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Viver de renda: como se organizar para receber R$ 7 mil mensais

Confira quanto é preciso investir para viver de renda com R$ 7 mil mensais para o resto da vida

Tesouro Nacional. Foto: Adobe Stock
Valor foi levantado utilizando a própria calculadora do Tesouro, que permite simular valores, prazos e quantidade a ser investido. Foto: Adobe Stock

Poder viver de renda, recebendo uma quantia como fruto dos investimentos, é o objetivo de muita gente. Seja para parar de trabalhar ou para projetos especiais, um dinheiro extra é muito bem vindo.

Como se preparar para viver de renda

Segundo José Eduardo Daronco, analista da Suno Research, o primeiro passo, sem dúvida, é organizar o orçamento doméstico, para que as receitas sejam maiores que as suas despesas. 

“Com o superávit das finanças, você deve ir gradualmente investindo o dinheiro, começando pela renda fixa e depois migrando para renda variável. O ideal são investimentos que possuam um fluxo de proventos constante”, afirma ele.

Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank, destaca que, acima de tudo, não existe mágica. “Quanto mais você quiser receber no futuro, maior deve ser o prazo do seu investimento, maior o aporte e maior o risco. Já que a maior busca por rentabilidade vem acompanhada do risco”.

Ela ainda destaca que deve-se definir o objetivo, prazo e renda, para traçar a estratégia. Mas o planejamento e a disciplina do investidor são fatores cruciais para o êxito do processo.

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Quanto investir para ter R$ 7 mil de renda mensal

Como dito, cada investidor tem uma estratégia a ser traçada com seu objetivo e de acordo com seu perfil. Para os cálculos, foram usados exemplos de renda perpétua, em que o investidor teria a renda assegurada por tempo indeterminado.

Conservador

Dentro de um perfil mais conservador, o analista da Suno Research simulou investimentos que rendessem uma taxa de 0,5% ao mês, média abaixo do que os fundos imobiliários (FII) e ações pagam atualmente.

Segundo ele, para uma renda passiva de R$ 7 mil mensais nestas condições, é preciso um valor investido de aproximadamente R$ 1,4 milhão.

Para se chegar ao valor de R$ 1,4 milhão, o planejador financeiro do C6 Bank, Rafael Haddad, considerou a mesma taxa, no prazo de 20 anos. Assim, seriam necessários aportes mensais de R$ 3.030,03 para alcançar o valor.

Moderado

Já Frias utilizou uma renda mensal com base em uma taxa de 0,7% ao mês. Taxa essa que é o rendimento médio dos ativos de renda fixa, já considerando o pagamento do Imposto de Renda.

Nesse cálculo, para se ter uma renda de R$ 7 mil mensais, é preciso ter investido um patrimônio de R$ 1 milhão.

A planejadora financeira do C6 Bank ainda acrescenta que, para chegar ao valor acumulado de R$ 1 milhão com aportes mensais, tudo depende do prazo.

“Ao considerar um prazo [de acumulação] de 20 anos, por exemplo, nas mesmas condições, a pessoa teria que investir em torno de R$ 1.600 todo mês, para no final desses 20 anos, acumular R$ 1 milhão, então ter uma renda perpétua de R$ 7 mil no mês”, destaca.

Arrojado 

Já para perfis arrojados, que investem mais em renda variável, usamos a taxa de 1% ao mês, média dos DY (Dividend Yield) de ações e FIIs.  Nesse caso, para atingir os mesmo R$ 7 mil, seria necessário um total investido de R$ 700 mil.

Já para atingir o montante de R$ 700 mil, Haddad calculou que seriam preciso aportes mensais de R$ 707,60, por 20 anos, a 1% ao mês.

Investimentos para viver de renda

Os tipos de investimentos indicados para quem quer viver de renda são aqueles que geram rendimentos mensais. Eles podem ser de renda fixa ou renda variável, como títulos públicos, CDBs, ações (pensando em dividendos) ou FIIs.

Para Larissa Frias, os títulos de renda fixa, como os do Tesouro Direto e CDBs são ideais para objetivos de curto prazo. No próprio Tesouro Direto, o investidor pode encontrar opções que pagam remuneração periódica em cupons semestrais. 

É o caso dos títulos públicos do Tesouro IPCA+ com juros semestrais ou prefixado com juros semestrais.

Já no caso dos CDBs, o investidor também encontra algumas opções que creditam o rendimento da aplicação na conta do cliente, mês a mês, em vez de pagar apenas no vencimento.

“O investidor vai aplicar e já vai receber a renda de forma mais imediata. Esses títulos se adequam bem quando o investidor já tem um patrimônio formado e quer converter esse patrimônio numa renda perpétua, numa renda mensal”, afirma Frias.

“Existem títulos oferecidos no Tesouro Direto que também têm essa característica [de pagar rendimentos mensalmente], como os títulos Educa+, Renda+. Também existem planos de previdência, que se beneficiam de longo prazo, assim como uma carteira de ações pensando em dividendos e FIIs”, destaca.

A planejadora financeira ainda ressalta que a previdência privada é um produto que se destaca no longo prazo, já que tem benefícios fiscais interessantes. Ela também tem mais maleabilidade por existirem fundos de previdência mais conservadores, mais moderados ou mais arrojados.

Ela ainda aponta que os ativos das classes de inflação são importantes dentro da visão de uma carteira para se viver de renda, já que esse tipo de investimento garante o poder real de compra do investidor.

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