Quer uma renda passiva? Saiba como começar a montar sua carteira mês a mês
Aprenda a montar um portfólio que gera renda passiva periódica
Quem não gostaria de ter uma renda extra todo mês, sem precisar trabalhar mais por isso? Esse é o sonho de muitos brasileiros, que buscam nos investimentos uma renda passiva que os ajude nas contas mensais ou que possa complementar a aposentadoria no futuro.
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O Bora Investir conversou com especialistas para explicar como começar a montar sua carteira, pouco a pouco, para obter uma renda passiva!
Quais os ativos geram renda passiva?
Há títulos de renda fixa e ativos de renda variável com essa característica. Para escolher qual o melhor para cada investidor, é preciso se atentar ao perfil de risco.
Para Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial, quem busca uma renda passiva deve ter um bom horizonte de investimento, mais longo. “O investidor pode começar com a renda fixa, em que temos títulos do Tesouro Direto e títulos de crédito corporativo que fazem o pagamento de cupons. Importante entender que isso é uma antecipação daquilo que você aplicou corrigido por uma taxa predeterminada. Se não for reaplicado, obviamente isso vai diminuindo”, afirma.
“Outra alternativa, que na minha visão é o que caracteriza a renda passiva, acaba surgindo dos investimentos em renda variável, mas direcionados para o investidor que tem foco no longo prazo e perfil moderado a agressivo”, diz Villegas.
Renda fixa
Há títulos de renda fixa que pagam proventos periodicamente, os chamados cupons. Entre os títulos do Tesouro Direto, aqueles que têm essa característica são: Tesouro prefixado com juros semestrais e Tesouro IPCA+ com juros semestrais (saiba mais sobre eles aqui). Esses papéis pagam ao investidor uma parcela dos rendimentos a cada semestre, em vez de pagarem somente na data de vencimento. Assim, o dinheiro cai na conta do investidor pouco a pouco.
Existem também títulos de crédito privado, como CDBs, LCIs e LCAs com pagamentos periódicos. Isso vai depender de cada emissão.
Renda variável
Para quem tem perfil mais arrojado e quer uma renda passiva, há a possibilidade de escolher ações de empresas que costumam pagar aos acionistas dividendos elevados. Algumas têm histórico de bons pagamentos mensais, trimestrais ou semestrais.
Outra opção na renda variável são os fundos imobiliários, que por regra precisam distribuir 95% do lucro caixa registrado a cada semestre. A maioria, no entanto, opta pela distribuição mensal.
Como montar um portfólio focado em renda?
Quem lê sobre investimentos já sabe, mas não custa lembrar: diversificar é uma estratégia para reduzir os riscos da carteira. Isso vale também para quem busca investimentos pensando em renda. Afinal, se há diversos tipos de ativos que pagam rendimentos mensais, é possível pensar em um portfólio dividido entre diferentes classes.
Segundo Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, os mais conservadores podem pensar em uma variedade de títulos de renda fixa com a característica de pagamento de cupons.
Já quem busca mais rentabilidade e aceita um risco maior pode dividir parte da carteira em renda variável e parte em renda fixa. “Mas mesmo para os mais arrojados, vale ter uma parte da carteira aplicada em renda fixa, para reduzir a volatilidade”, sugere Serra.
A máxima da diversificação vale também dentro de cada classe de ativos. Tanto em títulos de crédito privado quando nas ações, divida os aportes em diferentes empresas de diferentes setores, de preferência em setores que estejam descorrelacionados entre si.
No caso dos FIIs, isso significa, investir tanto em fundos de papel, que investem em CRIs e LCIs, quanto em fundos de tijolo, que compram e alugam imóveis. E dentro do segmento de tijolo, dá ainda para diversificar entre os setores de shopping, galpão e lajes corporativas.
Há ainda a possibilidade de investir em fundos de fundos, os FOFs, na sigla em inglês. “Uma vantagem é que eles conseguem garantir uma diversificação em um único produto”, diz Serra.
Como começar?
Para quem busca montar esse portfólio aos poucos, investindo a cada mês, há basicamente duas estratégias. A primeira é começar a criar sua carteira pelos títulos mais conservadores, de renda fixa, e migrar aos poucos para os investimentos de renda variável, como ações e FIIs. Uma vez que você já tenha essa diversificação, vá aumentando o investimento nas diferentes classes, a fim de manter a porcentagem de cada uma na carteira.
Outra opção é começar diversificando desde o início. De acordo com seu perfil de risco, pense o quanto você quer ter em cada classe de ativo. Um exemplo: 70% em renda fixa (divididos em 40% títulos do tesouro e 30% em crédito privado) e outros 30% em renda variável (15% em ações e 15% em FIIs). Faça os aportes iniciais de acordo com essa divisão. A partir daí, a cada mês ou trimestre, olhe para a sua carteira, veja a sua composição, e faça os novos aportes com o objetivo de voltar à alocação que você desenhou.
Como escolher os ativos?
Muito mais que os dividendos
Antes de olhar os dividendos, o valor do cupom, ou a data de pagamento, é importante analisar os fundamentos por trás da empresa emissora. “Os dividendos nada mais são do que a distribuição do lucro que a empresa ou fundo tem. Se algo afeta a parte operacional, pode ser que o rendimento seja afetado também”, lembra Serra.
Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos, explica que para avaliar se um FII vai entrar ou não na carteira recomendada da casa, são avaliados vários pontos:
- A liquidez. “Esse é um fundo que tem grande volume de negociação, que o investidor poderá comprar ou vender quando quiser?”, explica ele. Se não for, fica fora da lista.
- O setor macro do FII em questão. Se é um fundo de shoppings, como está esse mercado? Se o fundo aposta em lajes corporativas, quais as perspectivas para esse segmento?
- Os imóveis que compõem o FII são bons, estão bem localizados, ou ficam em uma região onde a vacância está elevada?
- Qual a qualidade dos inquilinos que estão nos imóveis? São boas empresas, que têm mantido o pagamento de aluguel em dia, ou o locatário corre o risco de sair?
- Por fim, se o preço da cota está justo, de acordo com a avaliação?
Segundo ele, essa é lógica também precisa ser replicada para a avaliação das empresas antes de comprar ações. As empresas em que você pretende investir têm boas perspectivas? Como esse negócio gera renda? Há riscos que podem prejudicar a companhia no futuro?
“Ainda mais pensando em um investidor que busca a renda, é preciso avaliar se são empresas que cresceram o suficiente para poder distribuir dividendos, que não têm tantos projetos em que precisam reinvestir”, diz Sanches.
Por fim, os dividendos
O último ponto é analisar se a periodicidade histórica de distribuição de proventos ou pagamento de juros está de acordo com a sua expectativa. Um ponto de atenção aqui: não olhe apenas a última distribuição. Há casos em que a empresa paga dividendos mais altos por alguma questão extraordinária, como a venda de um ativo, por exemplo. Ou seja, aquele valor provavelmente não vai se repetir no próximo mês.
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