Organizar as contas

IPVA e IPTU: vale a pena pagar à vista com desconto ou parcelado?

O pagamento dos impostos sobre propriedades começa em janeiro

Exemplo prático: cálculo do IPVA.

Janeiro é o mês da ressaca das festas e dos gastos de fim de ano. Para muitos, o boleto do cartão de crédito vem recheado com os gastos como presentes, confraternizações e viagens feitas em dezembro. Além dele, o primeiro mês do ano é conhecido por concentrar os gastos com IPVA, IPTU, material escolar e outros.

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Em meio a tantas contas a pagar, muitos brasileiros ficam em dúvida se vale a pena pagar os impostos à vista. Afinal, é possível parcelar esses gastos ao longo do ano. Mas isso vale a pena?

O Bora Investir conversou com especialistas para entender. Confira!

Desconto à vista no IPVA e IPTU

O valor do desconto para o pagamento em cota única do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) varia de município para município. Já o desconto no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) depende do estado onde o carro está registrado.

Os descontos para 2024 ainda não foram anunciados, mas podemos ter como base o que foi feito este ano. Para o IPTU, as cidades ofereceram descontos de 3% a 20%. Já no IPVA, o desconto foi de 3% no estado de São Paulo.

Para avaliar se vale a pena o desconto, a especialista em finanças Luciana Ikedo indica comparar o desconto com o rendimento de um investimento de baixo risco, como o Tesouro Selic.

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Ou seja: se o desconto oferecido for menor do que a taxa básica da economia brasileira, que deve fechar 2023 em 11,75%, o melhor é parcelar o imposto e manter o dinheiro investido. Se o desconto for maior que a Selic, o melhor é pagar à vista.

“Em São Paulo, por exemplo, onde o desconto em 2023 foi de 3%, você acaba tendo melhores oportunidades no investimento, e não precisa se descapitalizar e gastar sua reserva de emergência para isso”, diz.  

Não tem o dinheiro para pagar agora?

Para as pessoas que não têm dinheiro para fazer o pagamento à vista, Luciana Ikedo sugere não buscar um financiamento para isso. “Estamos com taxas de juros bem expressivas ainda, não faz sentido se endividar para fazer o pagamento à vista”, diz ela.

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Em vez disso, o melhor é optar pelo parcelamento e tentar encaixar essa conta no orçamento mensal. Esse talvez seja o momento, inclusive, de repensar seus gastos recorrentes e fazer cortes que forem necessários.

Carta na manga: que tal usar o 13º salário para pagar os impostos?

Para quem trabalha com registro em carteira, há ainda uma outra saída: usar o pagamento da segunda parcela do 13º salário, que acontece até o dia 20 de dezembro. “Com uma boa administração desse recurso, é possível usar o 13º para pagar os impostos”, afirma Florence Corrêa, planejadora financeira CFP pela Planejar.

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Devo usar a reserva de emergência?

Outra opção para ajudar a pagar os impostos sobre propriedade é usar a reserva de emergência. Não é o ideal, já que esses gastos não são inesperados, mas pode ser uma saída para quem não se planejou financeiramente.

“O início de ano tende a ser um período mais pesado e com muitos gastos a mais, como material escolar e a renovação de seguros, por exemplo. Então, a gente pode usar um pouco da reserva para manter o equilíbrio das contas nesses meses”, diz Florence Corrêa.

A planejadora lembra ainda que para muitos trabalhadores autônomos, o fim e o início do ano costumam ser épocas de menor receita, o que dificulta ainda mais esses pagamentos.

Gastei minha reserva de emergência, e agora?

Mas atenção: logo que o período de maior dificuldade passar, a prioridade é recompor a reserva de emergência.

Bônus: prepare-se para 2025

Outra dica de Corrêa é começar a se planejar já para o pagamento no ano seguinte. Como todo janeiro costuma ter esses pagamentos, por que não prever esses gastos e poupar ao longo de 2024?

Pode parecer longe, mas o planejamento fará com que a chegada de 2025 seja mais leve.

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