Longo e sem feriados: por que agosto é o mês mais difícil para as finanças – e como mudar isso
Um planejamento pessoal adequado aos seus objetivos financeiros é essencial para enfrentar esse período sem atrapalhar as finanças
Por Rogério Piovezan
O senso comum diz que agosto é o mês do desgosto, e isso pode se repetir nas finanças pessoais. Isso ocorre devido aos gastos do retorno às aulas, volta das férias de julho e a sensação de que o mês não acaba, mas o salário, sim. Um planejamento pessoal adequado aos seus objetivos financeiros é essencial para enfrentar esse período.
Especialistas ouvidos pelo Bora Investir apontam que cortar gastos supérfluos, focar na meta de vida, cuidar do cartão de crédito, equilibrar os gastos fixos e se reorganizar são algumas dicas para melhorar as finanças pessoais.
O primeiro passo, contudo, é não culpar o mês pelo prejuízo. Agosto tem 31 dias, assim como outros meses durante o ano, e não é nenhuma surpresa no calendário. Por isso, o planejamento financeiro vem para evitar dores de cabeça e trazer tranquilidade.
Agosto é o mês do desgosto nas finanças?
Para o professor de finanças Leandro Benincá, as finanças pessoais devem estar equilibradas independente do mês. Porém, como agosto vem logo depois das férias de julho e marca o retorno às aulas para as crianças, os desafios podem ser maiores nessa época.
“Temos gastos mais elevados e é um mês em que sentimos mais o peso do trabalho, por isso tendemos a compensar mais. A gente acaba tendo gastos supérfluos a mais, aquele delivery porque está se sentindo muito cansado, faz as compras dizendo ‘eu mereço’”, explica Benincá. Para evitar essa tentação, ele traz uma dica. “Cole um papel na geladeira com o que você quer e mantenha esse objetivo na sua frente durante o mês inteiro para evitar fazer más escolhas.”
O ajuste de preços na metade do ano em diferentes contratos também pode ser mais um peso na conta, segundo Rogério Brandão, planejador financeiro pessoal e familiar da Serafin. “Em agosto, alguns contratos, como aluguel e escola, podem ser reajustados, colocando mais pressão no bolso. As promessas de início de ano podem estar perdendo força, e o orçamento pode estar meio desorganizado.”
Objetivos financeiros
Traçar os seus objetivos pode ser difícil, a princípio, mas faz toda a diferença para a saúde das suas finanças pessoais a longo prazo. “Se eu sei exatamente o que quero da vida e tenho um objetivo claro, como mudar de casa ou comprar um carro, você não se sente privado das coisas, você diz ‘não’ ao gasto supérfluo porque sabe que está dizendo ‘sim’ ao seu sonho”, afirma Benincá.
Como mudar isso?
Brandão faz um passo a passo para quem quer organizar as finanças e não sabe por onde começar. Confira.
1. Planejamento é tudo: Se agosto é conhecido por ser pesado, que tal se preparar? Nos meses anteriores, já dá para prever os gastos extras e começar a poupar. Por exemplo, se você sabe que vai precisar de R$ 600 para material escolar, é melhor guardar R$ 100 por mês durante seis meses do que ter que desembolsar tudo de uma vez.
2. Corte onde dá: Todo mundo adora um cinema ou um jantar fora, mas em agosto, vale a pena ser mais seletivo. Troque a pizza delivery por uma noite de pizza caseira com a família, ou um filme em casa com pipoca. São pequenos cortes que fazem diferença.
3. Tenha uma reserva: Uma poupança de emergência pode salvar o mês. Se todo mês você guardar um pouco, quando chegar agosto, o impacto será menor. Um colchão financeiro é sempre um aliado em tempos difíceis.
4. Cuidado com o cartão de crédito: Pode ser tentador parcelar tudo, mas cuidado para não se enrolar. O ideal é pagar à vista sempre que possível, evitando os juros que podem transformar uma compra simples em um problema.
5. Revise seus gastos fixos: Assinaturas de serviços que você quase não usa, como aquele streaming ou clube de assinatura, podem ser canceladas ou renegociadas. Cada economia conta.
6. Aproveite para reorganizar: Agosto pode ser um ótimo mês para revisar suas metas financeiras. Como está o saldo? O que pode ser melhorado? Talvez seja a hora de ajustar o rumo para fechar o ano no azul.
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