Organizar as contas

Como recuperar suas finanças após a “farra” no Carnaval?

Avaliar a situação financeira, cortar despesas não obrigatórias e resgatar alguns investimentos estão entre as opções

Os gastos com Carnaval não são uma surpresa, ou pelo menos não deveriam ser. Se todo ano, além da lembrança boa da folia, ficarem despesas acima do previsto, é sinal de que você precisa tomar mais cuidado com os gastos em meio à euforia. Afinal, todo Carnaval tem seu fim, mas as suas finanças precisam sobreviver ilesas de qualquer situação.

Algumas opções para frear a “farra” carnavalesca no orçamento podem ser, depois de tomar consciência dos gastos, cortar as despesas desnecessárias e recorrer ao resgate de parte dos seus investimentos para o pagamento de dívidas, se for o caso.

O Bora Investir ouviu dois planejadores financeiros que deram dicas do que colocar a vida de volta nos trilhos. Confira.

Faça uma reserva financeira

Para Rogério Brandão, planejador financeiro pessoal e familiar da Serafin, tudo começa com uma avaliação da situação financeira. Ele destacou a importância de olhar para as consequências dos imprevistos no orçamento. “Ou seja, tem que analisar os danos causados pelos gastos excessivos no Carnaval. Calcular o montante gasto além do que foi planejado no orçamento e identificar o impacto que isso tem na sua carteira de investimentos”, afirmou.

O próximo passo, segundo Brandão, é refazer o orçamento e analisar onde é possível compensar os gastos extras que você teve durante a folia. “Busque identificar as áreas onde é possível reduzir as despesas nos próximos meses. Então, talvez por três ou quatro meses seja preciso reduzir as despesas não obrigatórias, como suspender a academia. É mais fácil pensar dessa forma do que pensar em reduzir a conta de luz”, explicou.

Planeje o próximo ano

Se você ainda não tem uma reserva financeira, uma sugestão é aproveitar a lição aprendida em 2024 para não repetir o erro nos próximos anos. Em primeiro lugar, planeje melhor os gastos com os próximos feriados e tente se manter dentro do orçamento. Em paralelo, construa uma reserva de emergência, para cobrir os gastos imprevistos.

“Se eu tinha dinheiro guardado e extrapolou, vou usar a minha caixinha de reserva financeira. Não vou tirar da minha aposentadoria e nem daquela que reservo para meu futuro carro, por exemplo. Se você gastou R$ 5 mil, provavelmente ano que vem vai gastar também. Então, comece a investir desde agora e crie uma caixinha. Já comece a juntar dinheiro e a se planeje”, afirmou Brandão.

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Tenha metas financeiras

Após avaliar a situação financeira e perceber onde estão os gastos que podem ser reduzidos, Brandão sugere montar metas financeiras. São objetivos claros para os seus investimentos. Cada reserva de dinheiro deve ser destinada a um fim em si, como uma reserva para a próxima viagem de férias no ano que vem ou uma reserva para comprar um carro.

“Feito isso, vou estabelecer metas financeiras bem claras com uma quantidade de dinheiro que pretendo recuperar na minha carteira de investimentos e o prazo para eu alcançar isso”, disse. “Um erro muito comum é deixar o dinheiro que sobrar para fazer em investimentos. O melhor é priorizar os investimentos. Vou adequar o meu orçamento aos meus gastos”, explicou.

Para cobrir os gastos a mais do Carnaval, entretanto, no curto prazo, o especialista afirmou que pode ser indicado pensar em separar um porcentual dos seus investimentos para cobrir o rombo deixado pela festa.

Comece a investir

Já Guilherme Pecini, planejador financeiro da Ademicon, vê uma saída para recuperar a carteira de investimentos a partir de quatro pontos, chamados por ele de “caixinhas”, que são a entrada da renda, a liquidez, o patrimônio e a rentabilidade.

Para o primeiro ponto, ele explica que é necessário ampliar o número de fontes de renda para não depender tão somente de uma única entrada.

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Liquidez e patrimônio devem ser avaliados em conjunto, para que o investidor não tenha apenas de liquidez, investimentos na Bolsa, mas também imóveis, que são bens mais duráveis, sugere Pecini.

“O dinheiro que entra, a liquidez e o patrimônio têm que estar alocados em investimentos que rendam acima da inflação. O ideal é que seu salário também acompanhe essa regra e, se possível, aumente a cada ano”, disse.

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