investimentos mais conhecidos e mais fáceis de se fazer, já que é oferecida por vários bancos e os aportes mensais podem ser feitos por meio de débito automático.

Entretanto, para escolher entre as opções disponíveis desse investimento de longo prazo, é preciso levar em conta a atual situação financeira, período de aplicação, entre outros tópicos. Confira a seguir alguns conceitos básicos da previdência privada e as diferenças entre os planos disponíveis – PGBL e VGBL.

Como se preparar para a aposentadoria?

Segundo pesquisa do Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), quase 60% dos brasileiros não se preparam para a aposentadoria.

Desse modo, planos de previdência privada são uma boa maneira de planejar o futuro e não fazer parte dessa estatística. Carol Stange, educadora e consultora financeira, traça dois cenários considerando a composição de uma previdência privada:

“Há casos em que a previdência privada serve como complemento ao INSS e outros em que ela não é um complemento, mas toda a fonte de renda da aposentadoria. Esse último cenário tem mais riscos, pois é preciso que o plano de previdência privada seja iniciado com muita antecedência; além disso, os aportes precisam ter capacidade de sustentar toda a fonte de renda.”

Stange também frisa que, quando se trata de previdência privada, a constância de aportes é mais importante que a intensidade; ou seja, é melhor investir menos por mais tempo que fazer grandes, mas poucos aportes.

+ Aposentadoria: guia completo para você se planejar

Quais as diferenças entre PGBL x VGBL?

Entre o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) existe basicamente a diferença do Imposto de Renda.

No PGBL, há tributação sobre o montante total; já no VGBL a incidência do imposto é sobre os rendimentos. Só pode contratar o PGBL quem faz a declaração completa do Imposto de Renda; por esse motivo, Stange afirma que o PGBL é mais indicado para quem tem dependentes.

Importante lembrar também que no modelo completo são possíveis deduções na base de cálculo do Imposto de Renda, podendo chegar até 12% dos rendimentos tributáveis.

Ambos modelos podem seguir tabelas progressivas ou regressivas de tributação. No primeiro caso, o cálculo da alíquota fica da seguinte maneira:

  • Até 22.847,76 – isento
  • De 22.847,77 até 33.919,80 – 7,5%
  • De 33.919,81 até 45.012,60 – 15%
  • De 45.012,61 até 55.976,16 – 22,5%
  • Acima de 55.979,16 – 27,5%

Já a tabela regressiva funciona assim:

  • Até 2 anos: 35%
  • 2 a 4 anos: 30%
  • 4 a 6 anos: 25%
  • 6 a 8 anos: 20%
  • 8 a 10 anos: 15%
  • Acima de 10 anos: 10%

O que preciso saber antes de contratar uma previdência privada?

Carol Stange alerta sobre um dos erros mais comuns ao se contratar a previdência privada:

“Muitas pessoas têm o PGBL ou VGBL como seus primeiros investimentos. Ou seja, investem na previdência privada, mas sem ter uma reserva de emergência. Num imprevisto, elas são obrigadas a resgatar o dinheiro antes do tempo e podem acabar pagando um alto valor de imposto de renda.”

Outro ponto importante são as taxas cobradas por diferentes instituições: “Além taxa de administração, há a de entrada e a de saída. Isso quer dizer que toda vez que se faz um aporte, o banco fica com uma parte do valor. O mesmo acontece quando há o resgate. Então, é preciso pesquisar entre diferentes instituições para saber qual oferece o serviço mais vantajoso”, Stange recomenda.

A pesquisa pode ser feita pelo próprio investidor ou por meio de uma curadoria, isso é, quando se contrata um profissional para aconselhamento financeiro ou até recomendações de investimento.

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Além das taxas, também é muito importante verificar as regras de portabilidade. Por meio desse mecanismo, é possível migrar de uma instituição para outra. Porém, a portabilidade só acontece com o mesmo plano. Por exemplo, quem possui um PGBL pode mudar de instituição, mas mantendo tal modalidade de previdência.

Para mais conteúdo sobre finanças pessoais, confira o Hub de Educação Financeira da B3.