Digitalização impulsiona mudança na relação dos brasileiros com o dinheiro, indica pesquisa do Nubank
Cada vez mais brasileiros buscam planejamento e investimentos, mas conhecimento ainda é barreira para avanços maiores nas finanças pessoais
O dinheiro ainda é uma das grandes preocupações dos brasileiros. Segundo dados do Banco Central de 2023, 36% dos brasileiros estão preocupados que o dinheiro não vai durar, e 49,1% concordam que as preocupações com as despesas e compromissos financeiros são motivos de estresse em casa. No entanto, a relação das pessoas com o dinheiro está mudando – e cada vez mais, termos como planejamento, futuro e investimentos começam a surgir. Isso é o que mostrou uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos a pedido do Nubank, apresentada nesta terça-feira (22/10).
De acordo com a pesquisa, quando os brasileiros são perguntados sobre o que pensam quando o assunto é instituição financeira, palavras como “gastos” e “contas” aparecem com frequência, mas dividem espaço com “controle de despesas”, “planejamento financeiro”, “investimento” e “futuro”.
“Estamos vendo uma mudança de mentalidade, das pessoas entenderem importância de planejamento, futuro e investimentos. É uma boa representação do que essa nova etapa vai trazer de evolução e desafio para a saúde financeira das pessoas”, afirma Livia Chanes, CEO do Nubank Brasil.
Para ilustrar isso, o Nubank olhou para sua própria base de clientes para entender como os brasileiros se planejam para o futuro. Segundo os números apresentados, 24% dos clientes acima de 18 anos usam as chamadas “caixinhas”, que são formas de organizar os investimentos e a poupança a depender dos objetivos financeiros dentro do app. A “caixinha” mais usada é a reserva de emergência, com representatividade de 46%. Em seguida, aparece o Nu Limite Garantido, usado para aumentar o limite de crédito (32%), sonho de consumo (9%), viagem (7%), reformar a casa (4%) e focar na carreira (2%).
Uma barreira para a evolução, no entanto, ainda é a falta de conhecimento sobre finanças. No Brasil, 84% dos entrevistados estão buscando informação sobre esse tema. E para buscar educação financeira, a fonte mais citada pelos entrevistados brasileiros foram os apps e sites dos próprios bancos e instituições financeiras (39%). Em seguida, aparecem as redes sociais (30%), sites especializados em educação financeira (29%), sites de notícias e blogs (25%), e amigos ou gerente do banco (21%).
“As pessoas se habituaram a serem protagonistas do próprio aprendizado”, afirma Livia.
As plataformas das instituições financeiras também são os instrumentos mais usados para controle e planejamento do orçamento financeiro mensal, citadas por 34% dos entrevistados no Brasil. Entre os millennials, esse número é de 42%.
Avanço na democratização impulsiona nova relação com dinheiro
Também presente no evento de apresentação dos dados, Luis Gustavo Mansur, chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central, comentou que os avanços na democratização e acesso aos produtos financeiros foi um passo essencial para a mudança nessa relação das pessoas com o dinheiro. “O sistema financeiro nacional atingiu quase a totalidade da população adulta. Quase 100% da população tem algum relacionamento aberto no sistema financeiro nacional, e 85% tem contas ativas. O desafio de promover acesso e uso de produtos financeiros no Brasil foi vencido”, afirmou.
Segundo ele, a digitalização teve um papel fundamental para fechar o gap da inclusão financeira, mas a presença física ainda importa: 5.570 municípios brasileiros têm pelo menos um ponto de atendimento presencial.
Além disso, Mansur comentou que o Pix foi um passo importante para mudar a forma como os brasileiros fazem transações. Até hoje, 161 milhões de brasileiros já fizeram um Pix, o que corresponde a cerca de 90% da população adulta. Mas o pagamento instantâneo, afirma ele, é parte de um processo mais amplo. “A inclusão financeira do Brasil não é só fruto do Pix, mas de um avanço regulatório de anos, que começou com a regulação dos correspondentes bancários. Isso não acontece da noite para o dia, são necessárias medidas regulatórias, aumento da competição e entrada de novo players. Não existe bala de prata, é resultado de um longo processo”.
Ele falou também do Open Finance, que, diferente do Pix, está mais relacionado à qualidade da inclusão financeira. “Não é algo que vai aumentar o uso ou acesso, isso a gente venceu com outras medidas, mas é mais focado na qualidade, aumento da concorrência, maior comodidade de comparar tarifas, e traz a possibilidade de consolidar todas as informações financeiras em um app só”.
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