Objetivos financeiros

O que fazer agora para começar 2024 sem dívidas e com investimentos?

Organização financeira é o ponto de partida para quem planeja se livrar das dívidas e ter dinheiro e se tornar um investidor

Apesar de restarem pouco meses para o fim do ano, quem está com problemas nas contas não deve jogar a toalha. Ainda dá tempo de organizar as despesas, equacionar as dívidas e até ter sobra de caixa para começar 2024 com dinheiro investido.

E uma pessoa endividada pode se tornar investidora em poucos meses? Sim, é possível!

Mas isso exige disciplina e organização. Para isso, é importante relacionar todas as despesas e ver onde dá ou não para mexer. “Se eu percebo que possuo muitos gastos variáveis, como os destinados ao lazer, posso muito bem mudar meus hábitos e estabelecer uma meta para esses gastos, de forma a sobrar o que preciso para investir”, afirma Hugo Ferraz, planejador financeiro CFP©️ pela Planejar.

Agora, se mesmo assim, ainda não sobrar, tendo em vista despesas fixas, como aluguel, escola dos filhos, por exemplo, é hora de rever seu padrão de vida. “Isso é um processo que envolve toda a família pois todos precisam estar comprometidos com orçamento”, completa Ferraz.

Pente fino nas despesas

Assim como Ferraz, Julianne Simões, planejadora financeira CFP©️e consultora de valores mobiliários defende que o começo da mudança venha do entendimento sobre quais são as despesas atuais.

A planejadora sugere, por exemplo, que seja passado um “pente fino” nas despesas, em especial naquelas assinaturas lançadas no cartão de crédito – como serviços de assinatura de streaming, plano anual de academia que não é utilizado. O que não tem uso deve ser cortado.

No caso de quem tem dívida e pretende mudar hábitos e contar com dinheiro para investir, nem sempre o caminho é a renegociação, afirma Ferraz. Por exemplo, para quem está em dia com os pagamentos. Se o contexto for de inadimplência é diferente. “Nesse caso, a renegociação é uma boa alternativa para tentar encaixar o valor da parcela dentro da sua possibilidade de pagamento, evitando o pagamento de juros de mora”. diz.

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Mudança de hábito

Ajustes feitos, é fundamental criar o hábito de investir com constância de investimento. “Quanto mais velocidade, melhor. Mas, para ganhar velocidade, é preciso garantir que os investimentos sejam feitos, nem que o mínimo, todos os meses”, alerta a planejadora.

No caso de quem tem empréstimos, completa Julianne, vale lembrar que esses valores podem estar ocupando muito espaço dentro da sua renda. Por isso, é importante usar alguns mecanismos, como alongar o prazo de pagamento e trocar uma dívida mais cara (cartão de crédito, cheque especial) por outra mais barata (com juros menores).

Afinal, o objetivo é sobrar mais dinheiro dentro do mês. Quando isso acontecer, a gente ‘carimba’ esse dinheiro. Por exemplo, colocando o valor em uma transferência automática para uma nova conta.

É a forma de criar o menor esforço possível para a pessoa em um primeiro momento, sem que ela dependa tanto do autocontrole e disciplina, que pode falhar, na relação com o dinheiro. “O pulo do gato é não deixar o dinheiro na conta, porque a gente fica mais tentado a gastar. Aos poucos isso permite criar constância nesses investimentos”, detalha a planejadora.

Dinheiro com destino certo

Com o dinheiro ‘carimbado’ para ser aplicado, Julianne propõe que o investidor defina qual será o objetivo para os recursos e o seu custo – ou seja, qual será o destino, como a compra de um imóvel ou uma viagem. A etapa seguinte é fazer a precificação dos sonhos.

Mas, em vez de esperar o final do mês para sobrar dinheiro a ser investido, ensina a planejadora financeira, a sugestão é ‘fingir’ que aquele dinheiro é um boleto. Com isso, diz, esse dinheiro fica ‘carimbado’ logo no início do mês, colocando o pagamento desse ‘boleto’ junto com o recebimento do salário ou Pró-Labore.

A estratégia permite fazer caber esse sonho dentro do orçamento. Mas tudo isso depende de um autocontrole. Por isso, quanto mais automatizado e com clareza de informação, mais fácil fica o planejamento.

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Opções de investimento

A forma mais fácil de começar a investir, segundo a planejadora, é com a escolha de títulos mais acessíveis, com valores menores, e investimentos simples, fáceis de serem acompanhados. No primeiro momento, quando o investidor está começando, é importante que se tenha constância em vez de fazer uma carteira muito complexa, que pode criar confusão e até perdas. Por exemplo, no caso dos títulos do tesouro direto, que trazem a data de vencimento e a rentabilidade no seu vencimento.

Ferraz vai na mesma direção. Geralmente os ativos de renda fixa públicos ou privados, como tesouro direto, poupança, CDBs ou RDCs (de cooperativas de crédito) são bastante simples e acessíveis para quem tem pequenos valores.

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