11 passos para se livrar das dívidas: confira!
Com o orçamento doméstico organizado e as despesas controladas dentro do salário, é possível fazer uma reserva financeira para fazer frente a eventuais gastos extras
A parcela de famílias brasileiras endividadas em 2023 atingiu 78% em janeiro deste ano, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado está bem acima do mesmo mês do ano passado quando o índice estava em 76,1%.
A situação é ainda pior para as famílias com renda mensal de até três salários-mínimos. Para essa parcela de consumidores, a proporção de endividados sobe para 79,2%, acima da média nacional, e superior ao último mês do ano passado (78,9%) e de janeiro de 2022 (76,5%).
Como sair da inadimplência?
A inadimplência também faz parte da dura realidade das famílias. O país começou o ano com 70,1 milhões de pessoas no vermelho, segundo a Serasa Experian. Em média, cada inadimplente deve R$ 4.612,30.
O diretor executivo de estudos e pesquisas da ANEFAC, Miguel José Ribeiro de Oliveira, afirma que o aperto nas condições financeiras vem da elevação da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% ao ano, da inflação alta e do desemprego que atinge nove milhões de pessoas.
“Juros mais altos acabam encarecendo as dívidas das famílias e nesse quadro se deu a queda na atividade econômica, o desemprego elevado e a redução substancial da renda. Então este conjunto todo acaba aumentando o endividamento das famílias”, explica.
Diante deste cenário, a entidade que reúne executivos de finanças e economia, fez um passo a passo para ajudar as famílias brasileiras a saírem do vermelho.
O primeiro movimento é organizar a vida financeira elaborando um orçamento doméstico como forma de definir quais são as reais necessidades. É preciso planejar todos os gastos considerando sempre a renda disponível e não a renda disponível mais crédito, ou seja, os gastos têm que caber dentro de seu salário.
Outra dica é preferencialmente gastar menos do que se tem de renda. O objetivo é economizar para fazer uma reserva financeira e conseguir fazer frente a eventuais gastos extras não previstos.
“Lembre-se que toda a vez que você gasta mais do que ganha ou ficará inadimplente e com isso sujeito a todas as consequências de ter o nome negativado, não tendo acesso a qualquer tipo de crédito ou terá que recorrer a empréstimos e assumir o pagamento de juros”, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Veja abaixo os onze passos para se livrar das dívidas:
- Identifique todas as suas dívidas;
- Tendo recursos aplicados resgate os mesmos para usar nestes pagamentos mesmo que sejam parciais;
- Tendo bens se desfaça deles para fazer dinheiro e pagar estas dívidas;
- Reduza suas despesas mensais (comprometa sua família nesta cruzada);
- Analise sua capacidade de pagamento para propor acordo a seus credores (qual o valor mensal que posso dispor?);
- Estabeleça prioridades (quais despesas devo pagar ou renegociar primeiro – as mais caras e as que geram penalidades como condomínio, luz, água, telefone);
- Se for possível peça um empréstimo mais barato para liquidar as dívidas mais caras;
- Não sendo possível renegocie com seus credores condições de pagamento que possa cumprir;
- É importante propor algo que consiga cumprir para não ficar novamente inadimplente após algum tempo. Isto desacredita você;
- O ideal é negociar antes de entrar nas listas de proteção ao crédito. Entretanto, só deve fazer isto caso a condição desta renegociação seja boa para você – com prestações baixas e reduções dos juros. Caso contrário não aceite a renegociação, pois inevitavelmente você não vai conseguir cumprir;
- Mude seus hábitos de gastos para não voltar novamente a mesma situação (não gastar mais de que ganha, não usar cheque especial e rotativo do cartão de crédito).
Como começar a poupar?
Com o orçamento familiar equilibrado e as dívidas pagas, o primeiro passo para começar uma poupança é conseguir guardar parte do salário todos os meses. Os educadores financeiros sugerem pegar 10% dos ganhos e colocar em uma poupança, fundo de renda fixa ou outro investimento e deixar como uma reserva estratégica.
“Durante a pandemia, um dos grandes problemas do endividamento foi a pessoa perder o emprego, deixar de ter uma renda e não ter nenhum dinheiro guardado. Então é necessário fazer uma poupança para enfrentar momentos de dificuldades”, conclui o diretor executivo de estudos e pesquisas da ANEFAC.
Uma outra dica é também se programar para investir na previdência.
Para quem precisa fazer um planejamento financeiro, a B3 oferece um curso sobre como organizar suas finanças. Na plataforma de educação, também há cursos sobre investimento e muito mais.